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FastBuilt investe em dados para o ramo dos imóveis

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Depois de finalizar uma obra e entregar o imóvel, o relacionamento da construtora com o seu consumidor não termina. É a partir daí que surgem intercorrências relacionadas ao histórico da obra, já que é necessário saber detalhes da estrutura para a realização de manutenções e reformas. Esse relacionamento pós-venda nem sempre é fácil: com manuais do proprietário complexos, localizar uma informação se torna uma dor de cabeça. Para resolver este tipo de desafio que surgiu no mercado a FastBuilt. Fundada pelo engenheiro Jean Ferrari, que vivenciava, na prática, a necessidade de aplicações simples para o armazenamento e acesso de dados, a startup chegou ao mercado no fim de 2018 com a proposta de uma solução móvel para unificar informações e simplificar a rotina de usuários e construtoras. Um dos diferenciais da aplicação é que ela foi projetada com uma versão para o consumidor final: além da construtora poder registrar por vídeos, fotos e textos as informações durante o andamento da obra, o cliente pode verificar todo o histórico do seu imóvel dentro do app da FastBuilt. “Dados precisos sobre tubulações, tipos de materiais utilizados, fornecedores, manutenções e garantias podem ser localizados através da leitura de um QRCode disponibilizado no painel de disjuntores do espaço. Criamos uma aplicação que visa realmente facilitar a rotina de quem desenvolve o projeto e de quem adquire o imóvel”, destaca Ferrari.

Jean, como se encontra o mercado das construtechs em nosso país?

Em relação ao ano de 2019, 2020 teve um aumento de 23% no número de startups dos setores imobiliário e de construção, de acordo com o Mapa de Construtechs e Proptechs elaborado pela Terracotta Ventures, gestora de investimentos em empresas de tecnologia. O mercado tem muita demanda por soluções e isso se traduz na quantidade de startups focadas em trazer soluções para esse setor. Ao todo, foram contabilizadas 702 startups no levantamento, e em 2017 a pesquisa identificou 250 empresas desenvolvendo soluções reais, o que representa pouco mais de um terço do número atual.

O que mudou nesse setor com o advento da pandemia?

A relação com o consumidor mudou em todos os setores e na construção não foi diferente. O cliente está mais ligado à transformação digital, busca soluções mais rápidas e práticas, está mais propenso a mudar um hábito de consumo se isso significar facilidade para o seu dia a dia.

Quais as principais características que fazem um serviço ser revolucionário no mercado das construtechs?

Ele precisa resolver a “dor” do cliente. Neste caso as construtoras e estar focada em trazer a melhor experiência para o cliente.

A FastBuilt tem esse caráter revolucionário em sua visão?

Sim, porque somos apaixonados por resolver o problema e não pela solução que construímos, e dessa forma pensamos de forma disruptiva simples (+ simples, mais barato do que o que já existe), acessível (adaptado com facilidade) e conveniente (solucionar uma dor/problema real).

Como surgiu a ideia que se tornou a FastBuilt?

Sou engenheiro civil e desde que me formei sempre empreendi. Fundei empresas como a Finestra, mas durante muito tempo trabalhei no escopo comum da minha profissão. Até que recebi um convite que me fez repensar a carreira, convite para participar do Startup Summit, um projeto do Sebrae/SC que ajuda profissionais a transformarem ideias em negócios. Neste evento passei por uma verdadeira imersão e percebi que eu ainda vivia na época das cavernas. O mundo todo evoluindo, as inovações chegando em todas as frentes e eu ainda atuava da mesma forma.

Dali em diante percebi que dava para fazer diferente e entregar para o mercado em que eu já atuava novas formas de pensar e de fazer. Por que, afinal, não usar inovações para estreitar o relacionamento das construtoras com seus clientes? Resolver problemas comuns no dia a dia da construção civil, facilitar o controle e o acesso às informações, tornar os processos mais ágeis? A inquietação me levou a transformar minha carreira. Resolvi pivotar e a mudança foi grande. Foi um restart, não foi fácil, é um caminho que ainda está em construção, mas, tenho certeza, foi extremamente assertivo.

