A Magma é uma boutique especializada em fusões e aquisições (M&A) com atuação focada no middle-market, voltada para clientes com faturamento anual entre R$50 e R$500 milhões/ano em transações nacionais e internacionais (cross-border transactions) com players estratégicos e financeiros. Fundada em 2010 por sócios-executivos com mais de 45 anos de experiência combinada na condução de transações de fusões e aquisições em diversos setores. Em fevereiro, a Magma anunciou que assessorou a BRQfoods em sua aquisição de 100% das quotas da empresa Matilat. “A transação foi o resultado de uma forte estratégia de expansão de negócios por parte de nosso cliente e de um claro potencial de crescimento, inovação e valorização de marca na combinação de ambas as partes”, afirma a Magma. “A BRfoods, nossa cliente, nos ensina muito sobre adaptabilidade e crescimento acelerado. Como parte de uma robusta estratégia de expansão de negócios e trazendo consigo a cultura de “Onde tem sucesso e saber, tem BRQfoods”, a indústria buscou entrar no varejo e diversificar seu portfólio para ganhar presença no mercado B2C (Business-to-Consumer). A empresa, fundada em 2012, conquistou rapidamente sua relevância na região sul do país. Especializando-se no segmento B2B e ao verticalizar parcialmente sua produção, entregando alimentos de valor agregado para seus clientes”, diz Ernani Ponce, sócio da consultoria.
Ernani, como se encontrava as aquisições e fusões no Brasil antes da pandemia?
O mercado de M&A (fusões e aquisições) teve crescimento acelerado, tanto em número de transações quanto em volume transacionado. As perspectivas para 2020 eram extremamente promissoras, uma vez que 2018 e 2019 foram bons anos para o universo de transações societárias no Brasil. 2019, por exemplo, teve recorde de transações (39% de crescimento versus o ano anterior).
Diversos motivos contribuíram para esse resultado, os principais sendo PIB, agenda econômica positiva e, principalmente, juros e inflação em suas mínimas históricas. O resultado foi um estímulo a investimentos de longo prazo e, consequentemente, ao mercado de fusões e aquisições.
O que mudou com a crise trazida pela Covid-19?
Apesar de toda a incerteza no ano de 2020, verificamos – de acordo com o Transational Track Record (TTR) – uma redução de apenas 5% no número de transações e de 32% no volume movimentado, com uma clara retomada no quarto semestre.
Além disso, temos um momento peculiar em nossas mãos: De um lado, empresas enfraquecidas pela crise decorrente da pandemia. De outro, companhias com a liquidez necessária para que uma possível aquisição seja atrativa.
Por isso, apesar de estarmos passando por um período turbulento e extremamente atípico, os processos de M&A ainda são bastante atraentes – e em alguns casos até mais atrativos do que nunca – para algumas empresas, seja pela busca por crescimento e expansão ou a partir de uma luta pela sobrevivência.
Quais as perspectivas para fusões e aquisições no Brasil e no mundo para o ano de 2021?
Ao comparamos nosso cenário atual ao já desenvolvido mercado de fusões e aquisições dos Estados Unidos, podemos observar um potencial de crescimento no número de fusões e aquisições para o longo prazo:
Hoje, enquanto temos pouco mais de 1.500 processos de M&A (Merges and Acquisitions, em inglês) por ano, os EUA já atingem mais de 12.000. Ao analisarmos o volume de recursos transacionados nestes processos (por volta de R$229,5 bilhões versus mais de U$3.5 trilhões), temos um gap ainda maior (tanto em valores absolutos, quanto quando ponderados pela variação cambial).
De acordo com dados da Abvcap, os fundos ainda possuem mais de R$30 bilhões disponíveis para investimentos em boas empresas. Com a pandemia mais próxima ao fim, as projeções econômicas mais claras e a pressão da taxa de juros baixa, podemos esperar um 2021 cada vez mais atrativo para o mercado de fusões e aquisições.
Em que setores essas fusões e aquisições estão mais aquecidas?
Em nosso radar, os principais setores atualmente em tendência para M&A são:
Tecnologia de informação; Saúde; Educação; Negócios relacionados ao agronegócio; Infraestrutura (um problema secular do Brasil que demandará volumes cada vez maiores da iniciativa privada); Potencialmente, negócios da cadeia da construção civil podem se beneficiar com o bom momento no setor imobiliário (residencial e reformas em destaque). Isso não quer dizer que não existam oportunidades para empresas de outros segmentos, oportunidades em setores consolidados existirão.
Quais os maiores erros cometidos pelas empresas durante os processos de fusão ou aquisição?
De forma resumida, os erros mais comuns – e que estamos abordando em nosso LinkedIn com mais profundidade – são:
Precificação Qualitativa/Subjetiva (estimar o valor de sua empresa sem embasamento contábil financeiro, fora dos padrões de mercado); Pensar que a carta de intenção (non-binding offer) representa a conclusão da negociação; Não se preparar para a Diligência; Omissão de problemas, riscos ou informações financeiras; Estereótipos que interferem na negociação; Falhar em perceber quem realmente tem o poder de decisão em cada etapa do processo; Reter Informações Relevantes (não levantar todas as informações relevantes); Quebra de Confidencialidade.
Existem inúmeros pontos que podem interferir em um processo, desde o nível de organização das empresas, omissão de informações até acreditar que a proposta inicial já representa a conclusão do negócio. Porém, destacando dois erros muito comuns, temos que estimar o valor de sua empresa sem embasamento contábil financeiro, fora dos padrões de mercado e perder o timing do negócio pela dificuldade em se dividir entre o complexo processo de M&A e o dia a dia da empresa.
