Alfredo Rocha é um estudioso nas áreas de Psicologia, Filosofia e Sociologia, com especialidade em Comunicação. Os livros sempre continuam sendo seus grandes mestres, mas foi viajando pelo Brasil, aprendendo com diversos empresários de vários portes, segmentos e formações que deu a ele uma visão mais ampla e real do que é ser empresário ou ser comerciante. A prática de vivenciar diversas experiências e presenciar fatos no dia a dia da vida empresarial brasileira, enriquece e atualiza a qualidade das informações que hoje são divididas com diversos líderes empresariais e seus colaboradores através de Seminários e Treinamentos ministrados pelo próprio autor, que traz na força de sua comunicação, a certeza e a convicção de um prático. Mais de 3 milhões de pessoas já o assistiram ao vivo e se surpreenderam ao conhecer de perto as ideias apresentadas por Alfredo Rocha, que carrega como pontos fortes a simplicidade, a objetividade, o conteúdo e a descontração. Há vários anos está entre os principais palestrantes mais contratados para eventos empresariais e Seminários “In company” pelas principais empresas nacionais e multinacionais. Atualmente está se dedicando também ao desenvolvimento de projetos ligados à revolução digital. “Nós precisamos educar as pessoas, que o nosso trabalho vai além de produzir produtos, oferecer serviços ou vender ideias”, afirma o palestrante.
Quais seriam as características de um líder no século XXI?
A primeira característica é que esse líder estuda a liderança. Ele se torna realmente um líder gestor. Como se promovia um líder no passado? Primeiro, se promovia por tempo de casa; segundo, por habilidade técnica; terceiro, por honestidade. Isso continua sendo importante, mas não basta. O líder do século XXI precisa ir além. Ele precisa fazer gestão, principalmente ele precisa fazer gestão de mudanças. Ele precisa ser um agente de mudanças. O mundo sempre mudou, só que hoje muda de forma exponencial. Estratégias e ideias que deram certo há dois ou três anos, hoje não dão certo mais. No passado, boas ações, boas ideias, boas técnicas, demoravam décadas. Elas ficavam décadas dando resultados.
Hoje o que deu certo às vezes no semestre passado não dá certo neste semestre. É claro que não vamos esquecer de tudo, tem coisas que nunca mudam, mas as coisas são muito dinâmicas hoje em dia. O mundo muda, as tecnologias, as ciências e os processos mudam, enfim, nós precisamos estar atentos e implantar em nossa empresa e em nosso dia a dia. E quem é o grande agente de mudança? O grande agente de mudança é o líder. Nada muda se o líder não mudar. Outro desafio importante do líder do século XXI, é fazer uma excelente gestão da inovação. Olhe a sequência: mudanças e inovação. A inovação é a ideia do milênio, diferencial das empresas inclusive.
Nos anos 70 o diferencial das empresas eram as máquinas; nos anos 80 foi a qualidade total (entrando inclusive nos anos 90), depois viraram os processos e sistemas; nos anos 2000 a diferença era a TI (Tecnologia da Informação). Hoje a palavra mágica no mundo atual é inovação. Esse mundo hoje está caminhando para a indústria 4.0, onde mudanças exponenciais vão acontecer dentro da empresa e o grande gestor é o líder (com certeza absoluta). E aí vem o terceiro desafio do líder do século XXI, que é fazer uma excelente gestão de pessoas. Hoje tudo é muito igual, tudo muito parecido.
As empresas todas têm máquinas muito parecidas, tecnologias parecidas, então o grande diferencial serão justamente as pessoas, a criatividade das pessoas, o comprometimento das pessoas. Em última análise o desempenho, a produtividade, a performance das pessoas, e o líder é responsável por isso. Além de entender hoje dos nossos negócios, nós vamos precisar também entender de gente. Além de entender de mercado, além de entender de tudo aqui que é necessário, hoje nós vamos precisar entender de gente. Nada começa em algo, tudo começa em alguém. Esses são os três principais desafios, obviamente têm vários outros, mas eles se encaixam dentro desses três desafios do líder do século XXI.
Que característica esse líder não pode ter e que se obter poderá ser o seu grande “Calcanhar de Aquiles?”.
