Nascido em Belo Horizonte, Minas Gerais, Luciano Scalioni foi morar nos Estados Unidos aos 16 anos. Terminou o High School, e vem conquistando um espaço cada vez maior entre os grandes DJs do mundo. Assinando como Scalioni, ele vem participando de grandes festivais de Miami como o Art Basel, o Heart Festival e deixando o público bem encantado com o seu som. “Tem quatro anos que comecei a tocar, o techno sempre bateu diferente pra mim, esse ritmo sempre mexeu muito comigo. Esse estilo de música eletrônica vem crescendo muito. É um feeling único. Ele vem crescendo muito e eu também venho crescendo junto. Hoje em dia, um único DJ é capaz de tocar para um público de 100 mil pessoas. É demais! O ritmo está cada vez melhor e vem conquistando cada vez mais pessoas mundo afora.” E não para por aí! Disposto a alçar voos cada vez mais altos, DJ Scalioni acabou de lançar Scared of US e Itanhangá, duas composições suas, que já estão no Spotify. “Há quatro anos me joguei na composição junto com o Sep. Um tempo depois encontrei o Lucas Frota, um amigo do Rio de Janeiro, que estudou comigo no Colégio Everest. Ele pegou seu melhor professor da faculdade e criamos algumas coisas juntos. Trabalhar com o Lucas aqui em Hollywood foi uma experiência ímpar”, comemorou Luciano. “Promovo praticamente todas as nights de Hollywood. Atualmente, estou trabalhando com quatro empresas de produção de eventos e hospitalidade”, afirma.
Luciano, por que o mundo musical como forma de expressão artística?
Encontrei uma diversão e paixão maior na música do que nas outras áreas. As sensações que a música traz para as pessoas em sua volta, é o que me contagiou.
Em que momento o ser DJ falou mais alto em você?
Sempre gostei de música, mas foi somente quando um amigo bem próximo, com muito conhecimento musical, começou a me mostrar como que o mundo da música eletrônica funciona, foi que eu, realmente, tomei gosto pela profissão. A gente saía bastante e, nas horas livres, conversamos sobre Deep House. Aprendi a tocar através dele e, depois de ter focado mais, pude conhecer mais pessoas deste ramo e avançar. Esse meu amigo que mencionei é o Sep, proprietário da Unison, uma empresa que todo produtor de música conhece.
Quais os obstáculos você tem superado para se impor com naturalidade pelos méritos do seu talento?
A bebida! Apesar de não ser contra o álcool, estou trabalhando 6 vezes por semana em boates e recentemente consegui ficar completamente confortável sem ter que tomar sequer um drinque durante a noite. Penso que pra quem quer seguir nessa carreira, a longo prazo, tem que existir um autocontrole para parar de beber. Não foi fácil… a bebida está presente sempre em horas de boa emoção e é uma tentação forte (Risos).
Você também é compositor. Como a criatividade é fundamental na hora de compor?
Tem uma frase em inglês “knowledge is power”, se traduz para “conhecimento é poder”. Estou atento em todos os produtores e festas ao redor do mundo e, aproveito esta oportunidade para saber o que está quente, o que é novo e o que está funcionando. Sigo produtores de música em múltiplas plataformas musicais e vejo o que está sendo lançado. Uma coisa sobre Deep House que gosto muito é que tem muitos artistas bons que estão fazendo músicas boas que ninguém conhece. Ao contrário do Rock e outros gêneros musicais, a música eletrônica não requer uma banda ou um time de músicos para ser criada; Basta um computador e tempo para que todos tenham potencial de criar uma música boa.
O que você absorveu da época de ator e que leva para o seu ofício como DJ?
De vez em quando, a gente se encontra com dificuldade de diferenciar o bom do ruim. Você se pergunta: Essa música ficou boa, ou não? Essa cena ficou boa, ou não? E a resposta é simples: Se existe dúvida, a resposta é não! Atuando, aprendi que a atuação boa não requer esforço. Ela é natural e divertida. Quando existe o sentimento de facilidade durante o processo é que você sabe que fluiu e que o resultado ficará bom. E com música é a mesma coisa.
Qual a importância de um set list bem elaborado para o sucesso de um DJ?
Vital! Tudo com preparo fica melhor do que o improviso. Agora, o improviso em cima daquilo que você preparou, fica espetacular!
Como é feita a escolha do seu set list?
Gosto de Techno. Mas tudo tem sua hora. Durante o dia, as pessoas tendem a reagir melhor com músicas cheias de melodia. Já às 04:00 hs da manhã uma música mais minimalista fica mais sexy.
Um DJ tem que levar tudo que está acontecendo em consideração. Quando vou criar um show observo: O local da festa, quantas pessoas vão estar presentes, se existe um tema, de qual nacionalidade as pessoas são, o horário que irei tocar, se existe outros artistas que tocaram antes ou vão tocar depois de mim, e qual equipamento de som que a festa proverá. Tudo conta e, as músicas e a possível ordem delas, serão escolhidas a partir destas informações.
A recepção das pessoas que têm contato com o seu trabalho ainda lhe surpreende?
Sim! Um prazer secreto de ser músico é conseguir mostrar ao público algo novo que eles ainda não conhecem, mas apreciam!
Fale um pouco mais sobre o seu lado produtor.
Minha terceira música acabou de ser terminada. “Get back up”. É um deep-tech house. Creio que um bom músico consegue apreciar vários gêneros de música. E no Deep House, temos dezenas de gêneros e subgêneros. O primeiro EP que está no Spotify agora tem a música “Itanhangá” que é um afro-house, e “Living for the Game” que é um Techno/Progressive House. Me vejo daqui 5 anos com 100 músicas lançadas, se Deus quiser! Quero adicionar a coleção umas Tracks Disco, Dark Disco, Indie Dance, Techno Peack, mais Tech House, mais Afro entre outras. Vamos com tudo!
O que o DJ e o produtor tem em comum mesmo sendo a mesma pessoa e fazendo dois trabalhos diferentes?
Comparar um DJ e um produtor, seria como comparar um escritor com um ator. Nem todos sentem prazer em fazer os dois. Muitos escolhem um ou outro. Agora, quando um produtor é DJ, e toca ao vivo, dá para perceber o que o público gosta, e o que leva uma plateia a reagir. Com certeza adiciona conhecimento na hora de produzir.
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