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Daily Mail, Fátima, Hamas…

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Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.

Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.

Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.

Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.

Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.

Samir Xaud, o “presidente-jogador”: a CBF lidera o ranking dos salários celestiais enquanto o futebol brasileiro disputa o rebaixamento moral da meritocracia

A CBF, esse Vaticano da bola, segue sua própria liturgia financeira. O presidente Samir Xaud, com seus R$ 380 mil mensais, é o verdadeiro craque do contracheque — e não se trata de um gol contra. Recebendo mais do que os presidentes das federações alemã, italiana e uruguaia somados, Xaud transformou o cargo em profissão de fé remunerada. Afinal, no Brasil, até o amadorismo tem plano de carreira e bônus por tempo de casa. Enquanto a Seleção se esforça para empatar com a Venezuela, a entidade ostenta um “PIB” que parece vir da alquimia entre direitos televisivos e indulgências corporativas. Carlo Ancelotti, o treinador de seleções mais bem pago do planeta, embolsa 9,5 milhões de euros anuais — uma esmola diante da abundância estrutural da CBF, onde até o café das reuniões parece ter patrocínio. O técnico, aliás, leva sozinho 3,4% da receita total da confederação, superando o rendimento relativo de Roberto Martínez em Portugal, que mal chega a 3%. É a nova geopolítica da bola: exportamos jogadores e importamos contracheques. No fundo, o futebol brasileiro virou um país dentro do país — com o presidente mais bem pago, o técnico mais caro e o torcedor mais tonto.

Barroso desce do Olimpo, mas leva o salário: o STF inventa a aposentadoria ativa e prova que ser ex é o novo ser atual

Luís Roberto Barroso anunciou sua aposentadoria antecipada, mas nem o vento em Brasília ousou soprar diferente: ele continuará recebendo o mesmo salário, usufruindo das mesmas prerrogativas e, possivelmente, das mesmas palestras internacionais pagas em euro. O Supremo Tribunal Federal, sempre inovador, criou a figura do ministro “em repouso produtivo”, um híbrido entre Platão e um servidor premium. A folha de pagamento continua a mesma — R$ 46.366,19 mensais —, mas sem o cansaço dos julgamentos e sem a chatice das sabatinas no Senado. Outros ex-ministros, como Rosa Weber, Joaquim Barbosa e Marco Aurélio Mello, já fazem parte desse seleto grupo que descobriu o segredo da vida eterna fiscal. Barroso apenas segue o caminho dos bem-nascidos da toga: quem pode, acumula — quem não pode, discursa sobre ética pública. O abono de permanência, de R$ 7.600,00, ele até dispensa, num gesto simbólico de austeridade que seria mais convincente se viesse acompanhado de silêncio institucional. Mas o Brasil é o país onde até a aposentadoria precisa ser heroica — e rentável.

Hamas promete libertar reféns e sair de cena: Trump ressurge como mediador messiânico de um conflito que jura resolver com 20 mandamentos e uma coletiva de imprensa

O Hamas anunciou que libertará os reféns restantes em Gaza e que não participará do futuro governo do território. O movimento, depois de anos governando sob escombros, parece ter descoberto que é mais fácil renunciar ao poder do que reconstruir hospitais. A trégua com Israel — costurada sob o olhar pálido da ONU e o entusiasmo teatral de Donald Trump — é vendida como um novo capítulo de paz, mas cheira mais a intervalo comercial. Trump, agora convertido em negociador celestial, elaborou um plano de 20 pontos para resolver a guerra — porque 10 mandamentos já estavam ocupados. A proposta inclui uma força multinacional com Egito, Catar, Turquia e Emirados Árabes, supervisionada por um centro de comando dos EUA. Em resumo: mais bandeiras, mais siglas, menos paz. Enquanto caminhões de ajuda humanitária são saqueados por fome e desespero, líderes mundiais se preparam para posar em Sharm el-Sheikh, a Meca do networking diplomático. E assim segue o Oriente Médio: prometendo o fim das guerras, mas sempre com data para a próxima conferência.

