As startups brasileiras captaram um montante 45% menor em investimentos ao longo deste ano, de acordo com a mais recente pesquisa realizada pela plataforma de inovação Distrito. De janeiro a agosto de 2022, foram US$ 3,6 bilhões contra US$6,6 bilhões registrados no mesmo período de 2021. A inflação – tanto global quanto local -, as taxas de juros em elevação e as eleições no país são apontadas como os principais motivos para essa queda.
O levantamento aponta ainda que só em agosto, o recuo na capitação foi mais acentuado. Chegou a 80,2%, segundo o estudo. Caiu de US$ 880,3 milhões no neste mês do ano passado para US$174,2 milhões em igual período de 2022.
O membro da Advisory Board da BTTECH – lawtech com soluções para o setor jurídico – e COO do BTLAW, Carlos Akira Sato, acredita que a queda das captações pelas startups é uma situação passageira e deve retomar com força a partir do segundo trimestre de 2023.
Na sua avaliação, a grande expectativa do mercado é o resultado da eleição presidencial, da Câmara e do Senado. “A simples definição do novo presidente e da composição do Congresso determinarão o retorno dos investimentos nas startups brasileiras”, avalia.
Akira ressalta que a inflação global, iniciada durante a pandemia da Covid-19 e agravada pelo conflito da Rússia com Ucrânia, determinou o aumento das taxas de juros praticadas pelos bancos centrais das principais economias mundiais. Esse cenário mundial impactou o consumo e o risco de crédito das famílias brasileiras.
“Grandes expectativas foram frustradas e os investidores subiram a régua para avaliação de novos investimentos”, salienta. Akira esclarece ainda que todo esse contexto internacional canalizou parte considerável dos recursos dos investidores para o porto seguro da renda fixa. “Procurar essa proteção é o caminho natural dos investidores”, analisa.
Amadurecimento no setor
Akira afirma ainda que houve um processo de amadurecimento dos investidores, dos empreendedores e das startups. De acordo com ele, a dimensão da economia associada às tecnologias e às regulamentações inclusivas propiciaram a criação de negócios gigantes com milhões de usuários. “Mas nem todos geraram resultados, mesmo após o IPO.”
O executivo da BTTECH completa que o mercado brasileiro também apresenta vários tipos de investidores para todos os tamanhos e estágios das startups. “Existem os bancos e fundos de investimento, investidores anjo, crowdfunding, aceleradoras, venture capital, corporate venture capital, family office, entre outros, além de diversas oportunidades em todos os setores da economia”, conclui.
Sobre a BTTECH:
A BTTECH é uma lawtech fundada pelos mesmos sócios do BTLAW, escritório com mais de 70 anos de atuação. Criada com o objetivo de oferecer ferramentas digitais que facilitem o dia a dia das empresas, com menos papel e mais tecnologia, a startup une a expertise jurídica do escritório com a de desenvolvedores de softwares.
Dentre os produtos, o BTDOCS, um software de gestão de contratos; o BTCORP (solução para publicação das informações exigidas pela Lei das S.A. na internet) e o OPEN BANKING (infraestrutura pronta que simplifica a implantação da operação de Open Finance nas instituições, segundo as regras da LGPD e do Banco Centra.
*Com participação do jornalista Eric Fujita.
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