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A profissão contábil por Marcio Shimomoto

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Marcio Massao Shimomoto praticamente nasceu dentro do mundo da contabilidade, sempre frequentando e ajudando o seu pai em seu escritório que iniciou suas atividades no bairro da Penha de França na Cidade de São Paulo/SP. A sua primeira formação acadêmica foi em administração em 1984. Com o desligamento de um dos sócios de seu pai, foi convidado a trabalhar na empresa. Tomou mais gosto pela profissão (como mesmo diz) e foi estudar Ciências Contábeis e, em seguida, Direito. Atualmente é diretor-presidente da King Contabilidade. A grande visão da empresa é ser reconhecida como a mais completa, profícua e conceituada Empresa de Serviços Contábeis do país, um paradigma de excelência para o mercado, com clientes encantados, colaboradores engajados e uma gestão moderna e eficaz que contribua para a perenização rentável e sustentável da Organização. “Apesar da crise, temos investido constantemente em treinamento, capacitação, tecnologia e qualidade. Hoje temos um certificado de qualidade e também fomos auditados e temos um Certificado de Segurança da Informação, o que dá uma garantia aos nossos clientes de que as informações que hoje manipulamos e geramos estão sendo tratadas com segurança e garantia. (…) Na época da hiperinflação, em que chegamos a ter inflações mensais superiores a 30%, os números perdiam sentido”, afirma o respeitado e influente empresário do setor contábil.

Marcio, como se deu a sua entrada no ramo da contabilidade?

Na verdade, praticamente nasci dentro de um escritório de contabilidade e sempre frequentei e ajudei o meu pai em seu escritório. A minha primeira formação acadêmica foi em administração e em, 1984, com o desligamento de um dos sócios de meu pai, fui convidado a trabalhar na empresa. Tomei mais gosto pela profissão e fui estudar Ciências Contábeis e, em seguida, Direito.

Especialistas dizem que o mercado de contabilidade está mais sofisticado. Quais são as mudanças mais drásticas desses novos tempos, em relação a época que você iniciou na profissão?

Não há dúvidas de que a profissão mudou muito. A contabilidade é uma das ciências que mais tem se beneficiado da evolução tecnológica. Posso citar uma passagem do grande mestre e professor Antonio Lopes de Sá que dizia que, antigamente, a contabilidade fazíamos em 5 dias e os outros 25 dias usávamos para procurar diferenças. Hoje a tecnologia nos propicia uma integração bem maior com o ambiente administrativo/operacional de nossos clientes, tendo como resultado final um serviço mais apurado de melhor qualidade e em tempo praticamente real. Conseguimos, com essa evolução, nos dedicarmos mais aos trabalhos intelectuais e menos aos trabalhos mecânicos e repetitivos.

Você afirmou que o controle da inflação funcionou como um divisor de águas na relação entre os empresários contábeis e seus clientes. Nos fale sobre isso.

Na época da hiperinflação, em que chegamos a ter inflações mensais superiores a 30%, os números perdiam sentido. Quando fechávamos os balanços anuais, os números não representavam mais a realidade do negócio de nossos clientes. Nessa época a contabilidade começou a ser usada mais como uma obrigação acessória do fisco e menos como ferramenta de gestão. Com a queda da inflação, os números começaram a fazer mais sentido e agora podemos utilizar a contabilidade para orientar os nossos clientes na gestão de seus negócios.

Em outras áreas, é dito que a sofisticação é encontrada na mais pura simplicidade. Essa máxima serve também para o ramo da contabilidade?

Concordo com a frase no nosso ramo também. No fundo, todos procuramos simplificar o trabalho, tornar as coisas mais fáceis, desde tornar um trabalho mais simples para que não ocorram erros até um relatório ou uma interpretação da contabilidade que deve ser de fácil compreensão para um leigo. Entretanto, utilizamos de várias técnicas e ferramentas sofisticadas que nos proporcionam esse resultado mais simples.

