A Black Friday é uma das datas mais esperadas do varejo, trazendo a promessa de grandes descontos e promoções para os consumidores. Em 2024, ela acontecerá no dia 29 de novembro, mas muitos estabelecimentos já antecipam suas ofertas ao longo do mês. Contudo, essa época de alta movimentação comercial também é marcada pela proliferação de golpes, com criminosos criando novas estratégias para enganar o público. Em meio ao entusiasmo por ofertas e oportunidades, consumidores e empresas precisam redobrar os cuidados para evitar armadilhas e fraudes. Segundo dados da RedBelt Security, a criação de sites falsos com o objetivo de aplicar golpes disparou desde outubro deste ano, com uma média alarmante de 107 novas páginas fraudulentas surgindo diariamente. Além disso, o Governo Federal, através do portal consumidor.com.br, comunicou que as denúncias de sites suspeitos em 2024 já superam as registradas em 2023, evidenciando que o consumidor deve estar mais atento do que nunca.
Para os cibercriminosos, a Black Friday é uma oportunidade de explorar as vulnerabilidades dos compradores, usando técnicas sofisticadas de phishing, manipulação psicológica e sites fraudulentos. Segundo Wanderson Castilho, especialista em crimes digitais, os criminosos induzem as vítimas a fornecerem informações sensíveis, como dados bancários e senhas, através de interações que parecem legítimas. Dados apontam que aproximadamente 97% dos crimes digitais dependem de algum engano do próprio consumidor. Portanto, um dos principais meios de proteção é a conscientização.
Este artigo busca elucidar os golpes mais comuns aplicados durante a Black Friday, fornecendo informações detalhadas e estratégias de proteção para que o consumidor possa fazer suas compras de maneira segura. Abaixo, estão descritos os principais tipos de golpes e as práticas recomendadas para evitá-los, garantindo que essa temporada de descontos possa ser aproveitada com segurança e tranquilidade.
Uma das técnicas mais utilizadas por golpistas na Black Friday é a criação de sites falsos que simulam lojas conhecidas ou apresentam produtos a preços extremamente baixos. Essas páginas são projetadas para enganar o consumidor, tanto pela aparência semelhante a sites confiáveis quanto pelos preços atraentes. A RedBelt Security identificou que muitos desses sites surgem poucos dias antes da Black Friday e são divulgados por meio de anúncios nas redes sociais e nos motores de busca.
Os criminosos investem em anúncios patrocinados para dar credibilidade às páginas falsas, e, muitas vezes, até pagam para que os sites apareçam nas primeiras posições das buscas. Ao acessar um site desconhecido, os consumidores devem verificar se a URL apresenta o “https” no início, indicando um protocolo de segurança, e um cadeado ao lado. Outro ponto importante é investigar a reputação da loja antes de fornecer dados pessoais ou bancários.
O phishing é um dos golpes mais recorrentes durante a Black Friday e se caracteriza pelo envio de mensagens fraudulentas que imitam comunicações oficiais de grandes lojas e bancos. Os golpistas enviam e-mails, SMS e mensagens pelo WhatsApp com links que direcionam para páginas falsas ou formulários que solicitam informações pessoais e financeiras.
Essas mensagens costumam conter ofertas chamativas ou afirmam que a vítima ganhou um prêmio, induzindo-a a clicar rapidamente. É essencial desconfiar de mensagens de remetentes desconhecidos e evitar clicar em links suspeitos. Em caso de dúvida, o ideal é acessar o site oficial da loja ou banco digitando o endereço manualmente no navegador. Essa medida evita o redirecionamento para sites fraudulentos.
Durante a Black Friday, é comum ver perfis de redes sociais promovendo ofertas que parecem tentadoras demais para serem verdade. Algumas contas podem ser recém-criadas e aproveitam o aumento de tráfego nas redes para anunciar produtos a preços extremamente baixos, solicitando pagamento antecipado.
É importante verificar o tempo de existência da página, observar os comentários e interações de outros usuários, e buscar informações sobre a autenticidade do perfil. Páginas de confiança geralmente têm uma base de seguidores consolidada, publicações consistentes e um histórico de interações. Ao notar qualquer indício de que uma conta foi criada recentemente ou tem poucas informações, o melhor é evitar qualquer transação.
Outro método comum durante a Black Friday é o uso de aplicativos falsos que se apresentam como lojas ou plataformas de desconto. Esses aplicativos, muitas vezes, pedem permissões excessivas no celular e podem coletar dados pessoais, acessando senhas e informações bancárias. Golpistas inserem esses aplicativos em lojas oficiais, mas também os promovem através de links em redes sociais e mensagens.
Antes de baixar qualquer aplicativo de compras, o consumidor deve verificar se ele está associado à empresa oficial e observar as avaliações e comentários de outros usuários. Aplicativos falsos geralmente têm poucos downloads e avaliações suspeitas, enquanto os aplicativos legítimos possuem milhares de avaliações e uma nota mais estável.
Um golpe comum é a técnica conhecida como “metade do dobro”, na qual o preço do produto é inflado antes da Black Friday, para então ser reduzido ao valor original e parecer uma promoção. Essa prática gera uma falsa sensação de desconto e engana os consumidores que acreditam estar fazendo um bom negócio.
Para evitar cair nesse golpe, é importante que o consumidor acompanhe o preço do produto de interesse com antecedência, utilizando comparadores de preços e monitorando o histórico de valores. Existem diversas ferramentas online que mostram a variação de preço dos produtos ao longo do tempo, permitindo uma compra mais informada.
Além dos produtos, muitos consumidores buscam na Black Friday oportunidades de crédito ou financiamentos para realizar suas compras. No entanto, golpistas se aproveitam dessa demanda e oferecem linhas de crédito ou financiamento com condições falsamente vantajosas, solicitando dados pessoais e adiantamentos.
Essas ofertas geralmente prometem aprovações rápidas e sem consulta ao SPC ou Serasa, visando atrair consumidores que necessitam de crédito imediato. Em casos de propostas muito vantajosas, o melhor é desconfiar, nunca realizar pagamentos antecipados e, se possível, buscar o crédito em instituições reconhecidas no mercado.
Para evitar prejuízos e fazer uma compra segura, é essencial adotar algumas práticas de segurança, como:
Pesquise antes de comprar: Verifique a reputação da loja e leia avaliações de outros consumidores.
Evite links diretos: Prefira acessar as lojas digitando o endereço no navegador.
Cheque o protocolo de segurança: Sites seguros devem exibir o cadeado na barra de endereço.
Use cartão virtual: Muitas instituições oferecem cartões virtuais para compras online, que reduzem o risco de clonagem.
Desconfie de preços muito baixos: Compare o preço com outros sites e desconfie de descontos excessivos.
Proteja seus dispositivos: Mantenha o antivírus atualizado e evite redes Wi-Fi públicas para compras.
Essas medidas ajudam a reduzir as chances de cair em golpes, permitindo que o consumidor aproveite as promoções da Black Friday com mais segurança. O período de promoções pode ser vantajoso, mas é crucial estar atento e bem informado para evitar que a busca por economia resulte em prejuízos financeiros.
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