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Camila Masiso fala da escolha do seu repertório

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A cantora e compositora potiguar Camila Masiso, começou a sua carreira solo em 2009, cantando clássicos do samba e da bossa nova em Natal, capital do seu estado. O seu primeiro disco autoral foi “Boas Novas”, lançado em 2010, com nove canções inéditas. A cantora foi finalista do festival MPBeco, recebeu prêmio Hangar de “Intérprete Revelação” em 2010, ganhou o prêmio O Poti, promovido pelo jornal Diário de Natal, na categoria “Artista Popular”, após ser a mais votada na internet, e participou de duas edições do projeto Parcerias Sinfônicas, do Sesc RN – a primeira edição, na qual foi solista, e também levou prêmio Hangar de “Melhor Show do Ano” (2011). No início de 2014 finalizou seu segundo disco, intitulado “Patuá”, lançado em abril no Teatro Riachuelo em Natal. No mês seguinte apresentou esse trabalho no Theâtre Le Comedy Club de Paris, França. Foi convidada pela cantora Julieta Venegas a participar de seu show realizado em maio do mesmo ano em Natal. “Não me criei no samba, não nasci no samba, mas me apaixonei tanto pelo samba que aprendi a fazê-lo, ele me capturou! [Risos.] Com muito respeito a todas as tradições que esse estilo carrega, me dedicando muito e prestando atenção nos grandes foi que fui acertando. (…) Lembro que tínhamos uma radiola e muitos vinis. Os de Gal Costa e Bethânia sempre me chamaram muita atenção, achava marcante as vozes e o visual das capas”, afirma. 

Camila, nos conte como foi o começo da sua carreira.

Desde pequena tudo que envolvia música prendia minha atenção. Pegava a escova (de cabelo) e ficava em frente da televisão imitando artistas como seu eu tivesse um microfone na mão [risos]. Nas atividades escolares meus interesses sempre foram ligados a arte (teatro, coral e dança). Lembro que cheguei em casa pedindo a minha mãe para participar da banda do colégio e ela foi logo questionando meu boletim, foi quando prometi que se ela me deixasse cantar não tiraria notas abaixo de sete em nenhuma disciplina! [Risos.] Minhas primeiras apresentações em bares e pubs da cidade (Natal/RN) foram na banda “Lado B” que participei aos 15 anos.

No seu primeiro disco solo “Boas Novas” você teve nove músicas autorais inéditas. Desde o começo você já tinha essa percepção que queria ser a compositora das suas canções?

Tenho algumas composições minhas gravadas, mas outros integrantes da banda como Diogo Guanabara (violão) e Henrique Pachêco (baixo) também são compositores e me mostraram muitas das músicas que estão no “Boas Novas”. Esse CD também tem uma composição de um artista potiguar de forte influência no meu som, que é o Pedro Mendes (Fera Nova – 1.º Faixa).

Sabemos que seus pais eram aficionados por MPB. O que lembra daquela época e que de uma certa forma fez você se tornar o que é hoje?

Lembro que tínhamos uma radiola e muitos vinis. Os de Gal Costa e Bethânia sempre me chamaram muita atenção, achava marcante as vozes e o visual das capas e meus pais ouviam bastante, acho que isso influenciou certamente meu gosto pela música popular brasileira.

Você começou cantando pop-rock. Qual foi o momento que se “virou” para a MPB, para a bossa nova e para o jazz?

Sempre gostei de MPB, mas no ano que nasci (1985) aconteceu o boom do rock nacional então desde criança também ouvia Legião Urbana, Titãs, Paralamas e outros. Assim foi durante toda minha adolescência, quando também consumia muita música pop internacional e nesse estilo que estava inserida foi onde participei das primeiras bandas. A vontade de me aprofundar na música brasileira nasceu depois de um show especial que fui convidada a fazer com repertório dedicado a cantoras brasileiras. Minha playlist virou, mergulhei no mar musical da MPB e até hoje tento me aprofundar e conhecer cada vez mais. Daí foi inevitável passar pela bossa nova e cair no jazz.

Observamos que você fala muito sobre o músico ter uma consciência musical. O que seria essa consciência?

Para mim, foi quando comecei a observar a música mais tecnicamente. Perceber as harmonias, timbres, linhas melódicas e muitos outros fatores além das sensações emocionais que a música causa. Essa consciência musical me fez evoluir como cantora, através de estudo contínuo e me deixou mais madura e segura em relação à sonoridade que escolhi para o meu trabalho. Ter certeza para onde se está indo é muito importante para criar uma identidade musical, não escolho meu repertório à toa.

Algumas pessoas quando falam de você, dizem que é uma sambista de qualidade extrema e vão além, afirmando que é a sambista com a atitude mais “rocker” do cenário musical. Qual a sua visão sobre isso?

Não me criei no samba, não nasci no samba, mas me apaixonei tanto pelo samba que aprendi a fazê-lo, ele me capturou! [Risos.] Com muito respeito a todas as tradições que esse estilo carrega, me dedicando muito e prestando atenção nos grandes foi que fui acertando. Fico feliz quando dizem isso, minha música tem muito cheiro de samba, mas não me considero uma sambista.

Você disse em 2010 que o samba não precisa ser só partido alto. Acredita que existe um certo preconceito, quando alguém tenta fazer algo mais moderno com esse gênero musical?

A música é livre e o tradicional é nossa fonte maior, a raiz, o tronco. Com o samba também é assim, temos que respeitar a origem das coisas. As variações que vem disso, quando bem feitas e cuidadas são muito bem recebidas, nunca senti esse tipo de preconceito e acho isso um pensamento intransigente.

Como foi a experiência em estudar música e participar de festivais na França?

Foi uma experiência maravilhosa. Quando morei na França, era minha primeira vez fora do Brasil e fiquei impressionada com a maneira que eles consomem e lidam com cultura. É vital como comer ou se exercitar, achei isso incrível. Poder cantar e mostrar meu trabalho então foi melhor ainda, fiz uma banda só com músicos franceses e aprendi muito com eles.

Fale um pouco do seu CD “Patuá”, já referido por jornalistas do seu estado como o “amuleto sonoro” de Camila Masiso.

O “Patuá” está sendo muito bem recebido e já nos trouxe muitas coisas boas. Estou feliz com esse segundo disco, pois, ele marca uma construção ascendente do nosso trabalho e o momento musical que estamos vivendo. Priorizamos a nossa formação orgânica (voz, violão, baixo e bateria) e contamos com participações muito especiais, que agregaram muito como Eduardo Taufic (piano), os cantores Khrystal e Pheel Balliana, Marco da Costa (guitarra e viola de doze) e o clarinetista Gabriele Mirabassi.

Existe algum tipo de projeção que faz para sua carreira, ou as coisas vão ocorrendo naturalmente?

As coisas vão ocorrendo em resposta a um trabalho diário que realizo junto a toda minha equipe. Tenho muitos objetivos e sonhos a realizar e estou me empenhando muito nisso, a projeção é seguir divulgando minha música, produzindo novos projetos, estudando e cantando muito!

Última atualização da matéria foi há 2 anos


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