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Era do conhecimento e do emburrecimento global

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José Renato de Miranda é autor dos livros “Empresa familiar – é sim – um bom negócio!” (mais vendido na Rede Saraiva no tema – 54%), “Gestão e Marketing: agressiva solução para levar a sua empresa ao lucro” (3ª ed .), e coautor do livro “A Reinvenção Profissional” ao lado de alguns dos principais especialistas do Brasil em gestão e RH. Lançou agora “Egoísmo Saudável”. De acordo com o autor, o livro “Egoísmo Saudável” reúne em seu conteúdo, um conjunto de resultados em consultoria. “Estava “cansado de mim”, exatamente, cansado de mim. Vida sempre intensa, convivência com pessoas nos mais diferentes tipos de relacionamentos, locais e situações; diariamente ao vivo na sociedade e junto às famílias com todas as gerações em função da minha especialidade profissional. Questionava, criticava ou me via incomodado com os outros, mas acabava irritado… comigo! Veio a Era Digital com esta tecnologia que criou a hiperaceleração. Daí, em definitivo, vi que precisava colocar um freio no meu jeito de ser. Foi a primeira vez que surgiu a ideia “egoísmo saudável”.” explica José Renato de Miranda, autor de um método dirigido para criação de modelo de gestão em empresa brasileira, especialmente familiar com a sua renomada Consultoria de Impacto. Ele ainda afirma: “O livro Egoísmo Saudável traz um caminho a partir das experiências e práticas do meu método sob ponto de vista comportamental”.

Em que momento o egoísmo saudável começou a ser praticado em sua vida?

Estava “cansado de mim”, exatamente, cansado de mim. Vida sempre intensa, convivência com pessoas nos mais diferentes tipos de relacionamentos, locais e situações; diariamente ao vivo na sociedade e junto às famílias com todas as gerações em função da minha especialidade profissional. Questionava, criticava ou me via incomodado com os outros, mas acabava irritado… comigo!

Veio a Era Digital com esta tecnologia que criou a hiperaceleração. Daí, em definitivo, vi que precisava colocar um freio no meu jeito de ser. Foi a primeira vez que surgiu a ideia “egoísmo saudável”.

Essa foi a centelha para a feitura do livro?

Sim, depois o termo se cristalizou no diálogo com uma psicanalista em seminário que fiz para professores universitários. Ela também andava “cansada” de si mesmo e deste mundo que não dá mais tranquilidade para ninguém, caso não aprenda a lidar com ele.

Quais os pontos mais importantes da obra?

Mais importante e muito atual, é o foco do livro: traz uma atitude para que a pessoa possa se reconduzir diante dos impactos da tecnologia. A ficção virou realidade: a máquina ultrapassou o homem, a criatura está mais forte do que o criador. Há hoje completa dependência da tecnologia. O livro traz respostas para questões:

Como ter os meus desejos e interesses sob controle?

Se busco segurança, por que eu não posso dominar a situação?

A atitude traz um freio através do que chamo de Gestão da Correria.

Observe que estamos num mundo maravilhoso, mil informações, acessos a tudo na palma da mão, soluções na hora, conforto, então por que a depressão está no topo? Por que tanta gente frustrada? Cresci sem ouvir falar em depressão.

Egoísmo Saudável traz casos reais. São aprendizados racionais, emocionais, sensíveis, individuais, coletivos, curtidos pelo tempo e compartilhados numa relação imediata com as expectativas do leitor. Aprendizados que, de alguma maneira, estão ligados a situações que também a pessoa vive, viveu, imagina ou que vem por aí.

Um dos pontos tratados por você é a Era do Conhecimento X Era do Emburrecimento. Por que estamos vivendo essa dicotomia em sua visão?

A diferença entre a tecnologia digital e as demais, está na velocidade e no modelo de fabricação de pensamentos, de tendências e atitudes; os seres humanos passaram a funcionar por atalhos, começaram a ter a mania da pressa e de encurtar caminhos, o que não é aceito pela sua própria natureza. Traiçoeiramente, pela expressiva capacidade de sedução, sem que ele perceba, esta tecnologia digital corrói a inteligência e a memória… um vírus!

