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Ana Lúcia Serra trabalha com afinco pela Carbono

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Nascida no dia 29 de maio de 1963, a paulistana Ana Lúcia Serra é um dos nomes mais admirados no mundo da publicidade em nosso país. Começou no departamento de relações públicas da agência Standard, que hoje é a Ogilvy & Matter, e em seis meses passou a trabalhar no Atendimento da empresa, onde ficou por 5 anos, até chegar ao cargo de diretora. Em 2004, junto com Carlos Domingos, Ana Lúcia comprou a parte do grupo Havas na empresa e a age. se tornou uma agência 100% nacional. Em 2007, a empresa foi comprada pela Isobar. Em janeiro deste ano, a publicitária deixou o cargo de diretora da Age Isobar para já inaugurar em março ao lado de Renata Castro e Silva, a Galeria de artsy Carbono, que lhe faz brilhar os olhos. “A nossa proposta é essa mesma, deixar a arte contemporânea mais acessível ao mercado. Isso é possível através do formato das Edições (Múltiplos). Não são obras únicas. A nossa ideia é justamente ampliar esse mercado e desenvolver novos colecionadores. Temos paixão pelo negócio. A vontade de apresentar um modelo diferenciado no mercado das artes também. (…) Não acho que podemos determinar o prazo de validade, pois nosso modelo é muito diferente dos outros países. O importante é continuar sendo discutido pelas partes interessadas (anunciantes, veículos e agências)”, afirma a ex-publicitária de sucesso e agora galerista em ascensão.

O publicitário é considerado o profissional mais vaidoso no mercado de trabalho por vários especialistas. Concorda com essa afirmação?

Não concordo. Em várias outras profissões também existem. A vaidade pode ser saudável, se não for exagerada.

Em muitos casos, a mulher ainda ganha menos que o homem na escala do trabalho. A senhora foi uma das grandes publicitárias do país nas últimas décadas, tendo cargos executivos de grande destaque. Acredita que essa virada, ou seja, a equiparação justa de valor entre homens e mulheres está perto de acontecer?

Acredito que qualquer profissional competente, talentoso e diferenciado deve ser muito bem remunerado, independente do sexo. Na publicidade, isso é válido.

Existe vida hoje se uma agência não se tornar global sendo apenas regional?

Existe, mas pode ser limitada. A maioria dos grandes anunciantes são globalizados.

Todos dizem que a internet é um meio excelente de comunicação, mas os investimentos em publicidade comparando por exemplo com a televisão são pífios. Isso deve mudar em algum momento?

Ainda é um investimento bem menor comparado a TV. Mas a internet é o meio que mais cresce do investimento publicitário nos últimos 5 anos.

A prática da Bonificação por Volume (BV) nos últimos tempos vem sendo bastante criticada por vários setores do mundo das comunicações, inclusive até mesmo por alguns publicitários. Acredita que a prática do BV está com prazo de validade no país?

Não acho que podemos determinar o prazo de validade, pois nosso modelo é muito diferente dos outros países. O importante é continuar sendo discutido pelas partes interessadas (anunciantes, veículos e agências).

A publicidade tem o poder de inventar fenômenos sociais?

Sem a menor dúvida. Poderia citar diversos cases aqui.

Existe alguma coisa, seja na forma de gerenciamento ou artisticamente falando, que a senhora trouxe da publicidade para a sua galeria Carbono?

Sim. A paixão pelo negócio. A vontade de apresentar um modelo diferenciado no mercado das artes também.

Muitos artistas que entrevistamos, se queixaram da forma desprezível que boa parte da elite brasileira encara o mundo das artes. A senhora sente algo parecido ou tem uma outra visão a respeito do tema?

Não entendi muito bem a pergunta. Não acredito que exista nenhum tratamento desse tipo. Às vezes pode até acontecer pela própria falta de conhecimento (ainda) de muitos artistas e do mercado de arte brasileiro.

Acredita que a arte tem obrigação de ser social?

Ela já tem esse papel com certeza.

Qual é a diretriz da galeria Carbono: abrir um espaço também para novos talentos ou focar nos principais nomes da arte em nosso país?

A Carbono é uma galeria de edições contemporâneas de artistas brasileiros e internacionais. Com obras inéditas e históricas.

Muitas pessoas não desfrutam do maravilhoso mundo das artes, por achar que ela é elitizada e inacessível. Como tornar o mundo das artes mais acessível para grande parte da população?

A nossa proposta é essa mesma, deixar a arte contemporânea mais acessível ao mercado. Isso é possível através do formato das Edições (Múltiplos). Não são obras únicas. A nossa ideia é justamente ampliar esse mercado e desenvolver novos colecionadores.

A senhora pensa em algum momento em voltar para o mundo da publicidade ou essa guinada para o mundo artsy é definitivo?

Não considero essa possibilidade. Meu ciclo na publicidade foi encerrado no final de 2012. Tive uma carreira bem-sucedida e fui muito feliz nos meus 30 anos no mercado publicitário brasileiro. Missão cumprida! Espero poder fazer tudo de novo no mundo das artes!


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