A Sciensa nasceu como uma escola de cursos de desenvolvimento de softwares, com aulas ministradas pelo CEO, Felipe Oliveira. Dez anos após a fundação, é pioneira e uma das maiores empresas de inovação digital do mercado brasileiro. Ao longo desses anos, já gerou cases de sucesso para gigantes como a Magalu, XP Investimentos, Grupo CVC, Gerdau, Porto Seguro, Genial Investimentos, Itaú, Santander, entre outras. Na visão de Felipe, o propósito da Sciensa é reimaginar e redesenhar os negócios com todas as possibilidades e ecossistema tecnológicos oferecidos, ou seja, transformá-las de analógica para digital. “A tecnologia é uma parte do nosso negócio. É reimaginar a empresa sob a ótica do founder, enxergar o que o mundo atual e todas as possibilidades que a companhia possui para atingir novos mercados”, afirma Felipe. Ao longo dos anos, a Sciensa veio “pivotando” seu modelo de negócios, e hoje se considera uma “One Stop-Shop” de Inovação; com quatro áreas coligadas na jornada de construção de uma empresa digital. O conceito oferece tudo aquilo que as empresas necessitam em um só lugar, desde a construção de um playbook de estratégia de negócios, até a geração de tráfego de negócios, auxiliando as empresas a montarem seu portfólio map de inovação e testando suas teses de negócio de forma ágil. Além disso, a empresa é precursora na implementação da cultura de alto desempenho.
Felipe, o que foi fundamental para o salto da Sciensa de uma escola de desenvolvimento de softwares para uma das maiores empresas de inovação digital do Brasil?
Desde a fundação da companhia, eu já tinha um propósito claro de termos uma consultoria e criarmos também nossos próprios produtos digitais. No entanto, eu não tinha caixa para entrar nesse segmento de mercado. Então, fazer caixa foi minha prioridade e é até os dias atuais. De forma natural, acabei formando um time de excelência e futuros consultores que eram os meus ex-alunos.
Como o propósito guia a Sciensa em seu mercado de atuação?
Hoje temos o propósito de ajudar as companhias a se reinventarem e catalisar todas as possibilidades em cima da sua cadeia de valor, então estamos sempre aprimorando nosso framework de estratégia e inovação, capacitando nossos colaboradores, lapidando nossa engenharia e desenvolvendo produtos para acelerar a jornada dos nossos clientes.
O que é essencial na hora de redesenhar um negócio?
Entender o valor real que a companhia vai gerar para o cliente. Muitas empresas possuem o “Foco no Cliente”, como a indústria de Loyalty (pontos), onde há tanta fricção para as pessoas que lucram em cima da desistência da pessoa em utilizar os pontos. Isso a médio prazo pode estagnar o negócio e até matá-lo. As empresas que estão escalando muito rapidamente possuem “Foco do Cliente”, essas realmente sentam-se na cadeira do cliente e buscam gerar valor real para ele. Outra dica importante é analisar o tamanho do mercado do seu negócio (TAM SAM SOM) e ecossistema, talvez haja mais dinheiro em uma tese adjacente que a companhia não explorou. Por isso, montar um Portfólio Map com teses e fazer um processo de Scoring é super importante.
Como você enxerga a transformação digital em nosso país?
O tema está quente, principalmente nas companhias com faturamento acima de R$2 bilhões, segmento que classificamos como High End. Eu vi em um mesmo banco o cargo de CIO sendo trocado 4 vezes em um espaço de tempo muito curto, assim como outras companhias trocando todo seu time, como a Via Varejo, em busca da alta performance de negócios. Infelizmente, nas companhias com faturamento abaixo disso há muita gestão familiar e falta de um processo maduro de decisões. Algumas até entendem o valor de investir em inovação, mas falta coragem, pois, estão acostumadas a investir em assets físicos e de repente despender um volume em algo digital é muita disruptura para a cultura dos atuais executivos.
O que falta para que as empresas tenham essa transformação digital em sua totalidade?
Primeiramente, a vontade de todo o corpo da companhia, o C-Level precisa estar comprometido e esse é um assunto que embora leve o “Digital” como slogan, o CEO da empresa precisa estar encabeçando. É uma transformação de como toda a empresa pensa e trabalha, e a área de Pessoas e Cultura, antigo Recursos Humanos, deve ser um agente importantíssimo nesse processo.
Em segundo lugar, a técnica de como fazer é fundamental. Tem muita companhia batendo cabeça e indo até na direção errada porque quer fazer sozinha, sem auxílio de uma consultoria profissional com anos de experiência nesse tipo de abordagem. Aqui já tivemos diversas experiências e aprendemos até como “hackear” parte do processo.
Qual a importância da inovação para a Sciensa?
