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Gustavo Martini propõe reflexões no design

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Depois de se formar em “Italian Product Design” no “Istituto Marangoni” em Milão, Gustavo Martini decidiu se mudar para a capital italiana da moda e do design para estimular seu talento criativo no design industrial. Nascido no Brasil em 1987, e já formado em “Industrial Design” na Pontifícia Universidade Católica do Rio, hoje vive em Milão e trabalha com várias empresas do setor de design. Martini tem uma grande ligação com a cidade do Rio, onde viveu a maior parte de sua vida, e a concebe como uma combinação de dois mundos opostos: de um lado a metrópole caótica e do outro, a floresta pluvial circundante. Na Itália, em 2012, apresentou pela primeira vez seu trabalho no “Salone Satellite“, e retornou em 2016 com a sua criação, EDGE, uma instalação que representa o modo em que nasce um projeto. Por ocasião do “Salone del Mobile” em 2017, esteve entre os protagonistas do projeto “Young Designer Store“, lançado pelo “Istituto Marangoni” em apoio aos talentosos alunos de designer em colaboração com a Amazon.it e que levou à criação de uma “capsule collection”. Foi nomeado “Next Generation Designer” da “Wallpaper*”, e seu trabalho foi particularmente apreciado por Tony Chambers, diretor de Marca e Conteúdo da revista “Wallpaper*”. Em 2018 sua coleção de mobília “The Grove” recebeu o Prêmio Wallpaper* Design pela categoria “Best Squaring Up”.

Gustavo, como você definiria o ofício que abraçou?

Sou apaixonado pela profissão que escolhi pra vida. Tenho a possibilidade de explorar narrativas e formas e com isso, possibilidade de dividir com outras pessoas um pouco do meu modo de pensar o mundo.

Você enxerga o seu ofício como um religioso (que tem uma missão) ou como um artista (como um tom mais lúdico)?

Acho que nenhum dos dois termos. Parece um lazer para a mente quando, na verdade, é um modo de abri-la para novas possibilidades. A ideia é propor reflexões, trocas de hábito e comportamentos de uma forma muito sutil – fazendo parte do dia a dia das pessoas.

O que o design deve ter além de forma e função?

Inovação – seja formal, conceitual, tecnológica ou de material.

Como você encontrou a sua linguagem própria?

Com o tempo fui percebendo que certas decisões projetuais eram mais intuitivas pra mim. Só o que precisei foi alimentá-las para conseguir explorar a fundo esse universo específico.

O que essa linguagem tem de observações externas e de reflexões internas?

Ela nasce como uma necessidade ou vontade pessoal, por isso acho que a observação externa está mais relacionada ao ciclo de observação e melhoramento do próprio trabalho.

Você já afirmou que o mobiliário é essencial para a humanização dos espaços. Em que momento sentiu que o seu trabalho estava caminhando para algo parecido?

Eu em particular adoro espaços vazios, mas o mobiliário é o que mais se aproxima de um contato físico direto com o homem. Além de sua escala, ele é a peça fundamental para determinar a função de cada espaço na casa.

Fale um pouco sobre a criação da coleção The Grove.

Grove trabalha o contraste que é uma diretriz muito clara do meu trabalho. Ele fala sobre a importância da natureza nas cidades e como ela mudou a paisagem urbana. O projeto nasce com a observação desse fato, para depois decidir as regras para comunicar essa situação, nesse caso: cortiça representando a natureza e a grade representando prédios.

Seus novos trabalhos sofrem influências de trabalhos anteriores como esse?

Todo trabalho abre uma linha de raciocínio, uma reflexão que se desenvolve e aprimora cada vez mais. Geralmente todo meu trabalho tem muitas das características apresentadas nessa coleção.

Quais aspectos multiculturais o seu trabalho possui em sua visão particular?

Acho que por ter uma linguagem muito simples e com poucos elementos, ele muitas vezes não deixa claro a origem brasileira – essa só é percebida pelo conteúdo real do projeto. De qualquer forma essa mesma simplicidade faz com que o meu trabalho se comunique de uma forma muito ampla.

O quanto a liberdade criativa é essencial para um trabalho como o seu?

O trabalho sempre vai precisar confrontar com aspectos técnicos da execução da peça, mas julgo que essa liberdade precisa ser o ponto de partida do projeto para potencializar o estudo.

Algo pode tolher essa liberdade mesmo que ela seja de forma involuntária?

A verdade é que existe uma etapa que isso acontece obrigatoriamente, que como disse antes é a viabilização do projeto. Raras são às vezes que ele não sofre alteração. O meu modo de evitar chamar isso de “falta de liberdade” é considerar que ela faz parte do processo e da aprendizagem de cada projeto.

Última atualização da matéria foi há 2 anos


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