Eu vou citar dois grandes perigos para o líder hoje que pode se tornar um Calcanhar de Aquiles. Umas das ideias é inclusive antagônica a primeira resposta que eu dei, que é o líder ser resistente as mudanças. Se nós vivemos num mundo que muda em alta velocidade e esse líder é um líder resistente as mudanças, esse líder dificilmente será um líder eficaz. Dificilmente será um líder que vai fazer acontecer o que tem que acontecer. Às vezes as coisas não acontecem na empresa (como eu citei na primeira resposta) porque o líder não é um agente de mudança, pelo contrário, alguns líderes são bloqueadores de mudanças, ele é resistente as mudanças. E por quê? Por uma razão óbvia, primeiro que as pessoas têm medo do desconhecido, o ser humano tem medo do desconhecido e claro que hoje ninguém tem a regra do jogo nas mãos. A época das certezas absolutas, que era a épocas dos nossos avós, não existe mais. A velha fórmula administrativa (planejamento, organização, comando, coordenação e controle) não basta nos dias de hoje. Então, nós vamos precisar ter a mente aberta, o espírito aberto, e ser o agente da mudança.
Quando esse líder é resistente às mudanças, ele contamina todo o seu departamento e se ele está na alta diretoria ele contamina toda a empresa. Esse é um problema. Muitas empresas perderam a liderança de mercado (algumas até fecharam as portas) porque não implantaram as mudanças necessárias sendo o motivo principal a liderança de cabeça dura, a liderança resistente às mudanças. Nós temos que tomar um cuidado danado. Receita para perder mercado e dinheiro, é tentar repetir fórmulas do passado, ou seja, fazer a mesma coisa do mesmo jeito sempre. Muito cuidado você que é líder. Como disse o físico escocês James Dewar: “o cérebro é como um paraquedas. Só funciona quando está aberto”. Fique ligado!
O segundo Calcanhar de Aquiles de um líder dos tempos atuais, é o líder que desiste de aprender. Isso é um perigo, um perigo! Hoje mais do que nunca, a liderança está constantemente em reciclagem. A reciclagem é constante. Claro, nós temos muita experiência, você que já é um líder tem muita experiência, só que os mercados estão em transformação. As exigências da concorrência são violentas. As tecnologias são inovadoras. A palavra mágica é você ter a mentalidade de aprender. Aquelas pessoas que acham que já chegaram num ponto e que não precisam mais aprender nada vão ter problemas, e consequentemente essas empresas terão problemas. Empresas que têm líderes que não aprendem, são empresas que correm o risco de fechar as portas. Nós precisamos de uma liderança que aprende. Peter Senge no seu livro “A Quinta Disciplina”, tem uma colocação linda onde ele diz: “as empresas que não virarem escolas, terão sérios problemas nos futuros”. Eu vou falar de uma maneira mais incisiva: a empresa que não virar escola fecha! O líder que não aprender não serve mais nos tempos atuais. Inclusive tem uma mensagem dura sobre liderança que eu gosto de colocar nas minhas palestras. É muito forte, mas é muito importante. Essa frase é do autor Bill Hybels: “quando um líder para de aprender, ele também deve parar de liderar”.
A liderança é o fator decisivo numa disputa comercial ou outros fatores são mais importantes que este?
Sem dúvida alguma. Liderança é um fator decisivo numa disputa comercial. Claro que não é só isso. A capacidade que esse líder precisa ter de ser um bom vendedor e um bom negociador também é importantíssimo. Pode observar, os melhores líderes com certeza são bons em vendas e são bons em negociação, até porque a todo momento estamos negociando. Então, a liderança também é com certeza decisiva para uma disputa comercial. E não só isso. A liderança é um fator decisivo para absolutamente tudo. O sucesso de uma empresa (ou o não sucesso de uma empresa) está intimamente ligado com suas lideranças. O sucesso de um país! Observe que um país quando progride, um país quando vai para frente, pode ter certeza absoluta que as suas lideranças são decisivas para que isso aconteça.
