Fundado há quatro anos pelo administrador Eduardo Carone, o Atlas Governance viu seu faturamento subir exponencialmente nos últimos dois anos. Em 2018, a startup faturou R$180 mil. Em 2019, a receita cresceu cerca de 9x e chegou a R$1,7 milhão. Em 2020, o valor mais que triplicou e chegou a R$6 milhões. Para 2021, a expectativa da empresa é de terminar o ano com 300 novos clientes e com ARR (Annual Recurring Revenue) de R$12 milhões, fechando o ano com um total de R$18 milhões. Atualmente, o Atlas Governance é avaliada em R$58 milhões de reais e a tendência é que esse valor seja triplicado neste ano em função da expansão. Atualmente, ela opera no Brasil, México, Colômbia, Peru, Chile e Argentina. Esse é o terceiro aporte financeiro que a startup recebe. O primeiro do próprio fundador, no valor de R$1,5 milhão, e o segundo, no mesmo valor, foi realizado por um grupo de 20 empresários e altos executivos do mercado. Empresas como Eletrobrás, CEMIG, Light, SABESP, Riachuelo, Hering, Iguatemi, Tok&Stok, Hospitais Beneficência Portuguesa, Sabará e Oswaldo Cruz, Detergentes Ypê, CCR Rodovias, Cyrela, Even, Direcional e Casa da Moeda Brasileira são algumas das empresas que utilizam o sistema do Atlas Governance, que atualmente conta com mais de 200 clientes, e mais de seis mil conselheiros. “Triplicamos nosso faturamento de 2019 para 2020. Saímos de R$1,7 milhão para R$6 milhões”, afirma Carone.
Eduardo, por que o mercado de softwares voltados para a Governança Corporativa como meio de atuação?
Em 2015 uma das companhias em que eu era board member passou por um problema jurídico e que acabou levando ao bloqueio dos bens dos conselheiros. Seis meses antes, o Conselho havia aprovado a contratação de um seguro, mas, quando fomos acioná-lo, descobrimos que o contrato não havia sido assinado. Essa situação me acendeu uma luz. Quantas situações que decidimos numa reunião, assinamos e não foram feitas? Entendi que havia uma necessidade: precisávamos de um software que digitalizasse tudo. Assim não teríamos mais esse tipo de problema. Então, comecei a desenvolver o produto que comercializamos no Atlas Governance. Há 3 anos ele foi lançado e hoje estamos em seis países, contamos com mais de 200 empresas utilizando e mais de 6 mil conselheiros cadastrados no nosso sistema.
O Atlas surgiu em 2016. O que mudou nesse mercado dessa data até o momento?
Por conta do avanço da tecnologia o mercado mudou. A pandemia do novo coronavírus fez a digitalização avançar anos em meses, pois, os Conselhos de Administração das empresas, que ainda não vivem 100% da evolução digital, se viram sem saída. Era digitalizar ou digitalizar. Com isso, as grandes corporações acabaram tomando dois rumos: utilizar os programas comuns para realizar as suas reuniões, enviar documentos e demandas internas, ou olhar para o mercado e procurar alternativas que digitalizassem sua Governança Corporativa com a devida segurança e praticidade que é necessária.
Quais as principais barreiras que o Atlas teve que transpor para se consolidar no mercado?
Construir um produto simples (intuitivo) e extremamente seguro para acomodar as informações mais importantes das organizações. No começo também tivemos que enfrentar a baixa adesão ao digital dos Conselhos de Administração. As empresas recorriam muito ao papel para tratar das suas demandas de Governança Corporativa. Mas em 2020 o cenário acabou mudando, por uma questão de sobrevivência. As empresas foram obrigadas a aderir ao sistema digital, e adotar o “novo normal” instaurado.
Qual o principal pilar da sua organização?
O valor principal da nossa organização é o “clientecentrismo”. Desde o desenvolvimento do produto até a venda e serviço de Customer Success, o nosso dia a dia gira em torno do cliente. O portal Atlas está em contínua evolução para atender as tendências de um mercado em alta e que está ganhando maturidade e complexidade na América Latina. Além do produto, é essencial o acompanhamento da área de Sucesso do Cliente, para garantir que as expectativas que o cliente tinha quando contratou o software sejam plenamente cumpridas.
E o grande diferencial?