Uma frase famosa sobre a contabilidade é do pai da contabilidade moderna Luca Pacioli na qual ele diz: “Dentre as verdades, como afirmam Aristóteles e Averróis, as nossas matemáticas são as mais verdadeiras e estão no primeiro grau de certeza, e a estas seguem-se todas as demais ciências naturais”. Quanto de certeza um contador deve ter sobre o negócio de seu cliente?

Hoje, com as novas normas contábeis, devemos conhecer mais o negócio do nosso cliente. O que prevalece nas novas normas é a essência do negócio e não a forma. Ou seja, devemos contabilizar os atos e fatos pelo que ocorre na realidade do negócio e não somente pelo documento formal. Para isso, precisamos cada vez mais conhecer as particularidades dos negócios de nossos clientes para que os números reflitam a realidade da empresa.

Se possível, gostaria que explicasse para os nossos leitores, o que é o Bloco K que entrou em vigor em janeiro deste ano.

O Bloco K faz parte da escrituração fiscal digital. Ele veio para substituir o livro modelo 3 de controle de produção. Inicialmente estava previsto para que fosse discriminada nessa obrigação a composição de todos os produtos industrializados. Por exemplo: num espelho retrovisor de um veículo deveria dizer quanto plástico, parafusos, vidro, ferro etc. que compõem o produto. Num refrigerante, quanto de água, açúcar, aromatizante, conservante etc. Foi demonstrado o problema na abertura do sigilo industrial envolvido na produção e a grande dificuldade das empresas, pois não estão preparadas tecnologicamente para atender o nível de detalhe exigido e a Receita Federal voltou atrás exigindo somente valores totais.

As mudanças na Legislação fazem crescer a demanda por uma melhor formação do contabilista. Quais são os requisitos principais para esse contabilista não ficar datado em sua atividade?

A profissão contábil exige atualização constante e, com a globalização, além dos conhecimentos técnicos contábeis, fiscais e tributários, é necessário conhecer uma língua estrangeira, compreender a política, economia e gestão.

Como o digital tem modificado o negócio no ramo da contabilidade, já que a contabilidade sempre foi estática como bem disse em uma certa ocasião?

A contabilidade sempre foi estável, as suas normas não eram tão modificadas. Entretanto, quando o Brasil adotou as normas contábeis internacionais e ainda com o avanço da tecnologia, ela vem sofrendo profundas modificações. Hoje muito trabalho repetitivo, como a digitação de documentos, vem diminuindo, exigindo um profissional mais qualificado com capacidade de análise e com nível salarial mais alto.

O que o contador atual precisa fazer para não ser um mero conhecedor de práticas contábeis?

Continuar a se capacitar e sempre participar de cursos, eventos, seminários e congressos para se manter atualizado. Além disso, frequentar as entidades de classe para ter e manter um networking e conversar com os outros profissionais contábeis. É necessário ainda focar mais na contabilidade como ferramenta de gestão e utilizá-la para ajudar os seus clientes a crescer e progredir cada vez mais.

Como tem sido o papel da King Contabilidade com toda essa ebulição no mercado?

Apesar da crise, temos investido constantemente em treinamento, capacitação, tecnologia e qualidade. Hoje temos um certificado de qualidade e também fomos auditados e temos um Certificado de Segurança da Informação, o que dá uma garantia aos nossos clientes de que as informações que hoje manipulamos e geramos estão sendo tratadas com segurança e garantia.

Quais são os principais pontos que uma empresa de contabilidade deve ter, para se diferenciar no mercado?

Trabalhar sempre com foco em servir bem o seu cliente. Tudo advém de um serviço bem prestado. É preciso se manter atualizado e utilizar a tecnologia para melhorar a qualidade da contabilidade, gerando informações que, além de atender o fisco, ajudem na gestão e no crescimento das empresas clientes.


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