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As soluções completas do gigante unicórnio CargoX

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Fundador e presidente da empresa de tecnologia CargoX, mais conhecida no mercado brasileiro como a “Uber dos caminhões”, o argentino Federico Vega, comanda uma gigante que está prestes a se tornar o próximo unicórnio brasileiro (expressão utilizada para definir startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão). A companhia chegou a ser citada em uma lista da consultoria especializada CB Insights, publicada no The New York Times, sobre potenciais unicórnios deste ano, e também foi apontada como uma das mais inovadoras do mundo na área de transportes. Em 2016, depois de uma carreira bem-sucedida no banco americano JP Morgan, montou a CargoX com a proposta de conectar empresas que precisassem de transporte de cargas a motoristas autônomos. Sua obstinação valeu a pena, como mostra a entrevista a seguir. “É importante que qualquer investidor, brasileiro ou estrangeiro, entenda o potencial de um negócio disruptivo, por mais complexo que seja o mercado; no nosso caso, o mercado de cargas e logística é altamente complexo. Não é fácil para uma empresa nacional receber o aporte de investidores internacionais, mas eles viram o potencial que a CargoX tinha, assim como um investidor brasileiro poderia ter visto. Além disso, o fato de eu ter trabalhado também liderando investimentos fez com que eu soubesse como a transparência é importante”, afirma o empreendedor.

Federico, o que é ser um empreendedor em sua visão pessoal?

Empreender significa se dedicar a algo que você acredita. É transformar desafios em oportunidades e encontrar um propósito pelo qual pessoas realmente acreditem e decidam fazerem parte disso. É, no fim do dia, fazer parte de algo que pode transformar um bairro, uma cidade ou um país inteiro em um lugar melhor. A CargoX nasceu de uma dor que eu identifiquei nas estradas brasileiras e nossa missão é transformar a cultura do transporte de cargas no Brasil.

Em que momento você teve a consciência de se tornar empreendedor?

Eu era um executivo; liderei a área de investimentos de um importante banco por um tempo, onde tive a oportunidade de analisar uma série de empreendimentos. Mas não me sentia realizado. Abrir um negócio poderia ser a forma de encontrar o meu propósito. Então, comecei a estudar o mercado de transporte de cargas na América do Sul. O Brasil me pareceu o lugar ideal pela sua complexidade, dimensão continental e dificuldades enfrentadas pelos transportadores. Fui movido pelo desafio.

Como surgiu a ideia da CargoX?

Um dos problemas que eu percebi foi o dos caminhoneiros do Brasil. Gostava muito de viajar de bicicleta. E nestas viagens pelo Brasil, percebi que a vida dos caminhoneiros era muito difícil e que eu poderia ter uma ideia que pudesse virar um negócio que poderia ajudá-los no dia a dia de suas profissões. Assim, a CargoX nasceu da dor dos caminhoneiros e de todas as dificuldades que eles enfrentam nas estradas.

Quais os pilares da empresa?

Fazer parte de algo que torna a sociedade algo melhor é muito gratificante. Neste sentido, a CargoX é parceira do transportador e trabalha com objetivo de reescrever a cultura do transporte de cargas no Brasil. Esse é nosso desafio diário.

Que dificuldades foram inevitáveis na hora de implantar o seu negócio?

O problema da logística no Brasil é complexo. Por isso, a solução também não seria fácil. A jornada da ideia até sermos o que somos hoje foi intensa. No entanto, gosto de ver essas dificuldade sob outra perspectiva: apesar da complexidade brasileira, isso nos torna mais competitivos frente a empresas internacionais. Ninguém melhor de que uma empresa que nasceu aqui para entender a burocracia brasileira.

Como a superação dessas dificuldades fizeram a empresa se tornar mais forte?

Primeiro, ter como foco o propósito da marca, que é reescrever a cultura do transporte de cargas no Brasil, é algo que ajuda qualquer organização a se tornar mais forte, apesar dos obstáculos. Conosco não foi diferente. Hoje, a CargoX está caminhando para 600 funcionários, somos premiados pelo nosso clima organizacional e temos orgulho do que temos construído até hoje.

Você encontrou capital com investidores americanos. A mentalidade dos investidores brasileiros atrapalha o país para a geração de mais empresas como a sua?

É importante que qualquer investidor, brasileiro ou estrangeiro, entenda o potencial de um negócio disruptivo, por mais complexo que seja o mercado; no nosso caso, o mercado de cargas e logística é altamente complexo. Não é fácil para uma empresa nacional receber o aporte de investidores internacionais, mas eles viram o potencial que a CargoX tinha, assim como um investidor brasileiro poderia ter visto. Além disso, o fato de eu ter trabalhado também liderando investimentos fez com que eu soubesse como a transparência é importante. Então, ter uma relação transparente por parte do empreendedor ajuda o investidor a ter confiança para investir no negócio.

O que você absorveu desses investidores e que implanta no seu dia a dia como empresário?

Como estive à frente da área de investimentos de um grande banco por anos, eu já tinha tido a oportunidade desenvolver o pensamento de um investidor. Olhar para o risco, o potencial, o retorno do investimento, capacidade de escala do negócio, etc., mas, com certeza, o convívio com os investidores torna a visão do empreendedor mais competitiva e orientada a resultados.

A empresa pensa na sua internacionalização?

No momento, não. Mas não descartamos a possibilidade.

Logística hoje é um ramo vital para o crescimento do país. Quais as soluções mais recentes que a sua empresa ofereceu para esse setor?

Atualmente, além da tecnologia embarcada no aplicativo, que conecta transportadores e fretes de empresas, oferecemos capital de giro, mural gratuito de cargas e suporte às transportadoras; também lançamos um marketplace inovador.

Como enxerga a CargoX num futuro não tão distante?

Queremos oferecer soluções completas para todo ecossistema de logística no Brasil, tornando o setor cada vez mais eficiente por meio da tecnologia.


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