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Vilma Eid diz que pesquisa é fundamental nas artes

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Com um acervo entre os pioneiros e mais importantes do país, a Galeria Estação, inaugurada no final de 2004 por Vilma Eid e Roberto Eid Philipp, consagrou-se por revelar e promover a produção de arte brasileira não-erudita. A sua atuação foi decisiva pela inclusão dessa linguagem no circuito artístico contemporâneo, ao editar publicações e realizar exposições individuais e coletivas sob o olhar dos principais curadores e críticos do país. O elenco, que passou a ocupar espaço na mídia especializada, vem conquistando ainda a cena internacional, ao participar, entre outras, das exposições “Histoire de Voir”, na Fondation Cartier pour l’Art Contemporain (França), em 2012, e da Bienal “Entre dois Mares – São Paulo | Valencia”, na Espanha, em 2007. Emblemática desse desempenho internacional foi a mostra individual do “Veio – Cícero Alves dos Santos”, em Veneza, paralelamente à Bienal de Artes, em 2013. No Brasil, além de individuais e de integrar coletivas prestigiadas, os artistas da galeria têm suas obras em acervos de importantes colecionadores brasileiros e de instituições de ponta, tais como: a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Museu de Arte de São Paulo, o Museu Afro Brasil em São Paulo, o Pavilhão das Culturas Brasileiras em São Paulo, o Instituto Itaú Cultural em São Paulo, o SESC São Paulo, o MAM- Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e o MAR no Rio de Janeiro.

Vilma, qual o papel da arte em sua vida?

A arte revelou-se desde cedo ser de importância capital na minha vida pessoal e empresarial. Pessoal porque apaixonada acabei me tornando colecionadora e empresarial porque fiz da galeria de arte meu projeto profissional.

A arte deve ter um papel social?

Sem dúvida e acredito que esse papel termina sendo natural na função que ela ocupa. O artista cria, mas precisa da galeria para divulgar e comercializar seu trabalho. Além do que é a galeria que muitas vezes descobre o artista e joga luz a obra.

Quais os principais pilares da Galeria Estação?

A Galeria Estação desde o seu princípio em 2004 carregava um importante acervo de esculturas e pinturas da dita arte popular. Isso ditou o nosso principal pilar à direção do nosso trabalho. Aliada a preocupação em divulgar os artistas no mundo contemporâneo e dar a eles o espaço que eles devem ocupar nesse mesmo universo seguimos trabalhando esses pilares de maneira tão sólida que conseguimos alterar o mercado.

Um galerista também é de certo modo um educador?

Sem dúvida é também um educador.

Quais conceitos que o mundo das artes deve rever?

O mundo das artes não pode ser confundido com mercado de arte e isso é muito difícil que não aconteça. O mundo das artes deve rever-se continuamente para não criar padrões de aceitação e confundir-se com mercado.

Rótulos lhe incomodam?

Muito. Rótulos são como caixinhas onde você coloca os conceitos e preconceitos. Arte popular é um desses rótulos, mas com muito trabalho e muitas discussões estamos conseguindo mudar esse “rótulo”.

Em que momento você acredita que colocou o popular e o erudito em um diálogo mais profundo?

Com o trabalho da Galeria Estação e quando dei início aos convites a curadores, críticos de arte e artistas para escreverem para as nossas exposições ou colocando em diálogo artistas como, por exemplo, Ranchinho e Rodrigo Andrade. Foram quebras de barreira.

Qual a importância da pesquisa para encontrar esse tom?

A pesquisa é fundamental, no meu caso principalmente a de campo. Viajei muito pelo Brasil para pesquisar buscando ter contato com artistas já conhecidos e outros até então desconhecidos. É o conhecimento através da pesquisa que te dá autoridade para falar sobre o desconhecido.

O verdadeiro artista cria pela simples necessidade de criar. Distinguir um artista genuíno em meio à multidão é uma tarefa difícil?

O artista não-erudito cria pela necessidade de criar, mas também esse hoje já olha para o mercado, o que é compreensível. Mas ele se destaca no meio da multidão para quem tem o olho treinado e está ligado na arte.

Como o Brasil trata a arte não-erudita?

Hoje o Brasil já voltou a tratar bem a arte não-erudita. Digo voltou porque até os anos 70 os críticos de arte escreviam e falavam sobre esses artistas com a naturalidade com que falavam sobre todos. Depois houve um hiato e agora, felizmente esse é novamente um assunto recorrente.

Você já disse que a sua responsabilidade é mostrar arte. Como essa responsabilidade é renovada diariamente?

Renovo diariamente minha responsabilidade de mostrar arte pelo amor, pela paixão que tenho por ela.

Última atualização da matéria foi há 2 anos


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