As escolhas, as decisões, as atitudes, as ações dessas lideranças, são fundamentais para o sucesso de um país ou também para o não sucesso de um país. E assim também é na própria família. Na sua família é assim. Em momentos que a sua família progride, alguém está liderando ela; em momentos que a sua família para de progredir, está faltando alguém para liderar ela. E dentro da empresa? No âmbito da empresa é decisivo! Quando eu chego numa empresa e observo que tem algum departamento por lá que é um sucesso, algum departamento que as coisas saem no tempo e na hora, eu sei que o motivo é a liderança.
Como uma empresa pode obter excelência em seus processos?
Nós vivemos a era da excelência. As empresas que conseguem maior produtividade, maior desempenho e (em última análise) maior resultado financeiro inclusive são as empresas excelentes. Têm muitas empresas boas. Têm muitas empresas inclusive até mais que boas, até muito boas, mas que estão tendo problemas. Inclusive empresas muito boas fecharam as portas. Hoje estão com as portas abertas e obtendo lucro (conseguindo resultado), as empresas que são excelentes. Não tem jeito. Como disse, nós vivemos a era da excelência e por que isso? Porque os clientes mudaram. Os clientes hoje são mais bem informados; os clientes hoje têm maior poder de escolha; os clientes hoje fazem comparação como nunca. Então, não tem jeito. A busca pela excelência é fundamental para o sucesso de uma empresa. Quando nós falamos de excelência, nós falamos do quê? O primeiro desafio para a excelência é a melhoria contínua. Esse é o desafio da excelência: melhorar toda hora, melhorar todo dia, melhorar todo mês, melhorar todo ano. A máxima da excelência diz assim: “excelência é ser hoje melhor do que ontem. E amanhã? Melhor do que hoje”.
É fácil? Não, é difícil pra caramba! É o nosso desafio. Nós não podemos esquecer que excelência é uma rodovia, com um detalhe: excelência é uma rodovia que não tem um ponto de chegada. Se uma empresa achar que chegou na excelência… porque quando você acha que chegou, você para. E se no mundo de hoje você acha que chegou, você fica para trás rapidinho. Então, excelência é uma rodovia que não tem um ponto de chegada. Você não pode parar de melhorar nunca! Tem uma frase sobre a excelência que eu gosto muito que diz assim: “quando deixares de ser melhor, deixarás de ser excelente”. Não tem jeito. A todo momento nós temos que buscar nos desenvolver, buscar novas tecnologias, implantar novos sistemas, novos processos, enfim, nós temos que ser uma empresa de excelência. E para isso que serve a busca da melhoria contínua. Não tem jeito. Por isso as melhores empresas do mundo, as empresas mais lucrativas, batalham para serem melhores que elas mesmas. A luta da excelência é você ser melhor que você mesmo, porque se você buscar ser melhor que você mesmo todos os anos, a briga com a concorrência vai ser mais fácil.
A base de excelência de uma empresa é a mesma que deve ser utilizada por um profissional?
Algumas coisas sim. Mas o profissional para buscar a sua excelência, vai precisar ir além, e você como líder precisa entender esse ir além das pessoas. Eu falei que hoje nós precisamos buscar fazer uma boa gestão de pessoas. É fundamental que você vá além. Para uma pessoa ser excelente, primeiro você precisa considerar alguns passos. Primeiro nós precisamos conscientizar as pessoas do que é excelência, dá importância da excelência e o que ele ganha sendo excelente, mostrando a ele que ele pode ser excelente. Ele, na verdade, tem toda a condição de ser excelente. E isso é que a empresa vai exigir dele. Só que a empresa não vai exigir dele excelência sem oferecer a ele. E oferecer a ele o quê? Hoje dentro de uma empresa para uma pessoa se tornar excelente, precisamos educá-la. Educar para quê? Educar as pessoas dentro da filosofia, dos valores, dos princípios da nossa empresa. Nós precisamos educar as pessoas, sobre a importância dos clientes para a empresa e também sobre a importância dos clientes na vida dele (para o progresso pessoal dele também).
