Evaldo Braga, nascido em 26 de maio de 1945, em Campos dos Goytacazes, deixou uma marca duradoura na música brasileira, sendo reconhecido como um dos grandes ídolos do gênero conhecido como “música brega” e da black music. Sua vida, repleta de desafios desde a infância, influenciou profundamente sua obra, que refletia suas experiências pessoais e emocionais.
O cantor enfrentou uma busca incessante por sua identidade, tendo declarado em entrevistas sua tristeza por nunca ter conhecido os pais. A história de que teria sido abandonado pela mãe biológica em um cesto de lixo foi amplamente divulgada, provocando uma profunda depressão que o levou ao abuso de álcool.
Essa tristeza que se transformou em uma grave depressão, foi um fator crucial em sua vida, relacionando-se diretamente com o acidente que acabou por tirar sua vida na BR-3 (antiga Rio-BH).
Essa versão dramática de seu nascimento foi desmentida anos depois por seu irmão, Antônio C. Braga, que afirmou que Evaldo não foi jogado no lixo ao nascer. No entanto, essa revelação tardia não diminui a intensidade do sofrimento vivido por Evaldo, cujas experiências pessoais marcaram profundamente sua trajetória.
A entrada de Evaldo Braga no cenário artístico ocorreu enquanto trabalhava como engraxate na porta da rádio Mayrink Veiga, onde teve seus primeiros contatos com o mundo da música. Em 1969, teve a sorte de encontrar Osmar Navarro, produtor e compositor, que o levou a gravar seu primeiro disco, um compacto simples pela RCA Victor, com as músicas “Dois Bobos” e “Não Importa”.
Esse foi o ponto de partida para uma carreira que se destacaria pelos altos e baixos, mas sempre carregada de emoção.
O ano de 1971 marcou a transição para a Polydor, onde lançou um compacto simples com as músicas “Só Quero” e “Por Uma Vez Mais”. Em 1972, chegou seu primeiro LP, “O Ídolo Negro”, título que o tornou popularmente conhecido.
O álbum incluía sucessos como “A Cruz Que Carrego” e “Eu Amo Sua Filha, Meu Senhor”, mas foi “Sorria, Sorria” que o consagrou, tornando-se um hit popular.
O segundo volume, “O Ídolo Negro – Vol.2”, lançado no mesmo ano, manteve o sucesso com faixas marcantes como “Eu Não Sou Lixo”, de sua autoria com Pantera, e “Sorria, Sorria”. O disco oferecia um mergulho nas emoções e na vida pessoal de Evaldo Braga, com músicas que narravam suas dores e alegrias.
Infelizmente, a carreira ascendente de Evaldo foi interrompida por sua trágica morte em 31 de janeiro de 1973, no acidente na BR-3. Seu legado, no entanto, perdura através de suas músicas, que continuam a tocar corações e a contar a história de um artista cuja vida foi marcada por adversidades e emoções intensas.
Em 2017, o escritor e jornalista Gonçalo Junior lançou a primeira biografia de Evaldo Braga, intitulada “Eu Não Sou Lixo – A Trágica Vida do Cantor Evaldo Braga”, oferecendo uma perspectiva aprofundada sobre a vida do artista e sua contribuição para a música brasileira.
A obra lança luz sobre os desafios enfrentados por Evaldo, humanizando ainda mais o ídolo negro que deixou um impacto duradouro na cultura musical do Brasil. Algumas fontes mencionam que ele enfrentou estigma social relacionado à sua sexualidade, mas não há confirmações específicas sobre sua orientação sexual. Essa faceta de sua vida acrescenta camadas profundas à compreensão do homem por trás de músicas que se tornaram atemporais e que marcaram uma geração para sempre.
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