Pensar, refletir por que se a temos a tecnologia do “tudo pronto?”. De aplicativo em aplicativo têm-se as soluções e as que você não tem estão a caminho.

Tempo e paciência são tratados como ultrapassados, perderam campo para o imediatismo, para incontida ansiedade e os acessos ligeiros em busca de soluções e resultados. Leitura, diálogo e escrita, combustíveis da inteligência, são considerados desnecessários enquanto avança um processo de emburrecimento baseado no buscar-copiar-colar.

E a memória? Coitada, sufocada, como enfiar este mundo de informações dentro dela? Como processar, entender, curtir, refletir, compartilhar, agir e memorizar entradas e saídas de dados em forma de cilíndricos cardumes? Já começamos a assistir cenas de Alzheimer precoce, uma das palavras mais faladas durante o dia é esqueci, esqueci, esqueci…

Isso se deu pelos impactos causados pela tecnologia majoritariamente?

Sim, em qualquer outro período da humanidade, o homem dominava o que ele próprio criava, domínios psicológicos, emocionais e sociais eram dele. Hoje, a inteligência artificial já supera a natural.

Quais outros pontos trazidos pela tecnologia que estão dentro dessa dicotomia?

Robótica e sistemas cibernéticos formam estágio avançadíssimo para a inteligência tecnológica abafar a humana e puxar o emburrecimento – invasão do espaço da inteligência natural.

A retomada do diálogo das gerações se tornou mais difícil agora?

Sem dúvida, as pessoas só estão próximas fisicamente, ou seja, uma do lado da outra e as duas de olho nos celulares. É urgente resgatar o diálogo na sua origem, como ele é: Di de dividir, logo de conhecimento.

Dividir ideias, sugestões, planos, experiências, voltar a saber ouvir, evoluir em pensamentos, planos e ações. Revitalizar o “Quem falou, escuta; quem escutou, fala”, valorizar a consideração com a devida atenção ao próximo. Parece óbvio – e é, só que não entre pessoas condicionadas pela correria, pela velocidade.

Qual o ponto de maior divergência nesse diálogo?

Entre gerações, temos a de antes de 90 com sangue nas veias e a pós-90 com fibra ótica nas veias. São 2 seres humanos química e psicologicamente diferentes nas suas respectivas velocidades. Pai e filho são, hoje, seres humanos absolutamente diferentes, daí, tentam manter um diálogo familiar e ficam frustrados.

Lido com este ambiente entre gerações nas empresas familiares, especialmente. Ajustar as velocidades entre gerações é vital para se chegar a resultados consistentes.

Os trabalhos nunca mais serão os mesmos também?

De forma alguma, a fórmula para empresa ser competitiva é máximo de tecnologia, mínimo de pessoas bem treinadas num modelo de gestão. Para qualquer dificuldade, nasce um aplicativo; qualquer lançamento de produto ou serviço no mercado, ele já vem estruturado em tecnologia, estão aí startups. Em 10 anos, as maiores empresas do mundo passaram a ser as de TI. O mínimo de pessoas bem treinadas faz a superação entre concorrentes porque não podem ser copiadas.

O profissional deve observar os hábitos, os comportamentos humanos, ver as necessidades e procurar fazer o encontro entre o seu talento e o que o mercado necessita. Obviamente, como que a tecnologia funciona ou pode funcionar neste encontro.

Quais as mudanças mais dramáticas no mercado de trabalho e que são oriundas dos impactos da tecnologia?

A tecnologia digital é início-meio-fim, através dela se cria, desenvolve, produz, vende e entrega, e está cada vez mais completa na ocupação dos espaços humanos. Outras tecnologias mantinham o ser humano em torno, dependiam dele para inteligência, funcionamento e produção.

A recondução humana diante destes impactos ainda é possível?

Sim, desde que a pessoa não trate como simples, como “apenas mais um momento de mudança social”. Estamos, sim, em transformação nunca vista e imaginada. É preciso um mergulho da pessoa para dentro de si mesma, buscar de volta os seus impulsos originais. Restabelecer, exercitar a convivência consigo mesmo de forma egoísta, exercitar para se reconduzir em relação aos outros de forma saudável.

O livro “Egoísmo Saudável” traz um caminho a partir das experiências e práticas do meu método sob ponto de vista comportamental.


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