Inaugurada em 2010, a renomada Zipper Galeria estabeleceu-se inicialmente com foco na produção de artistas emergentes da cena brasileira e latino-americana, propondo uma abertura aos novos discursos da arte contemporânea. Assinado pelo arquiteto Marcelo Rosenbaum, o projeto arquitetônico foi pensado para criar um ambiente acolhedor, aproximando-se de seu público. As mostras são frequentemente organizadas por curadores convidados, que costumam participar de encontros e conversas abertas ao público. Nos últimos anos, diversos nomes da cena contemporânea foram lançados também em programas como o “Zip’Up”, projeto criado em 2011, e o “Salão dos Artistas sem Galeria”, realizado na Zipper desde 2012 – ambos voltados a artistas ainda não inseridos no circuito comercial de São Paulo. Outra missão da galeria é a formação de um novo público, tanto de jovens colecionadores como de pessoas interessadas no mundo das artes. A galeria foi idealizada por Fabio Cimino, que começou sua carreira no mercado da arte brasileira em 1983 trabalhando com a galerista Raquel Arnaud, atuando desde então com art advisor e marchand. Foi o fundador da galeria Brito Cimino, que funcionou entre 1997 e 2008, responsável por lançar e consolidar diversos nomes da arte moderna e contemporânea na cena internacional. Desde 2012, a Zipper é comandada também por seu filho Lucas Cimino.
Fabio, por que a escolha pelo mundo das artes?
Por afinidade pessoal. Minha paixão pela arte e a conexão com os artistas me levaram ao mercado profissional da arte. Comecei minha carreira no mercado de arte em 1983, com a galerista Raquel Arnaud. Desde então, atuo como marchand. Fundei a galeria Brito Cimino, que funcionou entre 1997 e 2008, e ajudei a consolidar diversos nomes da arte moderna e contemporânea na cena internacional.
Em que momento acredita que a arte deve ter um papel social?
A arte sempre teve um papel social, de transformação da mentalidade. Mas a amplitude deste poder transformador depende do tamanho do interesse da população em arte. No Brasil, essa disseminação infelizmente ainda é baixa, mas vemos movimentos que mostram que os indicadores devem mudar.
Como é ser um galerista em nosso país?
Galeria é um projeto de vida, demora muito tempo para você aprender, mas é muito prazeroso e desafiante.
Muitos dizem que um galerista é a mistura perfeita do curador com o educador. Concorda com essa definição?
No Brasil, as galerias assumem, sim, um papel educacional de ampliar o acesso à arte. Contudo, nosso principal comprometimento é com o mercado artístico. Uma das missões da Zipper é a formação de um novo público, tanto de jovens colecionadores como de pessoas interessadas no mundo da arte. Desde 2011, realizamos o projeto “Zip’Up”, que é voltado a artistas ainda não inseridos no circuito comercial de São Paulo. Lançamos diversos nomes da cena contemporânea com este projeto.
O que falta no mercado de artes do Brasil e que sobra em outros lugares do mundo?
A liquidez e o tamanho do nosso mercado ainda é muito inferior a outros países, mas vemos muitos museus internacionais com foco na produção brasileira, isso ajuda bastante a fortalecer o mercado.
Como fazer com que esse “ingrediente especial” seja visto e realizado por aqui também?
Com o amadurecimento do mercado e crescimento econômico.
Quais os pilares da Zipper Galeria?
O maior pilar de qualquer galeria é o que chamamos de “programa”, o conjunto de artistas que ela representa. Na Zipper, sempre busquei representar o trabalho daqueles que apresentam uma linguagem jovem, independentemente do suporte das obras ou mesmo da carreira prévia do artista.
Esses pilares foram moldados ao longo do tempo ou eles estão desde a fundação?
A Zipper foi inaugurada em 2010. Tínhamos como foco principal a produção de artistas emergentes da cena brasileira e latino-americana, propondo uma abertura aos novos discursos da arte contemporânea. Mais recentemente, passamos também a olhar para a produção experimental em novos meios dos anos 1980 e 1990, nomes que influenciaram uma produção mais recente, como a argentina Graciela Sacco e o brasileiro Mario Ramiro, integrados ao time da galeria.
Você trabalha com arte desde 1983. Qual mudança foi crucial nesse mercado e que ainda ecoará por um longo tempo?
A profissionalização do mercado de arte neste período é o que há de mais marcante. Vivi a passagem de um mercado desestruturado para um mercado profissionalizado.
Como reconhecer um artista que está com o seu talento em amadurecimento?
Conversando e conhecendo a alma do artista, o artista deve ter necessidade de criação e é isso que buscamos.
Qual a palavra que define a galeria e sua visão para a realização de exposições, projetos e feiras?
A palavra que resume eu diria que seria ‘Zipper’, buscamos ter uma ‘marca’ forte e que as pessoas compreendam nosso programa e entenda a personalidade da persona ‘Zipper’.
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