Nós precisamos educar as pessoas, que o nosso trabalho vai além de produzir produtos, oferecer serviços ou vender ideias. Nós temos um propósito. Dificilmente uma pessoa se torna excelente se ela se torna somente executora de tarefa. A pessoa se torna excelente quando ela trabalha com sentimento de propósito (isso conta demais). Nós precisamos conscientizar. Nós precisamos educar e aí? E aí nós precisamos treinar as pessoas. Ninguém se torna excelente sem treino. E treino é repetição. Treino é repetição e repetição. Você observa o Messi. O Messi é um jogador de futebol excelente. O Cristiano Ronaldo é excelente. O Neymar é excelente. Agora se não treinar, não será excelente. Ele pode ter todo o conhecimento, ter toda a habilidade, mas sem treino não há excelência! É fundamental que haja também esses três aspectos. E para fechar a ideia, e para que essa excelência se mantenha (porque o nosso desafio é ser excelente sempre, não é fácil, mas é um desafio) nós precisamos motivar as pessoas. De novo entra a importância do líder entender de gente. A motivação conta muito… a motivação que o líder leva para a sua equipe, para o seu pessoal conta muito para excelência das pessoas que trabalham com ele.
O sucesso é uma maratona sem fim como dizem alguns dos mais brilhantes consultores do nosso tempo?
O sucesso é uma jornada. O sucesso é uma jornada e não é simplesmente o final feliz. O sucesso é a jornada feliz. Definição de sucesso, a mais completa que eu já ouvir até hoje, é de um homem chamado Paul Meyer. A definição dele sobre sucesso é uma definição que eu defendo muito e acredito muito. Ele diz assim: “sucesso é a realização progressiva de metas pessoais, meritórias e pré-determinadas”. Vamos observar então de uma maneira assim mais objetiva. Sucesso é a realização de metas. Então está aí o primeiro passo para você fazer sucesso. É você ter uma meta. Você tem que ter um objetivo e buscar esse objetivo. Mas o sucesso não é simplesmente chegar nesse objetivo. A busca também é um sucesso. A busca também deve ser algo prazeroso. Sucesso é a realização de metas pessoais (vamos à sequência da definição de Paul Meyer). Por que pessoal? Porque o que é sucesso para mim Alfredo Rocha, provavelmente não é sucesso para você que está realizando essa matéria e provavelmente não é a mesma coisa para você que está lendo essa matéria. Sucesso é uma coisa muito pessoal. Sucesso para um grande empresário, para um grande empreendedor, é montar uma terceira empresa (sendo que ele já tem duas). Sucesso para ele é montar mais uma fábrica para empregar mais mil funcionários.
Sucesso para um monge que medita nas montanhas do Himalaia, é conseguir acelerar o desabrochar de uma rosa ou de uma flor com o poder de sua mente. Observe, são totalmente diferentes os objetivos, as metas… o empresário é montar mais uma empresa, pode ser comprar um avião! Agora o monge que medita nas montanhas do Himalaia, para ele sucesso é acelerar o poder da mente dele ou o desabrochar de uma flor, ou de uma rosa. Eu pergunto a você: alguém tem mais sucesso que o outro? Não, os sucessos são iguais. O sucesso é realização de metas pessoais e meritórias. Por que meritórias? Porque se eu decido formar um grupo e assaltar um banco, conseguindo que a polícia não me pegue, nem eu e nem meus colegas, nós fizemos sucesso? Não, nós não fizemos sucesso. Por quê? Porque não é meritório.
Nós não fizemos sucesso, porque sucesso dentro da sociedade em que vivemos precisa ser algo meritório. Inclusive existem muitas pessoas aí que dão dó. Você olha e fala: “nossa, olha que sucesso!” Vai ver… muitos deles estão até presos. Então deve ser uma coisa meritória. E pré-determinada. É importante sabermos que as coisas não acontecem de hoje para amanhã. Sucesso é uma coisa que você precisa planejar. Colocar as suas metas a curto, médio e longo prazo. Enfim, sucesso é uma coisa muito pessoal. Para algumas pessoas, sucesso é ir simplesmente na onda, principalmente na onda da mídia, ou melhor, da grande mídia. Sucesso é ser famoso, sucesso é ter carrão, sucesso é ter muito dinheiro… Olha, existem pessoas que não têm o carrão, não são famosas e nem tem muito dinheiro, mas digo pra você com convicção que são muito bem-sucedidas também!
Sucesso é algo que pode ser medido ou a avaliação deve ser diferente para cada pessoa?
