Ex-sócio da construtora Tenda, o administrador de empresas Thomaz Srougi sempre cita com muito entusiasmo os quase dois anos na área financeira da gigante Ambev. Em 2011, Srougi fundou um dos mais bem-sucedidos negócios sociais do Brasil: a Dr. Consulta, rede de clínicas particulares voltadas a pessoas das classes C e D sem plano de saúde, e que oferecem atendimentos em mais de 27 especialidades por, em média, R$80. Um hemograma sai por R$10; o raio-X do joelho, por R$25. A iniciativa não tem nada a ver com filantropia. É um negócio criado para fazer dinheiro, com metas rígidas de desempenho e controle de custos, que já fatura mais de 6 milhões de reais por ano. A ideia surgiu quando Srougi estava na Universidade de Harvard (considerada a melhor do planeta), nos EUA, onde estudou gestão. Também estudou políticas públicas na Universidade de Chicago. O que chamou sua atenção na época, foi o caso das drogarias mexicanas Farmacias Similares, que oferecem em seu anexo, consultas a pequenos preços. A rede conta hoje com cinco unidades, todas na grande São Paulo, e uma equipe de 150 médicos. “Falta dinheiro, falta gestão, as leis são ultrapassadas e nem sempre no melhor interesse do paciente. Há falta de profissionais qualificados e principalmente falta ao Governo perceber que estimular iniciativas privadas e colher impostos pode ser o melhor caminho ao invés de tentar gerir centros de saúde.”
Thomaz, sempre quando começamos uma entrevista, gostamos de saber um pouco mais sobre o nosso entrevistado. Então por gentileza, nos fale um pouco do seu começo de carreira até chegar aos dias atuais.
Tive uma carreira precoce. Passei pelo mercado financeiro e grandes empresas antes de me dedicar ao Dr. Consulta.
Em que momento você teve a ideia de criar a Dr. Consulta?
Sempre questionei o papel do Governo na sociedade. Julgo que o setor privado está mais equipado para gerir negócios em áreas estratégicas como saúde e educação. Resolvi testar esta hipótese em 2011 quando sai do mercado financeiro e resolvi me dedicar a um grande problema social, a saúde.
Quais foram as dificuldades que teve na implantação das clínicas?
Muita gente pensava que havia alguma pegadinha, porque era muito bom e a um custo considerado muito abaixo da média. Havia muito preconceito, herança de experiências desagradáveis.
Sabemos que o príncipe Maximilliam (de Liechtenstein) é o principal investidor do projeto. Como você conseguiu atraí-lo?
Não o atrai, foi ele que nos descobriu. Ele é um indivíduo visionário e preocupado em melhorar seu entorno, em contribuir para um mundo melhor através de iniciativas inovadoras que resolvam grandes problemas sociais.
Hoje com a experiência adquirida, poderia nos dizer em que os governos municipais, estaduais e federais, pecam quando o assunto é saúde pública no país?
Falta dinheiro, falta gestão, as leis são ultrapassadas e nem sempre no melhor interesse do paciente. Há falta de profissionais qualificados e principalmente falta ao governo perceber que estimular iniciativas privadas e colher impostos pode ser o melhor caminho ao invés de tentar gerir centros de saúde.
Você já recebeu algumas críticas de presidentes de grandes instituições médicas do Brasil, sobre o modelo gerencial implementado pela Dr. Consulta, no qual eles dizem que uma hora os pacientes não conseguem pagar pelo procedimento e pelos exames e voltam para o SUS. Como tem enxergado declarações como essas?
Aprendo com críticas construtivas e descarto as críticas enviesadas. Resolvemos os problemas de 90% dos pacientes que nos procuram e isso nos deixa feliz.
Em algumas reportagens, você é chamado de novo capitalista; em outras como um empresário que busca o bem. Como você enxerga o seu próprio trabalho?
Trabalhamos para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
O plano de vocês é transformar a Dr. Consulta numa rede com 20 unidades até 2016. Todas elas serão em São Paulo capital ou têm planos de expansão para outras cidades e estados do país?
Não, apenas em São Paulo.
Uma frase sua: “Além de trabalharmos com saúde, somos uma empresa de engenharia de processos e de tecnologia”. Ter um controle firme dos processos em um negócio complexo como é o de vocês, é chave para se tornar um negócio viável?
É chave para qualquer negócio, seja público ou privado.
Em 2013, o objetivo da Dr. Consulta era dar atendimento de começo, meio e fim ao paciente. Depois de dois anos, essa meta foi alcançada?
Nossa meta é resolver problemas de saúde no âmbito ambulatorial. A melhor pessoa para responder são os pacientes, e hoje nossa nota média de atendimento é 9,5, numa escala de zero a dez. Logo, parece que estamos contribuindo para melhorar a vida e os problemas de saúde das pessoas.
O seu sonho é ter uma clínica perto de cada brasileiro. Acredita que isso será possível em quanto tempo?
O mais rápido possível!
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