A preocupação com o uso mais responsável dos recursos naturais e adoção de boas práticas empresariais tornaram-se preocupação constante das indústrias, que buscam vantagens competitivas no acirrado mercado atual. Isso se dá pelo crescente interesse dos consumidores em adquirir produtos e serviços de empresas ambiental e socialmente sustentáveis. Para isso, a fim de medir esse comportamento por parte das empresas, em 2004, foi cunhado o termo ESG, em uma iniciativa da ONU.
A sigla em inglês significa Environmental, Social and Governance, ou, em português, Ambiental, Social e Governança.
Cada categoria funciona como uma métrica, que auxilia o mercado financeiro a entender o quanto cada empresa tem praticado medidas sustentáveis e, portanto, onde investidores poderão alocar investimentos. Entre as medidas, estão: redução de emissão de CO2 e reaproveitamento de água, por exemplo, na questão ambiental; construção de ambientes de trabalhos humanizados e respeito às legislações trabalhistas na questão social; transparência, ética e boa gestão corporativa na questão de governança.
No Brasil, isso está refletido, por exemplo, no ISG (Índice de Sustentabilidade Empresarial), indicador da bolsa de valores B3 que reúne em uma carteira especial companhias que são comprometidas com a sustentabilidade empresarial, que em 2018 somaram R$1,8 trilhão em valor de mercado.
Quanto melhor uma empresa performa nos quesitos ESG, melhor cotada ela estará para investimentos.
Uma pesquisa realizada pela Union + Webster, no ano de 2019, apontou que 87% dos brasileiros preferem comprar produtos e utilizar serviços de empresas sustentáveis, e que 70% não se importam em pagar mais por isso.
Portanto, adotar boas práticas, além de ser bom para o meio ambiente e a sociedade, fazendo com que a empresa tenha sua imagem valorizada com seus colaboradores e fornecedores, ainda é algo lucrativo.
Nesse ensejo, um dos maiores setores da economia brasileira está se mobilizando para ser mais verde.
É o setor automotivo, que em 2020 representou 22% do PIB industrial brasileiro. Os carros representam boa parte da poluição urbana, devido a emissões de gases de efeito estufa, além de produzirem congestionamentos e demandarem aberturas de cada vez mais vias no espaço público.
Por outro lado, essa indústria não tem medido esforços para chegar em algumas soluções sustentáveis.
A adoção de motores híbridos está entre estas soluções. Motores elétricos, por sua vez, dão cabo de dois problemas: a poluição atmosférica e a sonora. Diversas empresas têm trocado sua frota de motores à combustão para elétricos, com o intuito de diminuir suas pegadas de carbono.
O diretor de logística da Via Varejo, Daniel Ribeiro, avalia essas trocas: “Notamos a diminuição de ruído no Centro de Distribuições, o que torna o ambiente mais agradável. Além da facilidade de manutenção dos veículos, de ser positivo para o meio ambiente e para o consumidor final.”
Outra forma é aproveitar o que já foi feito.
Os consumidores podem buscar carros em leilão de veículos, por exemplo. Produzir menos carros ou reaproveitar materiais devem estar entre as medidas das indústrias para reduzir os impactos no meio ambiente.
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