Na verdade, medir o sucesso é algo muito difícil. Nós entendemos agora pouco na pergunta 6 o que é sucesso. Você só pode medir o sucesso comparando você com você mesmo. Se você ficar querendo comparar o seu sucesso com as outras pessoas, você vai primeiro ficar feliz em alguns momentos e triste na maior parte do tempo. Infelizmente nós somos muito educados e treinados para comparar o nosso sucesso com o sucesso das outras pessoas. Nós acabamos de ver agora, que o meu sucesso não é o mesmo pra você, como não é o mesmo sucesso para a sua esposa, para o seu filho ou para o seu pai. Sucesso é uma coisa muito pessoal. Nós temos uma facilidade muito grande de ficar comparando sucesso baseado em coisas como a gente viu também agora a pouco na resposta anterior. Sucesso não está baseado em ter coisas. O sucesso está baseado no ser e principalmente no ser feliz! Quando você fala de sucesso, se você não falar de felicidade, você não está falando de uma pessoa bem-sucedida. Inclusive algumas pessoas confundem sucesso com bens materiais e com o ter. Sucesso não está baseado no ter.
Sucesso está baseado no ser, no ser humano e principalmente no ser feliz! A maior meta de todo ser humano qual é? É ser feliz. Por que as pessoas querem sucesso na vida? Para serem felizes! O sucesso é algo que está intimamente ligado com a sua felicidade. É um problema danado quando você baseia o sucesso no ter. Quando você está aqui embaixo, você vê uma montanha lá em cima e você diz assim: “eu preciso chegar no alto dessa montanha, lá naquele morro…” Aí você sobe aquele morro… só que acontece quando você chega naquele morro você vê umas outras montanhas que você não via lá embaixo. Aí você diz assim: “não, eu serei um sucesso quando eu chegar no topo daquela outra montanha…” Aí você batalha de novo e chega no alto daquela outra montanha que você não avistava lá embaixo e que você avistou no momento que subiu na montanha anterior. Agora, quando você chega naquela outra montanha, você avista outras montanhas e daqui a pouco você morre e não é feliz (porque você morre perseguindo coisas).
O sucesso é algo que pode ser medido com você mesmo no ano anterior; com você mesmo quando você nasceu… Como era a vida do seu pai quando ele tinha a sua idade? Como é a sua vida hoje? Percebe que você hoje provavelmente está melhor que seu pai estava na sua idade? Isso é porque você está medindo o seu sucesso, então você vem fazendo sucesso. Tem um exemplo que eu gosto de dar que é o seguinte: que idade tem o seu filho? Quando você abria a geladeira na idade do seu filho, o que tinha na geladeira? Veja hoje quando o seu filho abre a geladeira o que tem. Veja como vive o seu filho hoje. Provavelmente o seu filho hoje vive uma vida mais tranquila, uma vida melhor, uma vida com maior riqueza do que você vivia na idade dele! O seu filho hoje provavelmente tem mais oportunidade que você teve na idade dele. Concorda? E quem está dando essa oportunidade pra ele? Você. Então mostra que você é um sucesso.
O sucesso é algo que pode ser medido ou a avaliação deve ser diferente para cada um e pode ser medido com você mesmo. Então, você vem melhorando a sua vida, você vem dando melhor condição de vida para o seu filho. Compare sucesso com você mesmo e cuidado para não ficar comparando sucesso com o ter. Sucesso não é ter, não é só ter. É claro que sucesso é alcançar metas, mas não é só ter. Algumas pessoas são tão pobres que só têm dinheiro… é um problema danado. E é diferente para cada pessoa. Nós acabamos de ver na resposta anterior. Para um monge, para a Madre Teresa de Calcutá sucesso não é nada disso. Inclusive em uma certa ocasião, um milionário disse entregando um cheque de milhões para ajudar as casas da Madre Teresa de Calcutá e quando o empresário foi visitar e viu aqueles doentes, aquelas pessoas enfermas, aquelas pessoas com uma condição de vida precária, ele entregou o cheque para a dona Madre Teresa de Calcutá e disse: “senhora, eu não faria isso por dinheiro nenhum!” Ela pegou o cheque olhou para ele e disse: “eu também não!” Sucesso para ela era isso. Ela não fazia por dinheiro. Ela fazia porque era algo que para ela era sucesso.
