São mais de 30 milhões de pessoas vivendo em favelas, ocupações e em outros tipos de assentamentos precários no Brasil segundo a Fundação João Pinheiro, e no mundo esse número já chega a mais de 1 bilhão. Diante desse cenário, a Habitat para a Humanidade Internacional lança a campanha “Nossa Casa” (em inglês, “Home Equals”), para estimular a promoção de políticas locais, nacionais e globais, com o objetivo de cumprir o direito à moradia digna para todos, conforme prevê o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 11, estabelecido pela ONU.
A ideia da campanha é, junto a parceiros, governos e comunidades, causar impactos positivos nesses territórios, levando, para os seus moradores, acesso à água potável, saneamento básico adequado, e habitações seguras e confortáveis. Para isso, a organização internacional provocou os membros do G7 para que reconhecessem o acesso equitativo à habitação como uma alavanca fundamental para o desenvolvimento socioeconômico, além de firmarem um compromisso para atender às necessidades de habitação em assentamentos precários.
Como parte da campanha, a Habitat para a Humanidade Internacional lançou o relatório “Melhorando a habitação em assentamentos informais: avaliando os impactos no desenvolvimento humano”, produzido em parceria com Instituto Internacional para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (IIED), que aponta os ganhos de desenvolvimento econômico e humano, em termos de renda, saúde e educação, associados a melhorias habitacionais em comunidades e favelas do mundo inteiro.
O estudo, realizado durante três meses, foi baseado em uma metodologia de modelagem exclusiva, combinando uma revisão de mais de 130 artigos e relatórios com 72 indicadores em 102 países de baixa e média renda. Para o presidente e CEO da Habitat para a Humanidade Internacional, Jonathan Reckford, “este relatório aumenta a evidência de que garantir que aqueles que vivem em assentamentos precários tenham acesso à moradia adequada não é apenas a coisa certa a fazer, mas também a coisa inteligente a ser feita”.
Segundo os números apresentados no relatório, se os investimentos em moradia adequada para todos fossem feitos, o Brasil teria um crescimento de 6% no PIB, um aumento de 1% na expectativa de vida, e um aumento de 13% nos anos de escolaridade. “A moradia é, de fato, a porta de entrada para outros direitos, porque interfere diretamente na saúde física e mental, na educação e na qualidade de vida das pessoas como um todo. Por conta disso é que a campanha global Nossa Casa tem o intuito de realizar uma articulação pelos próximos anos para que esse direito seja tratado como prioridade nos governos do Brasil e de outros países do mundo”, comentou a diretora executiva da Habitat para a Humanidade Brasil, Socorro Leite.
Sobre a Habitat para a Humanidade Brasil
Habitat para a Humanidade Brasil é uma organização da sociedade civil que, há mais de 30 anos, atua para combater as desigualdades e garantir que pessoas em condições de pobreza tenham um lugar digno para viver. Presente em mais de 70 países, a organização promove a incidência em políticas públicas pelo direito à cidade e soluções de acesso à moradia, à água e ao saneamento, em articulação com diversos setores e comunidades.
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