David Reck é empreendedor do meio digital, sócio-fundador e CEO da Reamp. Formado em Engenharia da Computação, Reck detém 18 certificações pela Microsoft, sendo um dos brasileiros mais jovens a receber tais qualificações. Atuando desde 1998 no mercado digital, já liderou mais de 200 projetos com diversos cases de sucesso. Nós últimos seis anos, passou a atuar mais diretamente ligado às áreas de negócios, marketing, publicidade, mobile marketing, geonavegação, etc. “Hoje já temos muitos dispositivos de mídia digital presentes em volta de cada usuário e a tendência é que este número irá saltar em grande velocidade com o avanço de IOT e o aumento da infraestrutura através do 5G chegando a previsão de números absurdos como 55 bilhões de dispositivos conectados em 2022. Assim já conseguimos projetar campanhas de comunicação altamente segmentadas para grupos de públicos específicos com mensagens adequadas ao perfil do usuário e com o uso de dados e tecnologias de verificação é possível reduzir qualquer chance de fraude e impactar pessoas reais. (…) Sem dúvida, dentre todos os pontos de contato com o público o celular hoje é o mais presente e a principal plataforma de comunicação. (…) E este é o desafio, reconhecer a audiência como única entre os devices, servir comunicações direcionadas e sequências”, afirma o empreendedor.
David, como classificaria o ambiente digital em nosso país atualmente?
O cenário brasileiro vem evoluindo de forma consistente, acompanhando ao cenário mundial, porém sem corrigir um GAP de mercado que nos acompanha faz vários anos, onde apesar de possuirmos um dos públicos mais ativos na internet, os nossos investimentos em publicidade, infraestrutura, fomentos de empresas do setor e inovação é extremamente distante dos países com audiência equivalente.
Esse ambiente é propício na atual conjuntura para os empreendedores?
Acredito ser um dos mercados com maior potencial de aceleração e menor número de barreiras de entrada seja para empreender ou atuar profissionalmente. A revolução que está começando com as evoluções tecnológicas ligadas a Internet das Coisas (IOT), Publicidade, Transações Comerciais, Criptomoedas, Dados, Automações, Inteligência Artificial, Aprendizados de Máquina e outras será tão grande e irá gerar tantos impactos nos mais diversos negócios existentes e na sociedade, que tudo o que ocorreu até então com o advento da Internet ficará pequeno, assim este é o melhor momento para entrar neste mercado, entender e passar a atuar, pois com certeza estará entrando ainda antes da “grande onda”.
Que erros são cometidos com mais frequência em empreendimentos digitais de modo geral?
Creio que o principal seja a falta de compreensão do meio e a ilusão que é possível desdobrar de forma simplista conceitos tradicionais para o ambiente digital, seja no dimensionamento do investimento e velocidade, no entendimento do comportamento e expectativas do público, na abordagem, na gestão de crise, ou seja, em todos os pontos. Outro ponto frequente é o de subestimar os impactos e investimentos do meio, julgando que tudo é simples, rápido e barato, devido a uma ideia errada vendida no passado, que o digital era barato e não gerava custos.
Como impactar pessoas reais com campanhas no ambiente digital?
Hoje já temos muitos dispositivos de mídia digital presentes em volta de cada usuário e a tendência é que este número irá saltar em grande velocidade com o avanço de IOT e o aumento da infraestrutura através do 5G chegando a previsão de números absurdos como 55 bilhões de dispositivos conectados em 2022. Assim já conseguimos projetar campanhas de comunicação altamente segmentadas para grupos de públicos específicos com mensagens adequadas ao perfil do usuário e com o uso de dados e tecnologias de verificação é possível reduzir qualquer chance de fraude e impactar pessoas reais.
Você fala sempre sobre fraudes que ocorrem no meio digital principalmente na publicidade. Quais os principais mecanismos para lhe dar com esse tipo de fraude?
Temos algumas práticas, como: Auditoria centralizada de toda a operação de mídia, realizada através de tecnologias e processos agnósticos não ligados a veículos e agências; Uso de plataformas especializadas em Adsafety/Brandsafety para verificação de tráfego robótico x humano, verificação de target, verificação do local de exibição (exemplo o site); Implantação de métricas de qualidade, como viewability que contabiliza apenas as mídias carregadas em um espaço da tela onde realmente seria possível um ser humano visualizá-las; Classificação e criação de listas positivas e negativas para inventários de mídia; Uso de tecnologias e processos complementares da Reamp; Padronização de tecnologias, processos, métricas, padrões de relatórios para todos os fornecedores envolvidos de modo a de evitar distorções e manipulações.
Mobile marketing é a principal tendência do presente e do futuro do marketing?
Sem dúvida, dentre todos os pontos de contato com o público o celular hoje é o mais presente e a principal plataforma de comunicação. Porém, apesar de ser muito importante para a captura de informações e dados dos usuários, principalmente de geolocalização, na publicidade ele vem há mais de dez anos sendo apontado como a grande promessa “este será o ano do mobile”, mas ainda não deslanchou, pois, infelizmente ainda não conseguimos encontrar um formato de comunicação, usabilidade que traga uma experiência satisfatória de publicidade com os usuários. Começamos apenas com mensagens, as telas ganharam mais cores e tamanhos maiores, surgiram os sites mobile, depois os aplicativos e agora indo para interfaces de voz, mas ainda assim entendo que a experiência é ruim.
