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Erasmo Carlos traz o rock and roll na veia e na alma

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O carioca Erasmo Esteves, mais conhecido como Erasmo Carlos, é um dos grandes cantores e compositores do nosso país. Sua parceria com o cantor Roberto Carlos certamente é a de maior sucesso na história da música popular brasileira, tanto em termos de vendas (já que Erasmo vendeu mais de 100 milhões de cópias em seus 50 anos de carreira), quanto em termos de regravações feitas por artistas de todo o Brasil e do exterior. Junto com Roberto Carlos, compôs mais de 500 canções, gravadas tanto pelo “rei” quanto por inúmeros outros cantores. Em 2007, publicou a autobiografia “Minha Fama de Mal” publicada pela Editora Objetiva. Erasmo lançou um novo disco intitulado “Sexo” em agosto de 2011. “Jamais poderia ficar incomodado ao falar de Roberto Carlos, que é um anjo que faz parte da minha vida. O que me irrita é me sentir usado exageradamente por tabela somente para satisfazer a curiosidade do entrevistador que não conseguiu fazer uma entrevista com o próprio Roberto Carlos. (…) Adoro fazer shows, o problema é: cancelamentos de voos, demora no aeroporto, troca de aeronaves, não poder fumar no percurso, hotéis, alimentação irregular, noites mal dormidas, etc… Com tudo isso, o show em si, é uma maravilha. (…) Naquela época o rock em português era muito popular, e não condizia com os anseios de uma plateia “pseudo” americanizada”, afirma o cantor e compositor.

Além de ser um dos maiores compositores da música brasileira, o senhor é conhecido por falar o que pensa sem meias-palavras, principalmente em relação ao sexo. O mundo está mais liberal, mas não ficou mais careta em relação a isso?

Sim, acho que a culpa é do politicamente correto que incentiva a hipocrisia.

O senhor disse uma certa vez que no auge da Jovem Guarda, quase ninguém tinha consciência dos problemas do país, afinal ninguém lia jornal. Hoje as pessoas leem mais (incluindo os artistas), mas alguns problemas ainda persistem. Como vê essa situação?

É um triste retrato da realidade, a impunidade se profissionaliza e desincentiva o protesto do cidadão, mesmo com a overdose de informações.

Em 1995, o senhor foi vaiado no Rock in Rio. Como o senhor se sentiu naquela ocasião, já que é um dos precursores do rock no Brasil?

Naquela época o rock em português era muito popular, e não condizia com os anseios de uma plateia “pseudo” americanizada, que acreditava piamente que Ozzy Osbourne literalmente comia morcegos.

Como enxerga o cenário musical brasileiro, onde a qualidade ficou relegada a segundo plano, principalmente nas rádios FMs?

É o jabá oficializado que domina os espaços e impõem a mesmice que lhes interessa.

O artista gráfico Elifas Andreato, disse que as gravadoras foram sempre um empecilho contra a criatividade. O senhor concorda com ele?

Concordo em parte, pois, acho que dependia da gestão. André Midani por exemplo, foi um grande incentivador da criatividade artística, na Polygran e na Warner, durante os anos 70 e 80.

Você sempre foi considerado um rebelde. Hoje a juventude não anda meio bunda-mole?

Os tempos mudaram… as bundas-moles de hoje, fazem plásticas e ficam duras.

Por que se sentia incomodado em dizer sobre Roberto Carlos em suas entrevistas?

Jamais poderia ficar incomodado ao falar de Roberto Carlos, que é um anjo que faz parte da minha vida. O que me irrita é me sentir usado exageradamente por tabela somente para satisfazer a curiosidade do entrevistador, que não conseguiu fazer uma entrevista com o próprio Roberto Carlos.

Como é para um artista que não gosta de fazer shows, ter que subir ao palco mesmo já tendo feito milhares deles?

Adoro fazer shows, o problema é: cancelamentos de voos, demora no aeroporto, troca de aeronaves, não poder fumar no percurso, hotéis, alimentação irregular, noites mal dormidas, etc… Com tudo isso, o show em si, é uma maravilha.

O senhor disse que tem medo de errar quando lança um disco. Esse medo ainda persiste?

Sim, por isso eu procuro sempre fazer boas músicas.

Com o livro “Minha Fama de Mau”, o senhor definitivamente quis mostrar quem é Erasmo Carlos, já que muitos tem o ledo engano de achar que você é “apenas” o  “parceiro do rei”, esquecendo do homem que já vendeu mais de 100 milhões de cópias…

O livro “Minha Fama de Mau” apenas ajudou, porque onde mostro que sou Erasmo Carlos é nas minhas canções, e se eu sou parceiro de Roberto Carlos, Roberto Carlos também é meu parceiro.

O senhor se arrependeu de alguma coisa nestes 50 anos de carreira?

Não, porque meus erros e acertos resultaram no ser humano e artista que sou hoje… Eu amo como eu sou hoje.

Você gostaria de gravar com João Gilberto que é o seu maior ídolo vivo, mas disse que acordou do sonho. Se decepcionou com ele?

De jeito nenhum, a vida segue e outros sonhos virão!

Pelo jeito, aposentadoria nem pensar, já que ainda vive uma vida rock and roll. É isso mesmo?

Claro que é amigo…, não sei fazer outra coisa!


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