A empreendedora carioca Luciana Provenzano começou cedo a empreender. Aos 12 anos quis abrir uma loja de sucos. Na faculdade, vendia calças jeans para pagar a mensalidade. Aos 19 anos, montou uma gráfica com uma amiga, onde trabalhou por oito anos. Mas só se encontrou mesmo em 2002, quando abriu a Ser Integral, consultoria de desenvolvimento humano e ambiental para empresas – negócio que chegou a faturar R$8 milhões em um ano. No entanto, a vida de Luciana virou de cabeça para baixo quando, em 2010, descobriu que estava com um câncer no sistema linfático. “A doença me ensinou que tudo na vida é substituível. Mesmo assim, você tem que confiar e aceitar.” Dentro dessa nova filosofia, decidiu trocar a rotina sobrecarregada do projeto bem-sucedido da Ser Integral por um novo negócio: em 2012, mais uma vez com a irmã Paola Provenzano – e agora com seu cunhado Vandré Nicolau, criou a TAO Sustentabilidade, empresa especializada em educação ambiental para escolas e empresas, que faturou R$ 1,6 milhão nos últimos três anos. “As pessoas estão sendo manipuladas, acreditando que estão evoluindo. Meu papel como educadora é levar conhecimento… não desisto jamais. (…) As empresas ainda não compreenderam que ter pessoas certas, no lugar certo faz toda diferença. Algumas empresas que tive a oportunidade de trabalhar investem no desenvolvimento de forma integral”, afirma a empresária.
Sempre quando começamos uma entrevista com empreendedores, gostamos que eles se apresentem ao nosso público. Então Luciana, fale um pouco sobre a sua história para quem ainda não lhe conhece.
Sempre tive vontade de empreender. Desde pequena fazia bijuterias e vendia. Aos 15 anos pedi pro meu pai comprar um conjunto de iluminação de festa para eu alugar; aos 16 pedi pra ele arranjar um trabalho para mim na empresa onde ele trabalhava, pois, queria estagiar já que estava me formando em técnica em Administração. Aos 17 entrei para Faculdade de Relações Internacionais e vendia calça jeans para pagar a faculdade. No primeiro período consegui estágio numa empresa de importação, saí e fui trabalhar numa gráfica rápida. Aos 19 montei com uma amiga, uma gráfica nos mesmos moldes da que eu trabalhava. Iniciamos o negócio com um computador, o meu na época, o dinheiro do Chevette que ela vendeu e um empréstimo do namorado dela. Daí não parei mais de empreender. São muitas histórias engraçadas e vários desafios.
Aos 19 anos, você foi sócia de uma gráfica. O que esta experiência lhe trouxe de aprendizado para o caminho que trilharia logo a seguir no mundo dos negócios?
Nossa, muita coisa. Primeiro, a coragem. Entrei no negócio com a certeza de que daria certo. Depois, persistência. Corri muito atrás. Passei noites sem dormir alceando papéis, colocando espiral, imprimindo… Depois percebi que precisava entender de tudo. Aprendi na marra sobre contabilidade, impostos, etc. Tive alguns prejuízos, mas que me trouxeram muita experiência.
Em 2003, você oferecia consultoria em desenvolvimento humano para empresas. Como enxerga o desenvolvimento humano nas organizações do nosso país?
As empresas ainda não compreenderam que ter pessoas certas, no lugar certo faz toda diferença. Algumas empresas que tive a oportunidade de trabalhar investem no desenvolvimento de forma integral, mas a maioria faz o que tem que ser feito. Acreditam que podem desenvolver alguém com um curso de 8 horas.
Quão é crucial o assunto sustentabilidade no seu modo de ver e viver?
É uma maneira de ser e ver o mundo. Ser sustentável é ter uma visão sistêmica da vida. É compreender que tudo está relacionado e é interdependente. Dessa forma você vive muito mais conectado e feliz.
Em que momento a ideia de criar a TAO Educação, Comunicação e Sustentabilidade tornou-se palpável?
Em 2010 ganhei um prêmio na implementação de um programa de educação ambiental. Tive a oportunidade de vivenciar mais de perto a realidade do nosso país e de outras localidades como Moçambique e Colômbia. Nessa época minha equipe tinha como coordenador de campo, o Vandré Nicolau e como consultora minha irmã Paola. A partir dessa experiência tivemos a ideia de abrir juntos uma nova empresa, com o foco nas expertises de cada sócio, que são educação e sustentabilidade. O nome TAO, veio do Taoísmo, que significa caminho do meio.
Você afirmou que quando visita alguns locais no interior do Brasil, a pobreza é tão grande que a sensação é de estar na Índia. O que mais te impressionou nessas suas andanças?
Que não precisamos ir muito longe para enxergar essa pobreza, que não é só financeira, mas uma pobreza de visão, de cultura, de conhecimento, de amor, de colaboração. Você está lá, levando conhecimento, visão de mundo e as pessoas estão mais interessadas na internet, no telefone celular e no cartão de crédito para parcelar. Foi essa a cultura que nosso país disseminou. As pessoas estão sendo manipuladas, acreditando que estão evoluindo. Meu papel como educadora é levar conhecimento… não desisto jamais.
Quais foram as principais dificuldades e alegrias que teve quando decidiu implementar o seu projeto?
Dificuldades não tive, mas desafios. Como qualquer empresa e projeto, é preciso se sustentar. Esse é um desafio eterno. Alegrias são muitas. Quando as pessoas enxergam seu potencial, um novo mundo se abre. É lindo observar as pessoas expandindo.
Quando o sucesso chegou para você, sua vida estava desestruturada. Como você conseguiu a restruturação total de todos os aspectos da sua vida?
Existem dois significados literais da palavra sucesso: é aquilo que sucede qualquer resultado de um negócio, de um empreendimento. Eu acreditava que sucesso estava totalmente relacionado ao fato de atingir o resultado, a questão é que quando cheguei lá não havia vivido o caminho que sucede. Hoje acredito que sucesso é saber viver todos os momentos e estar presente. Como aprendi? Vivendo e em vários momentos, sofrendo.
Como vê o tratamento dado pela mídia quando os assuntos são educação ambiental e sustentabilidade?
Hoje vejo muitas iniciativas incríveis acontecendo, mas a mídia ainda tem uma visão muito limitada. Acredita que este assunto esta apenas ligado à natureza.
A TAO conta com uma equipe de especialistas, consultores e trainers com expertise em programação neurolinguística e desenvolvimento humano. Acredita que esse é o principal fator para que a empresa seja diferenciada e extremamente valorizada no mercado?
As pessoas são a essência da empresa. Nossa equipe e nossos parceiros amam o que fazem e isso torna nossa empresa diferenciada. Quando criamos e implementamos um projeto, além da preocupação com entrega e com prazos, preocupamos com quem vai receber e colocamos um ingrediente essencial, que são os nossos valores!
Qual foi a lição fundamental que tirou quando teve o seu problema de saúde e que gostaria de passar para os leitores desta entrevista.
Aprendi a ter paciência e jamais perder a fé e a vontade de fazer a diferença neste mundo. Aprendi a ter uma gratidão genuína pela vida e essa conexão com algo maior, me fez perceber que nunca estamos sozinhos. Tudo está conectado, e o movimento que faço pela minha cura, é a cura de milhões de pessoas. Meu conselho: olhem para si de forma integral e ouçam os sinais que a vida dá.
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