Entendo que para o marketing cada vez mais qual é o objetivo vai perdendo relevância. O que importa é encontrar a audiência, se relacionar com ela, coletar o máximo de informações e ir contando uma boa história de comunicação para ela que gere uma rica experiência, sem ruídos e interrupções e continua independente do device que está sendo utilizado. E este é o desafio, reconhecer a audiência como única entre os devices, servir comunicações direcionadas e sequências, criar réguas de comunicação envolvendo todos os canais das empresas desde de URA, E-mail, SAC até a Mídia.
Quais os principais desafios da chamada geonavegação?
Através do celular a geolocalização trouxe benefícios enormes e muitas possibilidades para negócios no meio digital e comunicação para os usuários, porém ainda temos desafios quanto ao refinamento da precisão e como seguiremos nos próximos anos com as adequações necessárias quanto a privacidade dos usuários.
O que uma agência digital precisa ter para obter êxito no mercado?
Para as agências digitais continuarem crescendo elas precisam se reinventar, pois, estamos em uma terceira onda, da mesma forma que elas são a revolução das agências tradicionais, hoje estamos vivendo uma nova transformação onde os trabalhos que eram feitos artesanalmente pelas agências estão sendo automatizados, o trabalho operacional ficou muito mais tecnológico e estratégico focado em dados e voltado para o negócio, porém recuperando um pouco a essência criativa das agências tradicionais que construíram grandes marcas, criaram posicionamentos já que cada vez mais a mídia vem se tornando conteúdo. Assim as agências digitais e as ditas de performance podem virar filhos órfãos já que não são estratégicas e criativas como as agências tradicionais e nem voltadas para desdobramento da comunicação com processos tecnológicos altamente escaláveis e automatizados.
Fale sobre a Nova Lei de Proteção de Dados.
Representa um avanço muito importante para o Brasil que neste ponto está acompanhando rapidamente as visões mundiais mais avançadas sobre a privacidade de usuários, o que é muito importante dado a previsão de avanço nos próximos anos do número de dispositivos coletando informações das pessoas e o poder computacional global com maior facilidade de armazenamento e processamento de informações como imagens (fotos e vídeos) e áudios pessoais, em alguns anos teremos capacidade de pesquisar em segundos em todos os áudios e vídeos já gravados que estiverem liberados para acesso, que forem públicos, semelhante aos filmes de ficção onde com uma foto você pode localizar onde está a pessoa no mundo utilizando todas as câmeras públicas. Assim para o mercado além de regular e trazer segurança para o meio eliminando práticas e empresas inadequadas, fortalece os processos que até então estavam em uma zona cinza não regulamentada.
Forçará também as empresas a se organizarem em toda a cadeia de informações coletada seja dos consumidores, funcionários, fornecedores e todo o público, não admitindo mais a não existência de bases de dados centralizadas e integradas, ou seja, todo o apelo que era feito em função dos negócios agora será uma obrigação para se adequar à nova lei, criando assim uma enorme demanda no mercado por consultoria, tecnologias, operações, para as diversas áreas das empresas, pois quase todas serão afetadas e não apenas o Marketing, por exemplo, até o RH terá que se adequar quanto ao recebimento e armazenamento de currículos já que nele contém dados pessoais.
Quais os principais pilares que norteiam a visão da Reamp?
A Reamp vem exercendo o papel de evangelizar o mercado e aculturar os envolvidos para a nova realidade do público e as novas possibilidades de comunicação, onde com o uso das nossas ofertas de operação de mídia através de tecnologias e serviços realizamos o desdobramento das estratégias do anunciante e da agência para os pontos de contato com o consumidor. Nossos 10 mandamentos dentro da transformação da mídia são:
Prometes que não comprarás mais espaços e que não pensarás mais em mídia e sim em audiências, sejam pagas ou não pagas; Prometes que não impactarás mais a audiência com peças soltas e sim com histórias, criando uma excelente experiência e jornada para o usuário; Prometes que não apenas falarás, mas ouvirás os consumidores e desta conversa todos os impactos devem gerar dados; Prometes que farás análises destes dados para obter descobertas e gerar resultados e não mais apenas relatórios; Prometes que estas descobertas e resultados irão gerar novos planejamentos; Prometes que tratarás os custos de veiculação como custos e não como receitas e deste fruto não provarás; Prometes que, sempre que possível, tratarás o consumidor como único, respeitando seus interesses e não comunicarás de forma genérica pelo pecado da pura preguiça; Prometes que não dividirás mais o budget apenas pelas suas intenções de venda e questões internas, mas sim olharás para as intenções de compra; Prometes que farás bom uso da tecnologia, deixando-a resolver a operação através de automações, mas sem gerar custos desnecessários e excessivos; Prometes que atuarás sempre de forma transparente, incentivando processos de compliance e auditoria.
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