O Atlas é o portal mais moderno e atual do mercado. Nosso portal é o único feito com as novas tecnologias de mercado, foco em UX (experiência do usuário) e componentes mais leves, mais intuitivos e mais seguros.
Atualmente o Atlas tem mais de 200 clientes. O que foi fundamental para chegar nesse número exponencial?
Três fatores principalmente: o primeiro, a absoluta segurança da ferramenta. Lidamos com as informações mais estratégicas de nossos clientes, e desenvolvemos dezenas de funcionalidades relacionadas à cybersegurança. Segundo, o foco no cliente para criar o produto mais simples e intuitivo do mercado. Por último, um preço que o tornasse acessível não apenas às maiores organizações da América Latina, mas também que possibilitasse a democratização da governança digital a organizações de menor porte, coisa que não havia no mercado.
Em que momento a atuação em outras regiões da América se tornou um foco a ser explorado?
Um de nossos clientes (CCR Rodovias), após digitalizar a governança da organização brasileira, nos solicitou a implementação do software em empresas em que participava no exterior (inicialmente os aeroportos da Costa Rica e de Curaçau). A adesão foi instantânea, e o sucesso destes cases foi imediato. Foi quando descobrimos que a boa governança e uma plataforma de custo acessível eram uma demanda internacional, não brasileira. Carregamos em nossa cultura ser sempre uma empresa local, por isso iniciamos escritórios locais em cinco novos países (México, Colômbia, Peru, Chile e Argentina), com colaboradores locais. Entendemos que a cultura de cada país é muito diferente, e que precisamos estudar e nos adaptar para sermos bem-sucedidos.
Existem planos para outros países além dos já citados?
Sim. Entendemos que países latinos têm similaridades culturais, e que por isso nossa metodologia de trabalho e nossos valores terão maior aderência. Os próximos países de língua latina que devemos abordar são Espanha e Portugal.
As rodadas de investimentos fortaleceram o Atlas?
Cada rodada trouxe um benefício diferente, e entendemos que nossos sócios e investidores trouxeram um valor extremamente relevante para o Atlas. Hoje, quatro dos atuais 25 investidores participam ativamente do advisory board do Atlas. Wilson Amaral (CEO do grupo Pacaembu), Paulo Camargo (CEO do McDonalds), Leonardo Pereira (ex-presidente da CVM e atual conselheiro de vários grupos empresariais) e Diego Stark (Managing Director do fundo Southern Cross) tiveram papel fundamental no desenho da estratégia da companhia, que vem crescendo a largos passos. Após a última rodada (seed) de R$5,6 milhões feita no final de 2020, estamos nos organizando para realizar nosso Séries A no segundo semestre de 2021. Este recurso vai acelerar fortemente as estruturas que estamos construindo na América Latina.
Como a empresa tem passado pela crise causada pelo novo coronavírus?
A pandemia acelerou o crescimento do Atlas. Conselhos de administração e outros colegiados se viram obrigados, da noite para o dia, a realizar reuniões remotas. Isso impulsionou a demanda pelo nosso software, e em determinados momentos do ano estávamos com espera de quase 3 semanas para implementar para novos clientes. Em 2020 faturamos o equivalente a 3 vezes o total faturado em 2018 e 2019 juntos.
Ser uma startup traz vantagens em situações complexas como essa?
Sem dúvida. A despeito da crise ter impulsionado o negócio do ponto de vista de vendas, a adaptação ao trabalho remoto foi muito bem desenhada e implementada. Hoje temos todas as rotinas e procedimentos extremamente funcionais, desde o onboarding de novos funcionários (que nunca vimos pessoalmente), até a integração e a disseminação da Cultura Atlas. Somos hoje em 75 pessoas, vivendo em 27 cidades em 6 diferentes países; uma diversidade que nos dá orgulho, e muito nos ensina.
Algo mais a acrescentar?
Triplicamos nosso faturamento de 2019 para 2020. Saímos de R$1,7 milhão para R$6 milhões e a previsão para 2021 é terminar o ano com 300 novos clientes e com nova ARR (Annual Recurring Revenue) de R$12 milhões, fechando o ano com um total de R$18 milhões. Temos a equipe mais motivada e competente do mercado, e neste ambiente crescer nesta velocidade é natural. Como um de nossos colaboradores disse recentemente: nós decolamos e o foguete não tem ré!
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