É de conhecimento de todos que o Brasil depende de matéria-prima importada para produzir seus medicamentos, assim como é sabido que quando se trata de comércio exterior, o tempo de liberação aduaneira é fator determinante para uma operação bem-sucedida e viavelmente econômica. Quanto mais rápida uma carga for liberada pela alfândega, menores serão os custos de armazenagem, menor precisará ser o fluxo de caixa, os custos de demurrage aérea e marítima diminuem ou deixam de existir, a empresa importadora corre menos riscos do seu cliente comprar produtos do concorrente e inúmeros outros benefícios. Por este motivo, os especialistas da AGL Cargo, empresa de logística internacional especializada no transporte de produtos farmacêuticos e da saúde, lançaram uma modalidade de serviço de desembaraço aduaneiro baseado em tempo de liberação aduaneira. Jackson Campos, diretor de mercado farmacêutico da AGL Cargo explica que: “O conceito é simples e sem pegadinhas. Quando a carga for liberada pela Receita Federal em menor tempo, o custo de despacho é maior e quando os produtos forem liberados em mais tempo, o valor a ser pago pelo importador – ou exportador – é menor.” A AGL Cargo é uma empresa nacional que visa o respeito e transparência com seus clientes e, por isso, tem o objetivo de se manter entre os maiores do país também no desembaraço aduaneiro.
Jackson, como funciona a logística farmacêutica?
Existem dois tipos de logística farmacêutica, aquela mais sensível, de produtos que são perdidos com qualquer variação de temperatura, umidade, luz e choque, e aquela que é sensível também, mas pequenas variações não representam tanto risco, mas precisam também ter monitoramento ou controle.
Quais os maiores desafios da logística farmacêutica num cenário pós-pandemia?
Os maiores desafios são trazer competitividade sem que a qualidade seja comprometida, ou seja, uma logística mais barata representa um remédio mais barato para a população, mas o transportador não pode deixar a qualidade em segundo plano.
Qual a principal característica desse tipo de logística?
São diversas as características, mas se fosse nomear uma mais importante, seria a sensibilidade a temperatura.
A pandemia foi o momento mais complexo e difícil desse setor em sua visão?
A pandemia mostrou como a logística farmacêutica é fundamental e fez com que pessoas que jamais tinham pensado nela a conhecessem.
Quais são os impactos oriundos da pandemia e que ainda permanecem na logística farmacêutica?
Certamente fica o aprendizado. Primeiro porque ficou evidente que o Brasil é dependente de matéria-prima e diversos medicamentos vindos do exterior. Depois, porque caso enfrentássemos algo parecido, responderíamos mais rápido com certeza.
90% da matéria-prima da indústria farmacêutica é importada. Como isso influencia na operação da logística desse ramo?
Praticamente tudo que o Brasil consome depende de importação em alguma etapa da cadeia. Não é diferente para medicamentos. O mercado farmacêutico se acostumou a isso, e lhe é conveniente, por causa do preço. Não conseguiríamos igualar os preços se as matérias-primas fossem produzidas aqui.
A dependência de insumos farmacêuticos se acentuou com a guerra entre Rússia e Ucrânia. Como isso deve ser contornado pelos players do mercado?
O Brasil depende pouco de Rússia e Ucrânia quando o assunto é mercado farmacêutico. No início da guerra o cenário logístico foi um pouco afetado, mas já não sofre tanto.
O Brasil fez doações de medicamentos para a Ucrânia, certo?
Certo. Atualmente o Brasil faz doações de medicamentos e itens humanitários para a Ucrânia, e a AGL Cargo, empresa que dirijo a vertical farmacêutica, é quem realiza o transporte internacional.
Como o lobby da indústria farmacêutica internacional interfere nessas questões?
O lobby da indústria farmacêutica internacional não consegue interferir nestes casos. Acaba ficando para os atores da diplomacia política.
O que vislumbra para a logística farmacêutica em um médio prazo?
O Brasil está se alinhando ao mundo em termos de qualidade, portanto, a perspectiva é de mais exigência dos órgãos reguladores no sentido de mais fiscalização e cobrança para que a indústria entregue sempre as melhores práticas, com o objetivo de ter um medicamento mais eficaz para os pacientes.
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