Motivação é a mola propulsora para chegar onde se quer?
Com certeza absoluta! A motivação é mola propulsora que arremessa você do hoje onde você está rumo ao amanhã onde você quer chegar. Muitas pessoas sabem o que deve ser feito (e não fazem). Existem pessoas inteligentes. Existem pessoas criativas. Existem pessoas altamente capacitadas e que não saem do lugar. E o motivo qual é? Está faltando a motivação. Quando você analisa a palavra motivação, você encontra de novo metas aí. Motivos para a ação. Quando alguém diz que a vida não vale a pena, essa pessoa está querendo dizer sabe o quê? Eu não tenho sonhos, eu não tenho objetivos, eu não tenho metas que valham a pena. Ela é a mola propulsora que leva você onde você quer chegar. Agora observe que a argamassa da motivação, são as metas. Eu gosto de um exemplo que é o seguinte: a motivação para o ser humano é muito parecido com o combustível para o automóvel.
Você tem um carrão, com alta tecnologia, um carrão de última geração, tudo de primeira qualidade, um carrão conectado com toda modernidade do tempo e do futuro. Agora se você tem esse carrão e não bota combustível nele, ele não sai do lugar. É um carrão, tudo perfeito, zero km, novinho, mas sem combustível não sai do lugar. O que quero dizer com isso? Quero dizer que nós conhecemos muitos carrões. Às vezes pode ser um primo nosso, um irmão nosso, um amigo nosso, um colega de trabalho que é inteligente, que é capacitado, mas que não vai para frente e não sai do lugar, ou seja, está faltando motivação. Em última análise, está faltando combustível. A motivação é o combustível para o sucesso. É o combustível para você chegar lá com certeza. Sem motivação é como um carro sem combustível, não vai a lugar nenhum!
Como a inovação se encaixa na cultura empresarial de um país?
Nós precisamos entender a importância da inovação hoje. O diferencial das empresas nos 70 foram as máquinas; o diferencial das empresas nos anos 80 foi a qualidade total. Lembra da frase “a qualidade faz a diferença”, entrou até nos anos 90. Nos anos 90 o diferencial foi os sistemas, os processos e as certificações. Lembra dos processos? 5S (Housekeeping). Aí vieram as certificações ISO 9001, ISO 20000 e vai por aí afora… Agora nos 2000, qual foi o diferencial? Foi a TI (Tecnologia da Informação). Hoje o computador que o seu filho faz o trabalho de escola tem mais tecnologia agregada do que a Apollo 11 que levou o homem à lua, e que completa agora 50 anos. A inovação hoje é o grande diferencial. O grande diferencial no mundo! Um país próspero, um país que realmente dá condições de vida melhores para a sua população, é um país onde as empresas nesse país são empresas mais inovadoras. Eu nem vou falar de país porque no nosso Brasil é complicado você falar que o Governo tem que investir em inovação, mas é um problema danado para as empresas que não entenderam isso.
A inovação se encaixa na cultura empresarial de um país sim! Um país próspero, um país que dá uma condição de vida melhor ao seu povo é um país inovador. Do que é feito um país? Um país é feito de pessoas. Um país é feito de empresas. Microempresas, pequenas empresas e grandes empresas. E, na verdade, qual é a base da inovação? É a criatividade das pessoas. Onde as pessoas às vezes não têm nem mesmo condição de trabalhar, como é que elas serão criativas? Precisamos realmente melhorar nosso país, melhorar as condições (nós acreditamos que estamos na iminência de ter um país melhor). Agora a inovação precisará entrar em pauta. Já está em pauta em alguns lugares, mas ainda é muito tímido, nós precisamos de muito mais… Inclusive a inovação é ideia do milênio. Se um país quiser realmente estar entre os melhores do mundo, a inovação é a base.
É possível implantar essa cultura num país tão paternalista como o Brasil?