O Hamas anunciou que libertará os reféns restantes em Gaza nesta segunda (Foto: Wiki)
O Hamas anunciou que libertará os reféns restantes em Gaza nesta segunda (Foto: Wiki)

Katy Perry e Justin Trudeau: quando o amor navega entre a diplomacia e a Billboard — e o Caribe vira cenário de um clipe sentimental com roteiro do G20

Katy Perry, a popstar de 40 anos, e Justin Trudeau, o ex-primeiro-ministro canadense de 53, foram flagrados trocando carícias em um iate na costa da Califórnia. A bordo do Caravelle, a dupla parece ter unido, enfim, o que a ONU jamais conseguiu: o pop e a política. Ele, o ex-ícone progressista com pinta de Kennedy de Ottawa; ela, a eterna adolescente rebelde que agora canta “Firework” à beira-mar, mas com champanhe francês. O Daily Mail, sempre atento à geopolítica da fofoca, registrou o momento em que o casal ignorava turistas e focas curiosas para exibir sua diplomacia horizontal. Perry e Trudeau já haviam sido vistos juntos em Montreal, mas o flagra náutico consolidou o novo eixo sentimental do Ocidente. É a era dos power couples globalizados, em que corações e mandatos se misturam sob o mesmo filtro solar. Enquanto Orlando Bloom cuida da filha e da carreira, Justin faz jus ao sobrenome: Bloom, agora, é ele — florido, solar e escandalosamente fotogênico.

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Milagre do Sol, 108 anos depois: Fátima continua brilhando, o mundo continua tonto, e a fé ainda vence o noticiário

Em 13 de outubro de 1917, o Sol dançou sobre Fátima. Ou, pelo menos, 70 mil pessoas juraram tê-lo visto balançar no céu. Um século depois, o fenômeno continua mais atual do que nunca: em tempos de fake news, o milagre virou profecia retroativa. É a prova de que a humanidade sempre preferiu a luz do mistério à claridade da razão. Os crentes chamam de aparição; os céticos, de ilusão ótica; os jornalistas, de furo histórico. Mas, no fundo, o Milagre do Sol é a metáfora perfeita para o século XXI: todos olhando para cima, cegos pela própria crença. Fátima se tornou um negócio global de devoção e souvenir, onde a fé é o produto mais exportado de Portugal depois do pastel de nata. E o Sol, como sempre, continua a brilhar sobre os inocentes e os incrédulos — igualmente fascinados.

Kanye West, o show que sumiu de Interlagos: o profeta do caos tenta driblar o e-mail que cancelou o apocalipse musical em São Paulo

Kanye West, ou “Ye” para os íntimos das redes neuróticas, teve seu show cancelado no Autódromo de Interlagos por um motivo digno da burocracia brasileira: um e-mail. Sim, o profeta do rap foi derrotado pela caixa de entrada. A produtora Holding Entretenimento & Networking — nome que já parece um delírio corporativo de LinkedIn — jura que tudo estava pago, assinado e abençoado por Nossa Senhora dos Contratos. Mas bastou um clique administrativo para dissolver o sonho de milhares de fãs que ainda acreditam que o gênio de “Runaway” não é apenas um delírio coletivo. O evento continua “confirmado”, mas sem local. Algo como o purgatório dos espetáculos. Enquanto isso, MC Livinho e companhia esperam para saber se cantarão para um público ou para um PowerPoint. Kanye, claro, já anunciou que será “o maior show do mundo”, promessa que, como o resto de sua carreira recente, oscila entre o messiânico e o manicomial. Do Tim Festival de 2008 ao cancelamento eletrônico de 2025, Ye segue fiel à sua essência: fazer do caos uma forma de arte — e do Brasil, um palco improvisado.

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