A história de Barrerito é um capítulo à parte na música sertaneja brasileira. Nascido Élcio Neves Borges, em 22 de outubro de 1942, na pequena São Fidélis, Rio de Janeiro, ele conquistou o Brasil com sua voz marcante e suas letras que falavam ao coração do povo. Tornou-se um ícone do sertanejo ao integrar a segunda formação do Trio Parada Dura, grupo que ajudou a moldar os rumos do gênero no país. No entanto, sua carreira não foi isenta de desafios. Pelo contrário, foi uma jornada marcada por glórias e tragédias, que moldaram não só o artista, mas também o homem por trás do microfone.
Desde jovem, Barrerito mostrou talento musical e uma capacidade única de transmitir emoção em cada nota. Sua entrada na música ocorreu na década de 1960, quando formou duplas com artistas como Flor da Índia e Criolo, e mais tarde, com Creone e Mangabinha no Trio Parada Dura. Esse período foi o início de um legado que marcaria gerações. Porém, em 1982, um acidente de avião transformou sua vida. O cantor sobreviveu, mas ficou paraplégico, enfrentando uma batalha tanto física quanto emocional para continuar sua trajetória artística.
O acidente não apenas o afastou temporariamente do Trio Parada Dura, mas também gerou rupturas irreparáveis em suas relações profissionais. Sentindo-se rejeitado por seus antigos colegas, Barrerito optou por uma carreira solo, reinventando-se como “O Cantor das Andorinhas”, título que ressoava esperança e resiliência. Durante sua carreira solo, acumulou discos de ouro e platina, provando que sua determinação era tão forte quanto sua voz.
Apesar do sucesso, Barrerito era uma figura controversa. Seu estilo extravagante e personalidade marcante geraram episódios polêmicos, como sua detenção em 1991 após disparar tiros para o alto. Paralelamente, enfrentava desafios pessoais, incluindo o término de seu relacionamento com Nilza Carvalho, sua parceira tanto na vida quanto na música.
A criação do Trio Alto Astral, em 1998, ao lado de Creone e Voninho, parecia indicar um novo começo. Contudo, Barrerito faleceu no mesmo ano, vítima de um infarto fulminante, encerrando precocemente uma carreira que, apesar de breve, deixou uma marca no coração sertanejo. Seu legado, entretanto, persiste. Seus filhos, como Barrerito Jr. e Barrenito Barbosa, continuam a homenagear sua memória e levar adiante a música que ele tanto amava.
Barrerito foi muito mais do que um cantor: ele foi um símbolo de superação, cuja história nos lembra que mesmo nas adversidades mais duras, a música pode ser um refúgio e uma forma de resistência.
Nascido em uma família humilde, Barrerito desde cedo demonstrou aptidão para a música. Em sua juventude, formou duplas com artistas regionais, ganhando experiência e construindo sua base musical. Foi na década de 1970 que sua carreira deu um salto significativo, ao ingressar no Trio Parada Dura, que já possuía uma considerável trajetória. Com Mangabinha e Creone, ele ajudou a consolidar o grupo como um dos mais importantes da música sertaneja. Sucessos como Blusa Vermelha e Telefone Mudo marcaram uma era e transformaram o Trio em um fenômeno de vendas e público (desde a sua fundação o conjunto já vendeu mais de 100 milhões de cópias).
A tragédia veio de forma inesperada em 6 de setembro de 1982. Durante uma viagem de avião, um acidente em Espírito Santo do Pinhal deixou Barrerito paraplégico. O impacto físico foi devastador, mas o emocional talvez tenha sido ainda mais profundo. O cantor, até então um símbolo de vitalidade no palco, viu-se enfrentando limitações e preconceitos. Apesar da gravidade da situação, ele escolheu não se render.
Após o acidente, Barrerito iniciou uma carreira solo em 1987. O apelido “O Cantor das Andorinhas” simbolizava liberdade, algo que ele valorizava profundamente após o episódio que o deixou paraplégico. Seu primeiro álbum solo, Onde Estão os Meus Passos, foi um marco de superação. A triste faixa-título, escrita em parceria com Carlos Randall e Nilza Carvalho, tornou-se um hino de resiliência. Barrerito mostrou que ainda era capaz de emocionar multidões, mesmo diante das adversidades.
A vida pessoal de Barrerito foi marcada por relações intensas e conturbadas. Nilza Carvalho, sua parceira musical e amorosa, desempenhou um papel crucial em sua carreira solo, mas o relacionamento chegou ao fim em 1990. Barrerito também ficou conhecido por sua vaidade e estilo extravagante, características que, por vezes, atraíam atenção negativa. O incidente em 1991, quando foi detido após disparar tiros, exemplifica os conflitos que marcaram sua trajetória.
Em 1998, Barrerito fundou o Trio Alto Astral com Creone e Voninho, numa tentativa de reviver a dinâmica de grupo que tanto havia marcado sua carreira. O álbum Dor de Cotovelo e algumas apresentações trouxeram de volta o brilho de outrora, mas o trio foi interrompido pela morte precoce do cantor. Ainda assim, esse último esforço reforçou seu lugar como uma das vozes mais importantes do sertanejo.
O legado de Barrerito segue vivo. Em 2017, músicas inéditas foram lançadas no álbum Barrerito Eternamente um Ídolo. Seu filho, Barrerito Jr., percorreu o país com a turnê “Tal Pai, Tal Filho”, enquanto Barrenito Barbosa manteve viva a conexão com a música, explorando o universo gospel. Essas iniciativas mostram que sua influência transcendeu sua própria vida, inspirando novas gerações.
Barrerito é lembrado como uma figura de contrastes: ao mesmo tempo, resiliente e controverso, vaidoso e autêntico, um símbolo de superação e um exemplo das fragilidades humanas. Sua história é um lembrete de que as glórias e tragédias da vida são parte de uma narrativa maior, e que o verdadeiro legado de um artista não está apenas em suas conquistas, mas no impacto duradouro de sua obra e na maneira como enfrentou os desafios da vida.
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