Todo negócio em algum momento se desidrata, sofre entropia e derrete se não tiver uma força agindo para manter o estado. Inovação não está ligada somente ao produto que a empresa oferece, mas também aos canais com o consumidor, estratégia de aquisição de clientes, retenção, distribuição, entre outros. Então, eu diria que as empresas que não inovam e não se reinventam acabam morrendo, pois, as companhias que estão inovando sempre estão um passo à frente no mercado e podem usar sua posição e cadeia de valor a seu favor.
Como os valores intangíveis complementam a transformação digital?
Particularmente, não sei se o nome digital é justo, pois, há tanta mudança cultural, como um ambiente de trabalho mais inclusivo e tornar a empresa mais sustentável. Acredito que as empresas acabam se tornando mais humanas e trazem um grande valor à sociedade. Atualmente muitos executivos estão preocupados em transformar o mundo em um lugar melhor e não somente trazer resultados aos acionistas. Fico muito feliz quando vejo nossos clientes criando diversos programas de inclusão social, pois, chegaram a um patamar que podem devolver à sociedade.
Em que momento a sua empresa implementou uma cultura de alto desempenho?
Percebemos que toda transformação começa de fato com Cultura, isso há sete anos, quando estávamos envolvidos em um processo de um cliente. O tema já estava quente no Silicon Valley. Frequentava muitos eventos e vi muitos cases interessantes de empresas, como a Ford, que estava se movimentando para se transformar em uma empresa de mobilidade, GE, humana e que é uma das maiores seguradoras dos EUA, entre outras companhias. Por isso, criei uma companhia, a TeamCulture, onde desenvolvemos um produto de Cultura de Alto de Desempenho, que hoje é a plataforma líder do mercado com mais de 200 clientes corporativos que utilizam a plataforma no dia a dia para medir sua cultura em tempo real.
Quais os resultados dessa cultura de uma forma prática?
Existem muitos que são intangíveis, mas como executivos gostam de números, bastam ver o valuation da XP Investimentos, que foi uma das companhias que ajudamos no processo e foi o nosso case no evento Gartner CIO Summit de 2017. Pegamos a empresa pequena, com 65 mil clientes e 30 colaboradores na área de tecnologia e um valuation que não passaria de 500 milhões de reais. Hoje, a empresa vale mais de R$150 bilhões, modelo de estrutura em Fluxos de Valor, evoluindo para um modelo de holocracia e com mais de mil profissionais somente na área técnica. Saíram de um fluxo de valor para mais de 55 em paralelo, por isso o tamanho do valor de mercado.
A expectativa para 2021 é de um faturamento de 150 milhões de reais. Essa previsão está mantida?
Estamos acelerando o passo para bater a meta de resultado, esse foi um ano muito bom, mas tivemos 2020 que foi um ano ruim. Muitas empresas congelaram suas iniciativas porque não sabiam o tamanho do impacto da pandemia, então temos que fazer o resultado de dois anos em um, o que é muito difícil.
Qual o papel das pessoas em um negócio como esse?
Sem pessoas não há criatividade, não há inovação e nem cultura. Em todas empresas que assessoramos, o número final de colaboradores cresceu, isso porque o negócio escalou de forma exponencial e gerou novas oportunidades para muitos profissionais de ponta. Haverá uma troca de papéis, as pessoas farão menos processos operacionais que não geram valor para a companhia de fato e ocasionam custos. A Inteligência Artificial está aí pra resolver, para processos de ideação, criando possibilidades para a companhia explorar e estender sua atuação.
Para encerrar, acredito que a Transformação Digital é sentar novamente na cadeira do founder da companhia e repensar sobre todas as possibilidades que a companhia possui nos tempos atuais, usando todos os recursos tecnológicos para escalar os negócios de forma exponencial. A Sciensa pode auxiliar os executivos a enxergarem essas possibilidades e montar um plano pragmático para atingir resultados contundentes em pouquíssimo tempo.
Eder Fonseca é o publisher do Panorama Mercantil. Além de seu conteúdo original, o Panorama Mercantil oferece uma variedade de seções e recursos adicionais para enriquecer a experiência de seus leitores. Desde análises aprofundadas até cobertura de eventos e notícias agregadas de outros veículos em tempo real, o portal continua a fornecer uma visão abrangente e informada do mundo ao redor. Convidamos você a se juntar a nós nesta emocionante jornada informativa.
Ao longo da história, as celebrações e eventos excessivos refletem os costumes e valores de…
Nos últimos anos, o Mato Grosso tem despertado a atenção de investidores e especialistas em…
A década de 1990 foi um marco na televisão brasileira. A disputa pela audiência entre…
No cenário do luxo e da alta moda italiana, poucos nomes carregam tanto peso e…
A figura de John Montagu, o 4º Conde de Sandwich, é mais associada à invenção…
A sororidade é um termo relativamente recente, que surgiu do crescente movimento feminista e busca…