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André Ramiro reflete sobre a humanidade

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André Ramiro fala com orgulho do seu personagem atual, o professor Celso, que leciona História e busca conscientizar seus alunos com as bases dos Direitos Humanos, na temporada atual da novela infanto-juvenil “Malhação – Toda Forma de Amar” (Globo). Ator e rapper carioca, criado em Vila Kennedy, André fala com orgulho sobre o seu professor: “É um presente interpretar um professor que busca levar para a sala de aula o debate de temas atuais de grande importância para os jovens”, afirma o ator premiado por sua atuação nos longas-metragens “Tropa de Elite 1 e 2” (2007 e 2010). Trabalhou com diretores como José Padilha, Bruno Barreto, Stephen Daldry, Pedro Von Kruger, Alexandre Avancini, Ivan Zettel, Adriano Mello, Tomás Portella, Jeferson De, Luiz Pinheiro e Bruno Safadi, dentre outros. Atuou ainda em séries, como as atuais de grande sucesso, “Ilha de Ferro”, dirigida por Afonso Poyart e “Sob Pressão”, sob a direção de Andrucha Waddington, ambas da Globo. No palco, em 2019, atuou no musical Frenético Dancin ‘Days sob a direção de Deborah Colker, para o texto de Nelson Motta e Patrícia Andrade. Para 2020, André Ramiro aguarda a estreia de seis filmes que participou do elenco entre 2018 e 2019, dentre eles “Princesa de Yakusa”, de Vicente Amorim. Além da série “Amor dos Outros”, gravada em 2019 no Maranhão, sob a direção de Alexandre Mello. Todos em fase de finalização.

André, como a arte pode interferir no momento turbulento em que estamos inseridos?

Da maneira mais positiva possível claro! A arte e o dom de criá-la, são presentes nos dado pelo criador. O que seria de nossas vidas sem esse refúgio. Sem essa poderosa ferramenta onde podemos expressar tudo que sentimos ou nos permitirmos deixar que ela nos afete como um alento que ela traz através da identificação imediata pra não enlouquecermos em meio ao cotidiano. Embora não seja brincadeira e o momento seja crítico com a pandemia do Coronavírus, é muito interessante perceber o quanto podemos ser bem-humorados e criativos em casa e até mesmo pela internet.

Além do consumo de filmes, livros, novelas, séries, músicas e por aí vai, as intervenções artísticas em lives nas redes sociais, os artistas e suas intervenções em varandas e janelas dos prédios no Brasil e mundo afora, o panelaço, o bater de palmas nas casas da Rocinha em homenagem aos médicos, garis (entre outros que não podem ficar dentro de suas casas nesse momento) todo esse movimento que estamos presenciando de ajuda ao próximo e senso de união coletiva é a arte se mostrando viva no nosso dia a dia através de nossas ações. Ou seja, a arte sempre interferiu, contribuiu e continua fazendo sua parte pra que momentos turbulentos como esse sejam mais amenos. Pobre da nação que torna a arte e a cultura seus adversários.

Quais as reflexões internas que você tenta trazer para a sua carreira em momentos como esse?

Nesse momento tenho refletido sobre o quanto somos frágeis e o quanto não poder encontrar ou tocar em nossos entes queridos nos faz perceber como o contato e o afeto são essenciais e extremamente importantes pra nós seres humanos. Tenho praticado minha fé através da leitura edificante e orações, tentando ter um contato mais próximo mais íntimo com o Grande Criador do Universo que habita dentro de todos nós. Creio serem reflexões importantes.

Como você abraçou o professor Celso?

Com muito carinho e respeito pela profissão dos professores. Além de ser uma das profissões mais lindas e marcar a vida de incontáveis alunos mundo afora é a mais importante pra formação de uma nação.

O que existe no professor Celso que também existe em você?

A paixão e o amor por sua vocação.

As bases dos Direitos Humanos fazem parte do personagem. Acredita que essas bases são o combustível no enfrentamento de problemas em um mundo cada vez mais caótico?

Não só a base dos Direitos Humanos, mas a base dos Direitos Civis também. É necessário que haja uma grande reforma em toda Constituição de maneira que torne realidade e nos proporcione igualdade de direitos, oportunidades e justiça pra todos. Sem exceção… Enquanto os injustos e os corruptos infringirem ou criarem leis que beneficiem seus próprios interesses lucrativos, sem serem presos e punidos financeiramente deixando a maioria que paga impostos altíssimos sem receber o que é seu por direito em troca, o caos continuará e será impossível haver paz pra todos. O problema do nosso país não é ser capitalista, mas sim a selvageria e a ganância no capitalismo.

Fale um pouco sobre o seu personagem no filme “Princesa de Yakuza?”.

Fiz uma participação como um médico onde interpreto em inglês com um ator internacional. Foi meu primeiro trabalho com Vicente Amorim e gostei muito. Ainda quero trabalhar com ele mais vezes.

Quais as peculiaridades que você mais gosta no cinema de gênero e desse filme em especial?

Sou completamente apaixonado por cinema e não tenho um gênero preferido. O que mais me encanta são justamente as diferenças e peculiaridades entre todos esses gêneros. No caso desse filme em especial além de um belo trabalho da equipe e direção o mais interessante foi a boa relação criada entre os profissionais brasileiros e o elenco estrangeiro.

Acredita que o cinema de gênero crescerá em nosso país?

Não só acredito como já é uma realidade. Vejo que o cinema e as séries brasileiras a cada ano que passa inovam e arriscam mais entre os gêneros, temas em roteiros e produção. Se tivéssemos mais apoio e investimento estrutural no setor audiovisual não tenho dúvidas de que estaríamos ranqueados no mínimo entre os cinco melhores do mundo. É bom lembrar que o setor audiovisual além de gerar milhões de empregos variados todo ano, já gerou comprovadamente renda de até 24,5 bilhões de reais pra economia de nosso país contribuindo em larga escala pra cultura nacional.

Já na série “Amor dos Outros” você faz Adílio, que é um segurança de motel e que sonha em ser um cozinheiro. Como foi a composição desse personagem?

Foi um presente! É uma série de comédia dramática filmada em São Luís do Maranhão com personagens muito carismáticos com a graça do bom e velho humor nordestino. Tive muita ajuda de meus companheiros de set na composição do Adílio como, por exemplo, do nosso diretor Alexandre Mello, nosso preparador Igor Medeiros, e principalmente Amauri Jucá que fez parte do elenco e é um verdadeiro gênio do humor nordestino. Bons momentos vividos…

E a música, como está inserida no seu DNA artístico?

Meu pai é locutor de profissão e cantor está no sangue. A música é a expressão de nossa alma e uma ferramenta poderosa de cura. Como meu pai é cantor de louvores, acredito que usar a música pra afetar a vida das pessoas positivamente seja um traço em meu DNA.

A composição do seu novo CD irá de encontro com “Crônicas de Um Rimador” de 2012?

Quero fazer um disco diferente do anterior, com um pouco mais do peso e classe do bom e velho Hip Hop da década de noventa misturado com tecnologia do rap atual. Meu próximo disco será carregado de muita musicalidade, romantismo nas rimas e discursos passionais críticos e motivacionais no estilo Boom trap.


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