Sem patrocinador máster durante a pré-temporada disputada neste meio de ano, o Chelsea recebeu uma oferta de 40 milhões de libras, o equivalente a R$249 milhões, de um site de conteúdo adulto. A proposta, de acordo com o tablóide inglês Mirror, foi do portal My Club.
O presidente do My Club, Mike Ford, deixou claro em entrevista que a ideia de patrocinar o Chelsea tem a ver com melhorar a decepção do clube na última temporada. “Queremos ter o logotipo estampado na frente das camisas do Chelsea antes do clube começar a temporada contra o Liverpool. Essa contribuição funcionaria para ambas as partes”, explicou.
Ford, que já tentou patrocinar a Inter de Milão na final da Champions League diante do City, mas não obteve êxito, acredita que a parceria pode ir além, e para isso, citou até mesmo o nome de um grande astro do futebol mundial. “Para os Blues, ajudará a fazer contratações perfeitas como Kylian [Mbappé]. Para nós, isso garantirá que os fãs de Blues tenham apenas dois clubes para chamar de ‘meus'”, declarou.
Para Nina Sag, diretora de comunicação do Fatal Model, empresa de acompanhantes que expõe a marca em jogos do Brasileirão e é patrocinadora do E.C Vitória, a tentativa de patrocínio por parte do My Club deve seguir uma tendência no futebol para os próximos anos.
“No futebol temos a oportunidade de ‘conversar’ com este grande público e educá-los sobre a profissão de acompanhante, que é digna de respeito como qualquer outra. Nosso trabalho é romper paradigmas, quebrar tabus e preconceitos, sempre de forma respeitosa e profissional, para trazer mais dignidade ao mercado dos profissionais do sexo. Foi assim que chegamos no E.C Vitória e assim que chegaremos a outros lugares em breve”, afirma Nina.
Com objetivo de fazer parcerias com clubes da Série A do Brasileirão, o Fatal Model possui uma vasta lista de parcerias no futebol brasileiro, como placas de publicidade na Copa do Brasil, Séries A, B e C do Brasileirão e patrocínios aos campeonatos estaduais de estados como Rio de Janeiro, Bahia, Santa Catarina, Ceará e Goiás.
O My Club costuma fazer tentativas de investimentos pesados. Sem medir esforços, a empresa tentou seduzir neste ano a jogadora Alisha Lehmann, do Aston Villa, da Inglaterra, com uma proposta de R$620 mil para a produção de conteúdos adultos, mas negou.
O dilema vivido pelo Chelsea ao anunciar novo uniforme sem patrocínio máster.
O Chelsea tem vivido situações inusitadas quando o assunto é patrocínio máster. Em julho deste ano, por exemplo, o clube apresentou os novos uniformes para a temporada com a camisa em branco. Tudo isso porque os dois eventuais interessados em expor a marca na camisa do clube foram ‘vetados’ pela torcida e a Premier League.
O primeiro pretendente foi a plataforma de aposta Stake, com valores aproximados de 25 milhões de libras por ano. No entanto, a reação dos torcedores contrária à exposição de uma empresa deste segmento fez com que a direção não avançasse nas negociações.
Mais recentemente, quem apareceu como interessada foi a plataforma de streaming Paramount+, com valores estimados em 40 milhões de libras por ano de acordo com o tablóide The Telegraph, mas a Premier League vetou qualquer tipo de negociação, justamente para evitar atritos com os outros parceiros de mídia que fazem as transmissões das partidas da competição.
“As redes sociais deram voz aos torcedores, que têm se manifestado cada vez mais em relação às decisões dos seus clubes. Torcedores do Bayern questionaram o acordo com Qatar Airways, em virtude das acusações de sportswashing. Agora, os fãs do Chelsea rejeitando casas de aposta. No Brasil, manifestações contrárias às contratações – como no caso Santos/Robinho e Galo/Cuca – já fizeram os clubes a tomarem decisões diferentes do planejado. A chamada ‘opinião pública’ nunca foi tão pública e teve tanto peso como hoje em dia, o que força os executivos a pensarem além dos negócios em si, mas de como eles serão percebidos pelos seus fãs e consumidores”, explica Armênio Neto, especialista em negócios do esporte e sócio-fundador da Let’s Goal.
“As receitas e promoção de marca do clube que um patrocinador máster traz, sem dúvida, são indispensáveis para qualquer clube. Os tropeços recentes do Chelsea em fechar o espaço mais nobre da camisa são incomuns para clubes de destaque da Premier League e colocam uma pressão extra no departamento comercial do grupo”, aponta Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.
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