Na verdade, se muda uma cultura quando se muda a mentalidade dos seus governantes, a mentalidade de suas lideranças. Eu tenho uma opinião sobre política e sobre políticos. Antes de um vereador, de um prefeito, de um deputado estadual, de um deputado federal, de um governador e de um presidente da República assumir um cargo como esse, eles deveriam passar por um treinamento nesse período. Um treinamento de pelo menos um mês, para entender sobre gestão, para entender sobre liderança… você não consegue implantar uma cultura de inovação num país onde suas lideranças não têm noção e não têm nem ideia do que é inovação. Se não tem ideia do que é inovação, eles não têm ideia da importância da inovação para um país. É um problema de educação. É um problema cultural. Infelizmente nós temos vereadores e deputados que não têm essa preparação. Não estou aqui fazendo apologia de intelectualismo, nada disso! A Câmara dos Deputados precisa de representantes do povo. Precisa de pessoas de todos os segmentos. Não importa a profissão que a pessoa tenha. Ela pode ser um palhaço e ser um excelente deputado Federal.
Pode ser um empresário, pode ser um comerciante, como pode ser um motorista de caminhão, enfim, o que importa realmente é a consciência das pessoas. O que importa é a cultura e a informação. Repito, não estou fazendo apologia do intelectualismo, mas eu acho que todas as pessoas que conseguissem se eleger em nosso país para um cargo político, de vereador a presidente da República, eles deveriam entender um pouco sobre gestão e principalmente entender um pouco sobre gestão da inovação. Automaticamente eles iam entender que o paternalismo é um perigo. Você dificilmente desenvolve uma pessoa. Dificilmente você desenvolve o seu filho se você for paternalista demais com ele. É claro que no Brasil, nós temos uma série de pessoas humildes que não têm condição de entender esse mundo novo que está aí, mas você que elegeu a vereador, deputado, governador, prefeito e presidente da República, seria fundamental entender de gestão. Sem essa cultura, sem essa consciência, impossível as pessoas falarem de inovação.
Criatividade e inovação são “irmãs” num processo de alta performance pessoal ou empresarial?
Com certeza absoluta! São irmãs gêmeas. Não há inovação sem a criatividade das pessoas. A inovação não é obra de um único cérebro. Nós vamos ter uma empresa inovadora quando nós tivermos todas as pessoas envolvidas no processo de criação, de melhora. Isso é fundamental. A criatividade e a inovação são irmãs gêmeas. E a mãe das duas, a mãe dessas duas irmãs gêmeas (criatividade e inovação) são as mudanças. Você não cria nada, você não inova nunca se você não for um agente de mudanças. Isso é fundamental. O grande engano é achar que algumas pessoas são criativas e outras não. O grande engano é achar que criatividade é coisa de gênio. Coisa de Leonardo da Vinci, Thomas Alva Edison… quando se fala de inovação se lembra de genialidade… Lembra-se de Albert Einstein… não é nada disso, claro que não! Todas as pessoas podem ser criativas e são criativas. Nós precisamos extrair delas e aí entra a liderança, aí entra a gestão.
Nós precisamos chamar as pessoas. Inclusive uma grande empresa (uma multinacional gigante, com mais de 300 mil funcionários no mundo), criou uma frase para chamar as pessoas para a criatividade e inovação. Uma frase não, uma palavra: “Pense”. Sim, pense. Nós precisamos fazer com que as pessoas comecem a pensar. Nós não temos condições de ser uma empresa inovadora e criativa, só com executores de tarefas. É claro que dentro de uma empresa existem tarefas que já estão pensadas, que já estão decididas, mas não existe nada tão bom que não possa ser melhorado. Envolver as pessoas no processo de criatividade e inovação, é fundamental! Sem o envolvimento das pessoas, sem a criatividade e o comprometimento das pessoas, não vai haver criatividade e inovação. Existe um provérbio japonês que eu uso nas minhas palestras e que eu gosto demais. O provérbio diz assim: “é preferível ensinar cem pessoas dar um passo à frente, do que ensinar uma pessoa a dar cem passos”. Nós precisamos chamar as pessoas. Têm muita criatividade sendo jogada no lixo. Eu diria que a maior parte das empresas hoje não absorvem, não usufruem da criatividade dos seus funcionários e não usufruindo da criatividade deles, não terá inovação. Criatividade e inovação andam juntinhas.
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