Quais os pilares da startup?

Os pilares da startup estão ligados a novas formas de pensar.

Passar de “estoques” para “fluxos”. Aprimorar desempenho. O segredo do sucesso é a cultura. Mente sintonizada na escala de mudança. Desobediência e resiliência, aceitar a desobediência de seu time para a construção de algo melhor, ser resiliente para no momento do erro/fracasso saber reorganizar a equipe rapidamente e continuar. Lifelong Learning.

Como esses pilares são o norte da sua empresa?

Esses pilares são o nosso norte porque entendemos o quão importantes eles são para trazer inovação e disrupção ao setor. Passar de “estoques” para “fluxos”: Estocar recursos, informações, controlar tudo, planejar tudo e empurrar mensagens e ordens do núcleo para as bordas. A inovação está acontecendo nas bordas. Quem tem acesso/contato com o cliente? Quem conhece a execução? Você precisa estar consciente e plenamente presente, ser capaz de desenvolver uma rede muito ampla através da exploração e curiosidade.

Colaboração: aprimorar desempenho; estamos confortáveis com a ideia de que não temos controle, não podemos prever ou mesmo saber tudo o que está acontecendo. Estamos sempre abertos e aprimorar.

O segredo do sucesso é a cultura: cultura que criamos e como comunicamos; eventos, e-mails, reuniões, mensagens, regras…

Mente sintonizada na escala de mudança: Mudanças que ocorreram e que estão ocorrendo ainda mais rapidamente todos os dias; Desobediência com consciência e Resiliência: saber lidar com problemas adaptar-se a mudanças, superar obstáculos; Lifelong Learning: aprendizagem ao longo da vida ou educação continuada. Não podemos parar no tempo!

Qual a importância dos dados para a FastBuilt?

Dados são estratégicos para a FastBuilt, adotamos o conceito de Lean Startup (ideia, construímos o produto, medimos e testamos ele, analisamos dados para aprender e direcionar da forma correta), pois, é estudando e analisando eles que podemos identificar o que está indo bem e o que precisa de ajustes, de forma rápida e ágil como o mundo dos negócios exige hoje para que você não se torne irrelevante do ponto de vista de solução ofertada.

Organizar e gerir informações é o maior desafio da startup atualmente?

Para qualquer organização, organizar e gerir informações é um desafio, por este motivo quem nasce digital ou quem tem uma estratégia de transformação digital sendo verdadeiramente implantada já está muitos passos a frente.

Muito tem se falado sobre transformação digital. Quais as vantagens dessa transformação digital para a FastBuilt?

Os consumidores estão modificando seus hábitos a uma velocidade muito superior às empresas, mesmo aquelas que se consideram atualizadas quanto às estratégias de relacionamento. E sabemos que as áreas operacionais das organizações nunca se viram tão assustadas e desafiadas a entender a jornada de seus clientes. O desenvolvimento tecnológico é o grande responsável pelo Novo Empoderamento dos clientes, levando-os a comportamentos radicais quando a empresa falha. Fazendo cliente abandonar as empresas sem piedade e propagando essa insatisfação para dezenas/centenas de outras pessoas.

Não ter uma estratégia sistêmica dentro das organizações para esse novo momento do Relacionamento/Atendimento gera muitas falhas na jornada do cliente em todas as suas etapas.

A FastBuilt nasceu para promover a melhor experiência de relacionamento da construtora e incorporadora com o seu cliente por entendermos que o uso da tecnologia nesse processo irá realmente apoiar as construtoras e incorporadas.

O que vislumbra para a FastBuilt pós-Covid?

Definimos o cenário de evolução da nossa plataforma e ela está muito alinhada com todas essas mudanças que a pandemia acabou acelerando no mundo todo. É notório que em momentos de crise as startups vêm fazendo a diferença no mundo dos negócios. Vislumbramos um cenário positivo e promissor para a FastBuilt com a recuperação do segmento da construção que vem cada vez mais buscando utilizar as tecnologias e soluções disponíveis que lhe permitam ter capacidade de adaptação para liderar o hoje enquanto constroem o amanhã.


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