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Collor, Venezuela, turismo…

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Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.

Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.

Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.

Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.

Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.

Banco Central brasileiro cogita voltar às compras de ouro: o país que mal compra feijão agora sonha em brilhar como Fort Knox tropical enquanto o mundo se prepara para a próxima catástrofe cambial

Os bancos centrais do planeta parecem estar assistindo à mesma série de terror monetário — e todos decidiram comprar o mesmo amuleto: ouro. O Brasil, naturalmente, chegou atrasado à festa, mas com aquela elegância de quem descobre a febre do vinil em 2025. O Banco Central discute retomar a aquisição do metal dourado, como se uma montanha reluzente pudesse blindar o país das trapalhadas fiscais e cambiais. Em 2021, o BC duplicou suas reservas e agora se pergunta se deve continuar — afinal, quando o déficit das contas externas ronda os 3,5% do PIB, talvez o ouro sirva menos para fazer anéis e mais para esconder o desespero. Enquanto China e Rússia acumulam toneladas como dragões previdentes, o Brasil ainda brinca de hedge como quem compra dólar no aeroporto. Fort Knox, por sua vez, segue rindo da América do Sul, com suas 8,1 mil toneladas guardadas como se fossem a senha do apocalipse financeiro. No fim das contas, é tudo uma forma elegante de admitir que ninguém confia mais em moeda alguma — nem mesmo nas próprias. O mundo compra ouro; o Brasil compra esperança.

Snoop Dogg lança música infantil inclusiva: do “foi mal, galera LGBTQ+” ao “love is love” — a conversão do rapper que trocou o blunt por um arco-íris pedagógico

Eis que o lendário Snoop Dogg, aquele que já rimou sobre erva, gangues e pecados, agora canta para bebês sobre amor universal. Após o vexame de criticar o beijo lésbico em Lightyear, o tio Snoop decidiu fazer penitência moderna: lançou com a GLAAD a canção “Love Is Love”, ensinando às criancinhas que “ódio é ensinado, amor também”. Um gesto fofo, se não fosse tão estratégico. Acontece que o mercado infantil rende mais que turnê em Las Vegas, e nada é mais rentável que uma boa redenção pública. No vídeo do lançamento, ele celebra famílias de “todas as esferas da vida”, com a serenidade de quem descobriu o politicamente correto sob efeito de calmantes. O homem que já rimou sobre armas agora defende bonecos inclusivos e arco-íris como ferramenta de paz. Hollywood aplaude, o Twitter perdoa, e o mundo segue fingindo que mudança de discurso é o mesmo que evolução moral.

Collor e a tornozeleira desligada: quando o ex-presidente confunde prisão domiciliar com modo avião e Alexandre de Moraes aperta o “power” da paciência

Fernando Collor de Mello, aquele que já teve Ferrari confiscada e eleitorado fiel em Maceió, agora enfrenta o drama da tornozeleira descarregada. O dispositivo ficou desligado por mais de 36 horas, e Alexandre de Moraes quer saber o motivo — talvez o carregador tenha sido bloqueado pelo Plano Collor. Condenado a quase nove anos por corrupção, Collor cumpre pena em casa, entre o Parkinson, o tédio e a ironia histórica: o homem que derrubou titãs agora precisa explicar por que esqueceu o cabo USB da justiça. Moraes deu cinco dias para a defesa se manifestar, e 48 horas para o estado de Alagoas explicar o atraso na notificação. A tornozeleira virou metáfora nacional — frágil, intermitente e cheia de bateria moral vazia. O ex-presidente, hoje mais lembrado pela fita isolante do que pelo caçador de marajás, prova que a elite política brasileira ainda acha que cumprir pena é uma sugestão, não uma obrigação.

Fernando Collor cumpre pena em casa, entre o Parkinson, o tédio e a ironia  (Foto: Wiki)
Fernando Collor cumpre pena em casa, entre o Parkinson, o tédio e a ironia (Foto: Wiki)

EUA e Venezuela voltam a se encarar: Trump ressuscita a CIA caribenha e promete caçar narcos, mas o roteiro soa mais como “Top Gun: Operação Golpe Disfarçado”

Enquanto o planeta finge normalidade, Donald Trump — o homem que fala em terceira pessoa e age como se fosse personagem bíblico — resolveu brincar de guerra fria tropical. Confirmou que autorizou “operações secretas” da CIA na Venezuela, supostamente para combater o narcotráfico, mas ninguém acredita nessa pureza. Já morreram 27 pessoas em operações “contra barcos suspeitos”, e o Caribe virou tabuleiro geopolítico onde cada navio é um peão nervoso. O presidente americano, agora reeditado como general honorário, acusa Maduro de chefiar o “Cartel de los Soles”, enquanto as Ilhas Cayman observam em silêncio — e juros compostos. A Casa Branca, com seu eterno discurso moralista, tenta vender ao mundo que bombardear é uma forma de ajudar. Entre o petróleo, a cocaína e o teatro político, o Caribe ferve — não de sol, mas de cinismo.

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Turismo brasileiro decola: voos lotados, hotéis cheios e preços nas alturas — o milagre econômico movido por selfies, sol e fila de check-in

Os números do IBGE indicam que o turismo brasileiro vai muito bem, obrigado — especialmente se você for dono de hotel, buffet ou posto de gasolina. O setor cresceu 6% entre janeiro e agosto e já acumula 15 meses de alta, um feito raro num país que vive de instabilidade e jeitinho. São Paulo, Rio e Bahia lideram o desfile de turistas, enquanto o ministro Celso Sabino comemora como se o PIB fosse tirado de dentro de uma caipirinha. As praias estão cheias, os aeroportos colapsando e o dólar rindo na janela, observando a “retomada” que, no fundo, é o brasileiro tentando esquecer os boletos com milhas e parcelamentos. O turismo internacional também bate recordes, com 7 milhões de visitantes até setembro — e metade chocada com o preço da água de coco. O Brasil exporta simpatia e importa divisas; um negócio redondo, ao menos até a próxima greve de controladores de voo.

Em 18 de outubro de 1807, a Rússia vendeu o Alasca: a transação que faria um corretor moderno chorar e um oligarca rir de tédio

A história adora ironias e o Alasca é uma das mais cintilantes. Em 1807, o Império Russo assinava a escritura simbólica de sua futura burrada: a venda do território aos Estados Unidos, que anos depois descobririam ali uma montanha de petróleo e orgulho geopolítico. A Rússia, que trocou 1,5 milhão de km² por trocados, deve ter lamentado por décadas — até perceber que, mesmo sem o Alasca, ainda poderia congelar a Europa inteira com gás natural. Hoje, o episódio é lembrado como uma aula clássica de economia: quem vende barato o que não entende, sempre se arrepende caro. Enquanto isso, os EUA sorriem com suas bases árticas, e Putin sonha com o que seria do mundo se aquela venda não tivesse acontecido. Talvez o Alasca tivesse virado uma dacha gigante.

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