Como contornar esses erros?
A resposta curta para o empreendedor é:
Encontre uma assessoria financeira para auxiliá-lo(a) em sua potencial transação societária, antes mesmo de começar efetivamente este processo. Isso aumenta muito a probabilidade de conclusão do negócio, reduzindo os riscos e maximizando o valor de sua empresa. Na Magma, inclusive, a remuneração está vinculada ao sucesso de sua transação. Vocês podem encontrar mais conteúdos sobre o papel do assessor em nosso post de blog.
É possível fazer com que esses erros se transformem em acertos?
Claro! É para isso que a Magma está aqui. Redesenhamos o processo de M&A (fusões e aquisições) em uma constante busca por tornar este complexo projeto, usualmente percebido como burocrático e contábil, cada vez mais objetivo e focado nas necessidades de cada cliente. Assim, donos de negócio se mantêm focados em suas empresas e seus respectivos resultados, enquanto nós nos preocupamos com a transação.
Como a Magma se situa nesse mercado?
A Magma possui mais de 10 anos neste mercado, tendo participado de mais de 30 transações societárias em diversos segmentos. Prezamos por um serviço objetivo e humanizado, que simplifica o entendimento do processo e demanda menos tempo de nossos clientes, sempre com foco em entender e atender às necessidades e aos desejos do(a) empreendedor(a).
Parte crucial do sucesso de uma transação está em entender qual o melhor momento, quem são os potenciais interessados e, principalmente, em como otimizar a empresa de nosso cliente para o melhor resultado possível. Inclusive, além de ajudarmos as empresas a se prepararem, não hesitamos em mostrar que este talvez ainda não seja o melhor momento para tal operação.
Quais os principais pilares da empresa?
A Magma nasceu com a missão de tornar o processo de M&A objetivo e humano. Este ano, porém, passamos a olhar com maior atenção para o potencial dos canais digitais e buscamos democratizar ainda mais o conhecimento sobre o universo de fusões e aquisições. Com isso, adaptamos de forma sutil nossa cultura organizacional (missão, visão e valores) da seguinte forma:
Missão: Conectamos empreendedores, organizações e investidores. Entendemos seus objetivos, absorvemos seus desafios e traçamos juntos o próximo passo de seu negócio.
Visão: Seremos padrão ouro no universo de assessorias independentes de Fusões e Aquisições (M&A) pela busca incansável de soluções inovadoras, objetivas e alinhadas com nossos clientes. Ao priorizarmos esta cultura, automaticamente fazemos uma escolha: Trabalhar com um número limitado de clientes para que consigamos seguir estes princípios. Em seu relacionamento com a Magma, você sempre contará com o contato próximo de um de nossos sócios ao longo de toda a sua jornada conosco.
Um setor que a Magma conhece bem é o setor de logística. Quais as grandes oportunidades desse ramo na atual conjuntura?
Logística é um setor importante para nós. Já concluímos 3 transações neste segmento e estamos visualizando muitas oportunidades em M&A. O setor ainda é muito fragmentado em seus diversos modais, tendo ainda predomínio do modal rodoviário com cerca de 60% do total. Há atualmente cerca de 209 mil empresas no setor, segundo a ANTT. Dessa forma, ainda há muito espaço para consolidação, um setor muito grande e muito importante na economia brasileira.
Grandes players como JSL, Sequoia, BBM e Solística, vêm fazendo aquisições regularmente e consolidando o segmento. O setor vem atraindo interesse também de fundos de private equity. Acreditamos que o setor será composto no futuro por grandes grupos de um lado e do outro lado profissionais autônomos, tanto agregados como terceirizados. Há também o surgimento da tecnologia mudando as formas de operacionalização, como contratação de fretes, roteirização, vigilância, controle de tráfego, entre outros. O surgimento das tecnologias em logística vêm despertando o interesse principalmente do segmento e-commerce na aquisição e verticalização logística.
Quais os pontos mais interessantes da aquisição da Matilat pela BRQfoods (na qual vocês estiveram envolvidos) e que pode ser dito aqui?
A BRQfoods, nossa cliente, nos ensina muito sobre adaptabilidade e crescimento acelerado. Como parte de uma robusta estratégia de expansão de negócios e trazendo consigo a cultura de “Onde tem sucesso e saber, tem BRQfoods”, a indústria buscou entrar no varejo e diversificar seu portfólio para ganhar presença no mercado B2C (Business-to-Consumer).
A empresa, fundada em 2012, conquistou rapidamente sua relevância na região sul do país. Especializando-se no segmento B2B (Business-to-Business) e ao verticalizar parcialmente sua produção, entregando alimentos de valor agregado para seus clientes, cultivou sua autoridade no assunto e conquistou parcerias positivas com as melhores marcas de alimentos do mercado. (Isso sem falar de sua responsabilidade como produtora terceirizada de mais de 30 marcas por todo o Brasil).
O porquê de escolher a Matilat é simples. Estamos falando de outra importante empresa no setor, complementar à estratégia original do lado comprador. A Matilat possui autoridade e tradição. Fundada em 1973, a empresa catanduvense conquistou o mercado de iogurtes líquidos e manteigas, tornando-se líder e vice-líder de mercado (Estado de SP) em cada um destes, respectivamente. Focada em B2C e com uma cultura organizacional similar, a Matilat se mostrou próxima ao futuro da BRQfoods. O resultado? Uma empresa ainda maior e mais relevante, com presença nacional fortalecida e com atuação forte e estruturada para B2B e para B2C, além de aumentar consideravelmente o portfólio de produtos no mercado.
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