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Ana Streit analisa a violência doméstica

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A cada dia, mulheres em todo o mundo, enfrentam uma realidade assustadora e muitas vezes silenciosa: a violência doméstica. Há alguns dias, a agressão sofrida pela apresentadora e ex-modelo, Ana Hickmann, ganhou destaque na imprensa e revisitou, mais uma vez, a importância de discutir a violência doméstica vivida por mulheres.

Para a psicóloga Ana Streit, esse é um problema urgente que merece atenção.

A violência doméstica não pode ser ignorada e muito menos minimizada. É algo que impacta de forma integral a vida de quem sofre, especialmente se a gente for falar nos vários tipos de violência: psicológica, física, sexual, patrimonial e moral. Não há uma causa simples e única, mas é importante tentar se afastar de forma definitiva nos primeiros sinais, destaca Ana Streit.

A psicóloga orienta que as mulheres prestem atenção nos detalhes. “Observem o parceiro, vejam se há reciprocidade da relação e como ele resolve problemas. Há condutas agressivas? É alguém que bate nas coisas, joga coisas no chão, alguém que, por exemplo, anda rápido no carro quando está irritado?”

“É alguém que respeita uma fila no supermercado? É um homem que tenta tirar vantagem de tudo? Sabe lidar com suas emoções? Como age quando está com raiva? Começa a culpar o outro?”

A mulher precisa identificar se o parceiro sabe lidar com respeito e empatia com os problemas que se apresentam na vida a dois. De acordo com algumas respostas, não há como seguir um relacionamento seguro e saudável, tendo aspectos como desrespeito, agressividade, humilhações e chantagens, por mais amor que possa existir. Caso contrário, estará correndo risco de vida.

De acordo com dados da 4ª edição da pesquisa Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil (da DataFolha/FBSP, 2023), quase 51 mil mulheres sofreram violência diariamente em 2022, e 45% das mulheres vítimas não fizeram nada após sofrer o episódio mais grave.

Quando a mulher percebe que está sofrendo violência doméstica, ela precisa fazer uma denúncia, recorrer a profissionais de saúde, a hospitais ou postos de saúde, para poder ter atendimento psicológico, às vezes até atendimento médico.

É possível reconstruir a autoestima dessa mulher com tratamento, terapia e rede de apoio, saindo do ciclo de abuso e, principalmente, saindo do relacionamento violento, afirma a psicóloga.

Segundo Ana, parte do tratamento é justamente romper com esse ciclo de abuso e sair do relacionamento.

A vítima precisa entender que a vida dela importa, que ela merece ajuda, e que não é justo alguém ser humilhado dentro de casa. Ela precisa deixar de questionar a sua sanidade mental, ou o seu valor pessoal, e olhar para si com muito mais amor e com muito mais dignidade. Essa mulher não está sozinha.

Na Central de Atendimento à Mulher (canal 180), a vítima será acolhida e receberá orientações de acordo com seu caso, saberá seus direitos, os locais de atendimento mais próximos, entre outras informações. É um serviço 24h, finaliza a especialista em saúde mental.


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