Carlos Althier de Sousa Lemos Escobar (mais conhecido como Guinga), é um compositor e violonista que atuou com vários artistas renomados como Clara Nunes, Beth Carvalho, Alaíde Costa, João Nogueira e Cartola. Para além de compositor, Guinga formou-se em Odontologia em 1975. Teve várias de suas músicas gravadas por nomes, como: Elis Regina, Cauby Peixoto, Michel Legrand, Sérgio Mendes, Chico Buarque, Ivan Lins, Leila Pinheiro, Ronnie Von, entre outros. No álbum Catavento e Girassol, gravado pela cantora Leila Pinheiro, as quatorze músicas são de sua autoria. Como parceiros estão Paulo César Pinheiro, Aldir Blanc e Chico Buarque. Guinga tem mais de dez discos gravados, todos bem recebidos pela crítica especializada. O seu disco ”Cheios de Dedos”, recebeu prêmio Sharp como melhor disco instrumental de 1996. Em 2002, sua biografia, “Guinga, os Mais Belos Acordes do Subúrbio”, escrita pelo jornalista Mário Marques foi publicado pela Editora Gryphus. Em 2015 lançou “Porto da Madama”, dito em suas próprias palavras, como o CD que mais tem o seu dedo artístico ao longo de sua carreira. “Eu conheci o Cartola num show chamado “Vem Quem Tem, Vem Quem Não Tem”. Este show era João Nogueira, Roberto Nascimento e Cartola. Eu era um músico que acompanhava o João. E o Cartola utilizou o grupo do João para acompanhá-lo também”, afirma o violonista.
Guinga, profissionalmente você atuou com grandes nomes da música brasileira, como Clara Nunes, Beth Carvalho, Alaíde Costa e João Nogueira. Gostaríamos que falasse de um especial, que foi o mestre Cartola. Como foi a sincronia do seu fabuloso violão, com as composições do sambista?
Conheci o Cartola num show chamado “Vem Quem Tem, Vem Quem Não Tem”. Este show era João Nogueira, Roberto Nascimento e Cartola. Eu era um músico que acompanhava o João. E o Cartola utilizou o grupo do João para acompanhá-lo também. Eu acompanhava o Cartola no samba “Acontece”. E aí o Cartola se amarrou no acompanhamento e ficamos amigos naquela convivência. Depois ele me convidou para outros shows e isto culminou com a minha participação na gravação de O Mundo é um Moinho.
No seu caso, a composição acontece por relatar vivências ou por inspirações que lhe sobrevêm em um momento pelo qual não esperava?
Costumo dizer que a música vem pela própria música, quando você ouve e se emociona e sente vontade de compor também. Ou pela vida, pelo cotidiano. E normalmente ela vem pelo exercício diário de querer compor.
Suas músicas foram gravadas por muita gente, de Elis Regina a Ronnie Von. Sabemos que todas as gravações de certo modo são especiais para o autor, mas, em qual delas você acredita que a voz do cantor (a), casou-se perfeitamente com aquilo que esperava quando escrevia?
Respeito a todos, sou muito agradecido a todos que me gravaram.
O seu CD “Cheio de Dedos” é considerado um clássico do refinamento musical, mesmo passado quase 20 anos. Por que você acredita que esse CD é tão marcante para os críticos e para o público de modo geral?
Sinceramente eu não sei explicar. Este para mim não é melhor nem pior que os outros. Gosto de todos os meus discos. Talvez porque tenha sido muito premiado, este disco seja mais comentado.
A arte deve ter um papel social?
Ela não deve, ela tem. Ela não é circunstancial, a arte salva.
Muitos lhe consideram um músico genial, mas você disse em 2012, que o violonista Marcus Tardelli, é o Mozart do violão. Um gênio sabe reconhecer outro?
Não me considero gênio, mas graças a Deus reconheço a genialidade.
Das muitas influências que você traz para o seu trabalho, duas nos chamam bastante atenção. O que a música e sonoridade de Guinga tem de Baden Powell e Leonard Bernstein?
Penso que minha música sempre tem alguma coisa dos caras que admiro. Então Baden e Bernstein são alguns dos meus amores.
A música é um processo inacabável?
É difícil responder isso. Nós nunca saberemos se vão aparecer outros Mozart, Beethoven, Bach… Enquanto há vida, há esperança.
Como foi a experiência musical com a jovem jazzista norte-americana Esperanza Spalding?
Ela é maravilhosa. Uma pessoa simples, uma artista genial que espero compartilhar muitos outros momentos com ela.
“Porto da Madama”, lançado no ano passado, é o seu melhor trabalho em sua visão pessoal?
Penso que é o que mais tem o meu dedo, com Roendopinho. Tenho um grande orgulho deste disco.
Em que momento a música te salvou?
A música me salvou, me salva e transcenderá a minha existência, se Deus quiser.
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