Ainda que tenha vivenciado muitos avanços em relação à inclusão nos últimos anos, a comunidade LGBTQIA+ ainda sofre com desafios significativos para inserção no mercado de trabalho. Dados apresentados pela Catho, neste ano, revelam que ações de inclusão e diversidade nas empresas ainda caminham a passos lentos, como um levantamento da rede social LinkedIn, que indicou que 35% das pessoas entrevistadas já sofreram discriminação velada ou direta no ambiente de trabalho.
De acordo com números da Center for Talent Innovation publicados pela Catho, cerca de 33% das empresas brasileiras não contratariam uma pessoa da comunidade LGBTQIA+, enquanto 41% das pessoas que fazem parte da comunidade afirmam que já sofreram algum tipo de discriminação em relação à sua sexualidade e expressão de gênero em seus empregos.
Nilton Serson, advogado e ativista da causa LGBTQIA+ reitera: “A situação da comunidade no mercado de trabalho brasileiro é variada e complexa. Embora tenham ocorrido avanços significativos nos direitos e na visibilidade LGBT no Brasil nos últimos anos, muitos desafios ainda persistem, principalmente discriminação e preconceito.”
A empresa de consultoria Santo Caos apurou que 61% dos trabalhadores LGBTQIA+ optam por não revelar sua sexualidade para os colegas de trabalho por medo da discriminação e possível demissão. Ou seja, embora o tema diversidade e inclusão tenha ganhado força nos últimos anos no ambiente corporativo, é evidente que estas pessoas enfrentam dificuldades para se inserirem e se manterem no mercado de trabalho, pois, ainda que sejam contratadas, enfrentam o receio do preconceito e da retaliação.
“Embora o Supremo Tribunal Federal tenha reconhecido o direito ao casamento igualitário e a proteção contra a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, não existe uma legislação federal específica que proteja as pessoas LGBTQIA+ de forma abrangente no mercado de trabalho”, enfatiza Nilton Serson.
E reitera “isso deixa uma lacuna em termos de garantias legais contra a discriminação e dificulta a responsabilização das empresas que violam esses direitos.”
Nilton reforça que mesmo que o cenário ideal de ambiente corporativo nacional esteja distante, é possível construir um caminho inclusivo e diverso. Necessariamente, as empresas devem lançar olhar à diversidade em suas culturas, pois, como apresentado pelo advogado: “a conscientização, a educação e a criação de políticas inclusivas são fundamentais para garantir um ambiente de trabalho respeitoso e equitativo para todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero”.
Para mais informações, basta acessar: https://niltonserson.com/
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