Crianças das redes públicas e privadas de Curitiba passarão a receber informações sobre educação em diabetes, por meio de um acordo de cooperação entre a Secretaria Municipal de Educação e o IPD – Instituto da Pessoa com Diabetes.
Nesta segunda-feira (26), a secretária municipal de educação, Maria Silvia Bacila, apresentou na Escola de Pais o programa “ABC Diabetes” – que será colocado em prática – aos diretores, pais e coordenadores de dez núcleos municipais.
Instituído a partir da Lei nº 16083/2022, de autoria do vereador Alexandre Leprevost, o ABC Diabetes prevê – sempre no mês de novembro, em alusão ao mês do diabetes – orientações educativas para alunos, pais, familiares e profissionais da educação sobre os sintomas e cuidados referentes à doença em crianças e adolescentes, fornecendo sugestões de como melhorar o tratamento.
“Este é um projeto brilhante para a nossa rede. Recebemos com grande alegria a possibilidade de trabalharmos informação em diabetes, pois é além do direito à educação, é um direito da criança ter a sua saúde salvaguardada”, afirmou.
Segundo a secretária, a rede municipal de ensino possui 71 crianças diagnosticadas com diabetes, sendo que 49 possuem o diabetes Tipo 1 e produz diariamente mais de 250 dietas especiais, incluindo dietas para as crianças com diabetes. “Trazemos este programa para a escola de pais porque não adianta ter a escola compromissada, trabalhando com dietas especiais e informação, e quando a criança vai para casa ela é submetida a outros alimentos que irão comprometer a dieta dela. “Precisamos trabalhar de maneira compromissada e juntos para garantir resultados permanentes e uma vida longa e saudável às nossas crianças”, ressaltou a secretária.
Caracterizado pelo excesso de açúcar no sangue, o diabetes é uma doença metabólica silenciosa. Caso não seja diagnosticado no início, ele pode causar complicações como perda da visão, insuficiência renal, problemas cardiovasculares e neurológicos e até mesmo levar o paciente à morte.
O ABC do Diabetes
A Lei municipal traz para a capital do Paraná o Programa ABC Diabetes, desenvolvido pela federação internacional de combate à doença. O projeto de educação em diabetes é destinado para as crianças e adolescentes de Curitiba de até 14 anos, estudantes das escolas municipais, e com renda familiar de até 3 salários mínimos. “Como o diabetes tipo 1 se manifesta principalmente na infância, nosso objetivo é conscientizar pais, professores e alunos sobre os sintomas do diabetes a fim de promover o diagnóstico precoce juntamente com as informações e atendimentos necessários”, explica a presidente do IPD, médica endocrinologista, Angela Nazário. A equipe clínica do IPD também conta com especialistas em diabetes de renome como os médicos endocrinologistas André Vianna, Mauro Scharf, Andressa Leitão e Luciana Muniz Pechmann.
O programa prevê a distribuição nas escolas públicas e privadas da cidade, material didático semelhante ao do projeto KIDS, da Federação Internacional de Diabetes. As cartilhas da entidade já são utilizadas em dez países, “atingindo 340 mil crianças e 19,8 mil professores em mais de 2 mil escolas”, conforme consta no site da federação. “Não se trata de diagnóstico precoce, mas de conscientização”, distinguiu o autor do Projeto de Lei, vereador Alexandre Leprevost.
Durante o evento, a médica endocrinologista e presidente do IPD, Dra Ângela Nazário apresentou o projeto e a equipe que será responsável por realizar o acolhimento das famílias de crianças com diabetes. Além de médicos, o IPD conta com nutricionista e pessoas com diabetes, incluindo mães de crianças que atuam como voluntárias.
A nutricionista do IPD Thayná Guimarães apresentou o site da entidade e como deve ser feito o cadastro para receber atendimento da equipe. Já Fernanda Claudino – que possui diabetes tipo 1 há 19 anos – e Anna Ayres, mãe de uma criança com diabetes, falaram sobre a importância da integração escola-família para o manejo correto da criança que tem a doença, bem como do diagnóstico precoce.
“O IPD acredita que as ações de prevenção e atenção à saúde de crianças e adolescentes devem ser priorizadas. O índice de crianças e adolescentes com diabetes, em especial a do tipo 2, tem aumentado exponencialmente no Brasil, e acreditamos que a desinformação é a sua principal causa”, finalizou a presidente do IPD.
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