9 milhões de pessoas têm contas devido ao Pix

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, apontou recentemente que ao menos 9 milhões de pessoas abriram contas bancárias para utilizarem o Pix. O executivo chegou a afirmar que a popularidade do método de pagamento desenvolvido pelo Banco Central é tanta que até existem indivíduos pedindo esmolas nas ruas através da ferramenta.

“Conseguimos monitorar isso. Milhares de novos negócios foram abertos graças ao Pix. O uso do Pix como meio de pagamento é maior do que esperávamos. Estamos observando que podemos fazer muito mais com a infraestrutura do Pix”, relatou Campos Neto durante uma palestra na UCLA Anderson School of Management.

A popularização da ferramenta no Brasil é notável, graças a sua celeridade, eficiência e gratuidade, e com pouco mais de 2 anos de atividade, já desbancou diversos outros métodos de pagamentos tradicionais, como DOCs, TED e boleto. Além disso, atualmente uma boa variedade de empresas do exterior que oferecem produtos e serviços no país já adotaram o método de pagamento desenvolvido pelo BC. Um dos exemplos mais proeminentes são as casas de apostas que aceitam pix, plataformas que caíram no gosto da população ao possibilitar que façam uma fezinha nos jogos do seu time do coração, disponibilizando ainda para seus usuários alguns mimos, como palpites gratuitos e bônus que incrementam o seu saldo.

Durante a palestra, o presidente do BC destacou a utilidade das novas modalidades da ferramenta, o Pix-Troco e Pix-Saque, apontando ainda que os protocolos da plataforma serão abertos de forma gratuita, para que assim outros países possam implementar sistemas semelhantes. De acordo com o executivo, a vontade do BC é desenvolver uma trilha comum de Pix em outras nações, para que sejam realizadas transferências internacionais utilizando a ferramenta. Campos Neto também destacou que o open finance integrado ao Pix desenvolvido pelo BC, provavelmente é o mais rápido do globo. Segundo o mandatário, as informações bancárias agora estão todas conectadas e o próximo passo a ser dado é tokenizar esse sistema a partir de uma moeda digital.

O executivo voltou a apontar que um dos principais projetos tocados no BC atualmente é a criação de uma carteira digital que comporta todos os serviços e produtos financeiros integrados, e a partir dela os consumidores terão a oportunidade de acessar tanto seus ativos físicos quanto virtuais em diferentes instituições financeiras a partir de um só aplicativo.

“Hoje já há uma integração entre o Pix com outros produtos. A nossa ideia é chegar a agregador financeiro. Hoje já há uma integração entre o Pix com outros produtos. A nossa ideia é chegar a agregador financeiro”, disse Campos Neto.

Mais de 10 trilhões

De acordo com os dados apresentados pelo Banco Central, em 2022 o Pix movimentou R$ 10,9 trilhões. Esse montante é mais que o dobro da quantia registrada em 2021, quando R$ 5,21 trilhões foram transacionados pelo método de pagamento instantâneo. Sendo que dezembro de 2022 foi o mês em que mais dinheiro foi movimentado através da ferramenta, R$ 1,2 trilhão.

Apesar do número impressionante, a ferramenta desenvolvida pelo BC não conseguiu superar o TED em valor transacionado, já que este último movimentou R$ 40,7 trilhões. Contudo, em quantidade de transações, o método de pagamento instantâneo fica muito à frente, com 24,3 bilhões de operações realizadas em 2022, enquanto isso o TED soma 1,01 bilhão de transferências e o boleto 4,03 bilhões.

“Em número de transações, vemos um domínio do Pix. Mas como há a questão da segurança por se tratar de um sistema instantâneo, o Pix tem limite baixo e transações muito imediatas, diferente da TED. O Pix tem essa característica de ser do dia a dia, de operações de pequeno valor e muita velocidade”, explica o economista chefe da Infinity Asset, Jason Vieira.