Com a chegada do inverno e a queda nas temperaturas, muitas pessoas com problemas articulares como a artrose de joelho e quadril e de vascularização podem sentir mais dores neste período do ano.
O motivo é porque em épocas geladas, as pessoas costumam ficar mais encolhidas e se movimentam menos, o que causa algum grau de rigidez articular e, consequentemente, dor. O corpo humano, para funcionar bem, deve ser mantido a uma temperatura interna entre 36°C e 37°C —tarefa nada fácil quando os termômetros marcam menos de 10°C, por exemplo. Para se defender do frio, o músculo se contrai involuntariamente. Com isso, a circulação sanguínea entre tecidos, pele e articulações fica comprometida. Isso também causa dor e espasmos.
O médico vascular Gustavo Junqueira, do Eco Medical Center, explica que no inverno os vasos sanguíneos se contraem em um processo chamado de vasoconstrição, especialmente nas extremidades do corpo, como mãos e pés. “Essa vasoconstrição é uma resposta do corpo para evitar a perda excessiva do calor, mas essa condição pode reduzir o fluxo sanguíneo nessas áreas, resultando em uma menor oferta de oxigênio e nutrientes para o tecido, o que aumenta as dores e dificulta a mobilidade”, afirma.
A rigidez articular também é um sintoma recorrente no inverno.“O líquido sinovial, responsável por lubrificar as articulações, fica mais viscoso com o frio, tornando essas articulações mais dolorosas”, reforça o médico vascular.
Quem sente mais dor no frio?
Qualquer pessoa pode ter sensibilidade à dor no frio, mas as dores são mais acentuadas durante o inverno em pacientes com lesões degenerativas crônicas, como artrite e artrose e também lesões inflamatórias, como tendinites e tendinopatias.
O ortopedista e especialista em cirurgia do joelho, Rogério Fuchs, explica que a chegada de menos sangue e nutrientes aos músculos e articulações no frio faz com que essas estruturas fiquem com o metabolismo prejudicado e com uma dificuldade ainda maior de combater qualquer processo inflamatório. “Pessoas com problemas ortopédicos também sentem mais, porque a temperatura tem efeito sobre os ossos das extremidades”, reforça. Ele orienta que pacientes com problemas articulares e doenças degenerativas devem procurar o atendimento adequado, especialmente nesta época do ano.
Já o ortopedista, especializado em cirurgia de joelho e quadril, Thiago Fuchs, destaca que os exercícios físicos, por exemplo, principalmente os aeróbicos, servem para aumentar a temperatura corporal, estimular a produção de endorfina e têm um papel importante no controle da percepção da dor. “A prática de atividade física e o tratamento adequado são fundamentais nestes casos. É importante lembrar que pessoas que foram submetidas a cirurgias ósseas ou articulares também podem apresentar essa dor em dias mais frios nos primeiros dois anos do pós-operatório, diminuindo com o passar do tempo”, explica Thiago, que também atua no Eco Medical Center em Curitiba.
Outras condições podem ser agravadas com o frio, como é o caso do fenômeno de reno secundário, uma reação ao frio extremo em pessoas que têm artrite reumatóide e esclerodermia. Úlceras vasculares e tromboses venosas superficiais também ficam mais suscetíveis ao frio.
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