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A indecente Abin paralela de Jair Bolsonaro

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A recente operação “Última Milha” da Polícia Federal trouxe à tona um escândalo de espionagem envolvendo a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. A investigação revelou uma suposta estrutura paralela de espionagem destinada a monitorar ilegalmente adversários pessoais e políticos do clã Bolsonaro. Entre os elementos centrais dessa operação estão a descoberta de uma minuta de decreto para um possível golpe de Estado e a utilização do programa de monitoramento First Mile. Este artigo explora os detalhes dessa investigação e suas implicações para a democracia brasileira.

A minuta do golpe

A operação “Última Milha” trouxe à luz uma minuta de decreto que poderia ser assinada por Jair Bolsonaro para promover um golpe de Estado. Esse documento é alvo de um inquérito específico, que tem como foco o ex-presidente e seus assessores próximos. A relatoria desses inquéritos está sob responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A descoberta desse documento sugere que havia um planejamento concreto para romper com a ordem democrática, utilizando a estrutura paralela de espionagem para consolidar o poder.

A estrutura paralela de espionagem

A investigação da Polícia Federal revelou a existência de uma estrutura paralela de espionagem dentro da Abin, operada por Giancarlo Gomes Rodrigues e Marcelo Araújo Bormevet. Esses dois indivíduos eram responsáveis por utilizar o programa First Mile, que permite monitorar o posicionamento geográfico de aparelhos celulares sem ser detectado pelo sistema de telefonia. A utilização desse programa para fins de espionagem ilegal representa uma grave violação dos direitos constitucionais e das liberdades civis.

O programa First Mile

O First Mile, adquirido pela Abin, é um software capaz de rastrear a localização de dispositivos móveis sem ser detectado. Esse programa foi utilizado pelos operadores da estrutura paralela de espionagem para monitorar adversários políticos e pessoais de Jair Bolsonaro. A Polícia Federal conseguiu interceptar conversas entre Giancarlo e Bormevet, nas quais discutiam a utilização do programa e a expectativa pela assinatura do decreto de intervenção. Essas conversas são evidências cruciais no inquérito sobre a Abin paralela.

O contexto das conversas interceptadas

As conversas entre Giancarlo e Bormevet, interceptadas pela Polícia Federal, revelam o grau de envolvimento e conhecimento dos investigados sobre o plano de golpe. Em uma das mensagens, Bormevet pergunta a Giancarlo: “O Nosso PR imbrochável já assinou a porra do decreto?”. Giancarlo responde: “Assinou nada. Tá foda essa espera, se é que vai ter alguma coisa”. Esse diálogo sugere que ambos estavam cientes do planejamento para romper com a ordem democrática e aguardavam a efetivação desse plano.

As implicações das investigações

Para os investigadores, as referências ao rompimento democrático feitas pelos policiais indicam, no mínimo, um conhecimento potencial do planejamento das ações que culminaram na construção da minuta do decreto de intervenção. Esse argumento foi utilizado pela Polícia Federal para pedir a prisão preventiva dos investigados e o compartilhamento de informações entre o inquérito da Abin paralela e o da minuta do golpe. Ambos os pedidos foram deferidos pelo ministro Alexandre de Moraes.

A defesa da democracia

As investigações sobre a Abin paralela e a minuta do golpe são fundamentais para a defesa do Estado Democrático de Direito no Brasil. A operação “Última Milha” e a atuação firme do STF demonstram a importância de combater qualquer tentativa de subverter a ordem democrática. A prisão dos envolvidos e a continuidade das investigações são passos essenciais para garantir que os responsáveis por essas ações antidemocráticas sejam levados à justiça.

Mais um escândalo do grupo de Bolsonaro

O escândalo da Abin paralela e a descoberta da minuta de golpe revelam uma tentativa indecente de subverter a democracia brasileira. A utilização de uma estrutura paralela de espionagem para monitorar adversários políticos é uma grave violação dos princípios democráticos e dos direitos constitucionais. As investigações da Polícia Federal e a atuação do STF são cruciais para assegurar que a justiça prevaleça e que a democracia seja protegida contra qualquer ameaça.


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