Relatório da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) divulgou em março deste ano, dados referentes ao desempenho do setor da indústria brasileira de máquinas e equipamentos no mês de fevereiro. De acordo com o levantamento realizado, a receita líquida do setor registrou um crescimento de 7% em relação a janeiro, totalizando R$ 21,766 bilhões.
No entanto, em fevereiro de 2023, ocorreu uma nova queda de 7,8% em comparação com o mesmo mês de 2022, marcando a nona queda consecutiva nesse tipo de análise. Como resultado, no primeiro bimestre do ano, o setor registrou um recuo de 7,1%. Em relação ao período de maior volume de vendas do setor, entre 2010 e 2013, o ano de 2023 inicia com uma redução de 30,9%.
Segundo o relatório apresentado, os resultados do primeiro bimestre de 2023 sobre exportações mostram que mais uma vez o setor de máquinas e equipamentos registrou um valor superior a US$ 1 bilhão. Por outro lado, o estudo mostrou que as importações de máquinas e equipamentos começaram o ano de 2023 em queda em relação ao mês anterior, após um aumento expressivo, principalmente no final de 2022. Os dados de desempenho no primeiro bimestre, comparado a janeiro de 2023, mostram que houve uma queda de 11,9%. Assim, as importações de máquinas e equipamentos para o Brasil totalizaram US$ 1,8 bilhão, um valor 4,2% menor em relação ao mesmo mês de 2022. Apesar dessa queda pontual, no primeiro bimestre do ano, houve um aumento de 5,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. De forma geral, também é possível observar, pelo lado das importações, uma desaceleração nos investimentos em máquinas e equipamentos neste início de ano.
Na construção civil, setor diretamente ligado ao de máquinas e equipamentos, a avaliação para 2023 é positiva. De acordo com o informativo da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o setor da indústria da construção prevê um crescimento de 2,5% em 2023. Essa projeção leva em consideração a evolução consistente do mercado nos últimos dois anos, bem como a análise do ciclo de negócios do mercado imobiliário em andamento, que, segundo o informativo, apresenta uma demanda habitacional sólida.
O relatório também destaca que nos últimos dois anos (2021/2022), o setor da construção civil teve um avanço de 17,7%, em comparação com os 8,2% de crescimento da economia nacional. Somente nos 12 meses encerrados em setembro de 2022, a construção registrou um crescimento de 8,8%.
Além disso, o relatório observou uma desaceleração nos custos da construção desde junho de 2022, com destaque para a redução dos preços dos vergalhões e arames de aço ao carbono. No que diz respeito aos custos de mão de obra e matéria-prima, os dados do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M), publicados pela FGV, mostraram que o índice encerrou o ano de 2022 com um aumento de 9,40%, menor do que os 13,84% registrados no ano anterior.
José Antônio Valente, diretor da empresa de locação de equipamentos Trans Obra, afirma que a indústria brasileira de máquinas e equipamentos pode suprir a demanda por esses recursos especificamente na modalidade de locação de equipamentos, além ajudar o mercado a cobrir qualquer falta de peças e estruturas menores, no caso do aluguel de andaimes e pequenas máquinas para construção civil, diante da retomada do setor após o período da pandemia. “Todo setor de locação de máquinas e equipamentos espera por um crescimento para aumentar os resultados no negócio, diante dos dados e estudos que acompanhamos desde as previsões do ano anterior. O momento é de estar preparado, pois a construção civil e a indústria de máquinas e equipamentos poderão ser impulsionadores de receita e resultados positivos para diversas empresas no Brasil”.
O setor de aluguel e venda de máquinas e equipamentos para construção civil também está otimista para 2023. Um estudo realizado pela Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema) revelou que o setor de aluguel e venda de equipamentos para construção civil está passando por um momento de retomada e crescimento, com perspectivas de aumento nas vendas em 2023. O 17º Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção estima que as vendas no próximo ano terão um incremento de aproximadamente 4%, tanto para o segmento de máquinas da linha amarela quanto para o setor como um todo.
Em relação ao potencial do mercado de venda e aluguel de equipamentos para construção civil, o estudo ressalta a presença de cerca de 30 mil empresas especializadas em locação de equipamentos no mercado brasileiro, o que corresponde a aproximadamente 30% das vendas de máquinas da linha amarela. Além disso, o estudo destaca que a capacidade de faturamento desse segmento é estimada em cerca de R$ 21 bilhões por ano, o que representa 0,26% do Produto Interno Bruto (PIB).
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