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Acesso a medicamentos com assertividade

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Nesta entrevista exclusiva do portal Panorama Mercantil com Leopoldo Veras, CMO e cofundador da Omni Saúde App, exploramos sua jornada e visão para a empresa. Ele compartilha sua missão de democratizar o acesso a medicamentos por meio da tecnologia, impulsionada pela falta de acesso apropriado à assistência farmacêutica no Brasil. Além disso, destaca a criação de tecnologias bancárias e de IA para viabilizar o atual modelo de negócios. Leopoldo também discute a estratégia B2B da Omni, destacando a importância da saúde para as empresas e o potencial de crescimento nesse mercado. Sua experiência anterior em empresas como Cannect e Conexa influenciou a abordagem da Omni, centrada no usuário e na geração de valor. A entrevista explora como a tecnologia da Omni simplifica a compra de medicamentos para colaboradores, tornando o processo rápido e conveniente. Ele também detalha os critérios rígidos para garantir a aquisição de medicamentos prescritos. Leopoldo destaca a importância de oferecer uma jornada completa de cuidados para colaboradores e seus familiares, enfatizando a adesão ao tratamento. Ele compartilha os desafios superados pela Omni, incluindo o desenvolvimento interno do aplicativo e investimentos em segurança de dados. Por fim, Leopoldo fala sobre os planos da Omni, incluindo parcerias e expansão, e como as healthtechs, como a Omni, podem melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Leopoldo, que desafios você enfrentou ao fundar a startup Omni e como a ideia de democratizar o acesso a medicamentos através da tecnologia se tornou uma missão para você?

A falta de acesso democrático a medicamentos e a insuficiência na assistência farmacêutica no Brasil foram um dos principais pontos de incentivo. Não sustentadas pelo SUS ou pelo programa de Farmácia Popular do Governo Federal, são problemas críticos que afetam milhões de brasileiros. Essas questões são de extrema importância e demandam soluções inovadoras que atendam as necessidades nacionais de saúde. Além disso, tivemos que criar tecnologias bancárias e de IA que ainda não existiam e que possibilitam nosso modelo de negócio atual.

Qual foi o momento crucial em que você percebeu que o mercado B2B era a melhor abordagem para a Omni e como vocês conseguiram diferenciar a solução oferecida das demais opções do setor de saúde?

Apesar de medicamentos estarem presentes em 80% das intervenções médicas, apenas 16% dos empregadores no Brasil possuem algum benefício relacionado a medicamentos. Isso acontece porque são as empresas que protagonizam o mercado de benefícios no Brasil, pois, saúde é algo que têm um impacto direto na produtividade dos colaboradores, se tornando assim, algo estratégico para elas. Atualmente, no Brasil, temos 2 milhões de beneficiários de planos de medicamentos. Valor muito menor que os beneficiários de planos odontológicos, por exemplo, que compõem 30 milhões, e saúde, com 50 milhões. Existe um espaço muito grande para crescimento.

Quais foram os principais aprendizados que você trouxe de suas experiências anteriores com a Cannect e a Conexa, e como eles influenciaram a estratégia da Omni?

Há diversos pontos em comum entre as empresas, como o mesmo público alvo, que é de RH, o fácil acesso a capital vindo de investidores, o know how do setor de saúde, acesso a profissionais qualificados do segmento e o ideal de criação de serviços inovadores na saúde. O objetivo é o mesmo: ter o usuário no centro da estratégia, gerando valor na cadeia.

Como a tecnologia da Omni permite que os colaboradores comprem medicamentos de forma mais fácil e conveniente em qualquer farmácia do Brasil, dentro do aplicativo da empresa?

É um app simples e intuitivo, que funciona como um saldo em uma carteira digital com pagamento pelo PIX. A tecnologia desburocratiza o processo de compra, sendo que, com nosso app, em três cliques, o usuário já está na farmácia. Além disso, o crédito do benefício pode ser usado em qualquer farmácia do Brasil. Seja loja física ou digital, podendo aproveitar qualquer desconto que exista. Seja da indústria, do varejo ou qualquer outro programa.

Quais são os critérios utilizados pela Omni para garantir que apenas medicamentos que estão atrás do balcão das farmácias sejam adquiridos através do plano?

Existem diversos mecanismos de controle e integração que garantem a segurança no processo. Ajudam a garantir, por exemplo, que o estabelecimento é uma farmácia e está regular com a ANVISA; com cadastros de medicamentos para controle de preços; com cadastro de médicos e outros. Também usamos IA para interpretação de prescrições e para guiar as equipes de gestão de saúde populacional em suas intervenções. É realizado reconhecimento de RG ou CNH, reconhecimento facial no cadastro e no ato da compra. Assim como a validação do nome do beneficiário, medicamentos prescritos, dosagem, CRM do médico, data da receita, data da compra, nome do prescritor e quantidade de caixas.

Por que a oferta de uma jornada de cuidados completa para os colaboradores e seus familiares é uma prioridade para a Omni?

A assistência farmacêutica contribui principalmente para a adesão aos tratamentos, sendo que não adianta o beneficiário acessar o médico, chegar no diagnóstico e não conseguir seguir com seu tratamento medicamentoso. Pelo menos 40% dos diabéticos e 53% das pessoas com insuficiência cardíaca abandonam o tratamento. Garantir a continuidade do cuidado é fundamental para melhores desfechos e redução do risco populacional.

Quais foram os maiores obstáculos que vocês enfrentaram ao introduzir a Omni no mercado e como vocês conseguiram superá-los?

Um dos principais foi o desenvolvimento do aplicativo, o que aconteceu de forma 100% interna e com tecnologia proprietária. Trouxemos tecnologias inovadoras, muitas delas de outros países, como questões de segurança de Israel e integração com diversas fontes de dados, para garantir uma experiência simples para o beneficiário. Tudo isso só foi possível com um time interno e de fornecedores altamente qualificados.

Como a Omni lida com questões de segurança e privacidade dos dados dos usuários, especialmente quando se trata de informações sensíveis relacionadas a medicamentos e saúde?

Segurança de dados, sem dúvida, foi a área que recebeu os maiores investimentos da Omni. Todos os dados cadastrais são criptografados e mantidos protegidos, independente dos dados transacionais. Os relatórios administrativos são apresentados com dados consolidados e existe a possibilidade de acesso aos dados pelos médicos da empresa, desde que logados na plataforma Omni, por meio do CRM do profissional, e reconhecimento do profissional por meio das soluções de segurança. Neste caso, de acesso pelo médico, ele pode ter acesso aos dados individualizados apenas se o beneficiário aceitar compartilhar suas informações com as equipes médicas, com finalidade de garantir o cuidado seguro e apoio ao tratamento.

Quais são os planos da Omni para expandir sua atuação e alcançar mais empresas e colaboradores?

A Omni nasceu nacional e focada em empresas de médio porte, mas, estamos sendo muito bem recebidos por grandes empresas. Alguns caminhos apontam para parcerias com corretoras, administradoras e até operadoras de planos de saúde.

Como você vê o papel das healthtechs, como a Omni, no contexto geral do sistema de saúde e como acredita que elas podem contribuir para melhorar a qualidade de vida das pessoas?

Saúde é um dos principais setores que podem se beneficiar do uso de tecnologia e dados. É um setor fragmentado, com baixa troca de informações, índices elevados de uso abusivo e fraudes. A Omni, nesse cenário, contribui com a coordenação de cuidados, estratificação de riscos e proximidade com o beneficiário para empoderá-lo em suas escolhas, além de guiar as pessoas para o uso consciente e racional do sistema de saúde.


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