Hoje é quase inimaginável vislumbrar uma mulher que não leve uma bolsa para todos os cantos e a use como um item de primeira necessidade. De vários tamanhos e dos modelos mais variados, este “necessaire” caiu no gosto das belas do nosso mundo frenético movido pelo capitalismo que nunca dorme e que adorna as antes chamadas de “sexo frágil” com marcas cobiçadas, planetárias e intocáveis como Chanel, Prada, Gucci, Hermès… (no Egito antigo já existia desenhos que mostravam pessoas carregando pequenos sacos presos à cintura).
O grande resplendor dessa utilidade levada a tiracolo, talvez aconteceu no final do século XIX quando elas (bolsas) passaram a fazer parte somente do guarda-roupa feminino. Isso se deu quando a princesa Alexandra (da família real dinamarquesa), uma das líderes de opinião da moda da época, tornou popular o uso das Chatelaines. Estas pequenas e delicadas bolsas, criadas a partir de conceitos medievais, causaram um grande impacto na moda.
Traziam a vantagem de deixar as mãos das mulheres livres, visto que deveriam ser penduradas na cintura, por correntes. Essas correntes produziam barulho que chamavam atenção por onde a mulher passava. Esses objetos tornaram-se acessório de ostentação entre as mulheres desse período, pois, o “bolso” que agora estava para fora das roupas significava que ela poderia ir onde quisesse, sem estar na presença de um homem, porque carregava consigo todas as suas posses. Tornou-se o símbolo da mulher independente daquela época.
Para o dia usava-se bolsas minúsculas, em forma de rede, e podiam ser levadas nas mãos ou presas na cintura como um cinto.
Geralmente a bolsa era somente um acessório bonito, atraindo a atenção para as mãos e os pulsos delicados, convidando a todos a imaginar o seu conteúdo, sem nenhuma função prática. Carregar bolsas minúsculas indicava que a mulher tinha empregados, qualquer objeto maior seria carregado por uma empregada ou carregador.
Foi durante a Primeira Guerra Mundial que a emancipação feminina foi impulsionada e a mulher não estava mais limitada a um estilo de vida, a etiqueta feminina foi revista, sofrendo alterações. A bolsa, na época com bastante brilho, servia principalmente para guardar maquiagem como batom e esponja para pó de arroz, além de indispensáveis balas de menta.
Com a revolução da moda na década de 20, as bolsas já não precisavam combinar perfeitamente com os trajes, como era de praxe nos anos anteriores. Na época dominava a bolsa carteira, usadas sob o braço. Seguindo uma ordem cronológica, tivemos na década de 30 materiais mais baratos como o plástico revestindo as bolsas (muito por causa da terrível crise de 29); na década de 40 e 50 surgiram peças elegantes de baluartes como Louis Vuitton; na década de 60 as bolsas ganham um ar mais jovem e tem a primeira-dama Jacqueline Kennedy (depois Onassis) como modelo; na década de 70 e 80 a chamada corrente “New Romantic” ganhou espaço; já na década de 90 o estilo minimalista se tornou presente nos vários salões e palcos se tornando um modelo vigente até os dias atuais (não esquecendo das transadas do modelo Kipling). Podemos resumir todas essas fases em uma frase notória da atriz e empresária de sucesso Jéssica Alba: “Sou fanática. Nenhuma mulher está apropriadamente composta sem uma bolsa”.
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