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FinMatch oferece empréstimo para MEIs

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Durante a pandemia, os amigos Plinio de Andrade e Fabiano Sandaniel, tiveram dificuldade para encontrar um lugar para cortar o cabelo. Ao conversar com alguns profissionais que trabalham em salões de beleza, ouviram que todos estavam sem poder atender, pois, estabelecimentos estavam fechados. Com as contas chegando, uma alternativa a esses microempreendedores seria recorrer a empréstimos bancários, mas o acesso ao crédito, segundo depoimentos ouvidos, era muito restrito, tanto para os donos de salões quanto para os profissionais autônomos que prestam serviços, como cabeleireiros, manicures, pedicures, esteticistas, entre outros. Plinio e Fabiano conversaram com muitos proprietários de salões e profissionais do ramo e as queixas sobre a dificuldade de obter crédito sempre esbarravam na alta burocracia e nas necessidades de dar garantias materiais e de não possuir restrições no nome da empresa e do proprietário. Diante disso, Plinio e Fabiano resolveram criar a FinMatch, uma fintech focada em oferecer empréstimo pessoal aos microempresários e microempreendedores individuais (MEIs) que trabalham em salões de beleza e estética. “Ao estudarmos o segmento, percebemos que ele é muito promissor. São atividades com recorrência de receita e, além disso, segundo dados de mercado, 66% dos brasileiros consideram que gastos com beleza são uma necessidade e não um luxo”, aponta Plinio de Andrade, CEO da FinMatch.

Plinio, qual foi a razão principal para a criação da FinMatch?

Tive dificuldade durante a pandemia para obter esse tipo de serviço (corte de cabelo). Comecei a conversar com alguns profissionais e descobri que todos estavam parados sem poder atender. O mais duro foi descobrir que todos tinham uma limitação que era o acesso limitado a crédito. Começamos a pensar sobre o problema quando muitos relataram que estavam vendo as contas chegarem (um cenário que maioria dos brasileiros se deparou). Dividi esse problema e essa dor que esses microempresários estavam enfrentando no momento com o Fabiano que já possuía uma experiência no mercado de startups. Analisamos juntos essas oportunidades para oferecer um crédito fácil, desburocratizado e que contava com tecnologia efetiva para fazer essa análise e essa aprovação do perfil desse proponente. Foi daí que tivemos a ideia de fundar a FinMatch.

Durante esse período conversamos com muitos proprietários de salões e profissionais do ramo e a queixa sempre era a mesma: excesso de documentações, garantias reais e não possuir restrição no nome da empresa do proprietário. Isso acabava inviabilizando a tomada de recursos. Estamos sabendo que pequenos negócios estão sofrendo com a redução de caixa, mesmo com os programas do Governo como o Pronampe ou o Auxílio Emergencial. Muitas ficaram de fora dessas linhas e desse acesso ao crédito devido à burocracia na contração no caso do Pronampe e outros não receberam o Auxílio Emergencial por conta que não estavam adimplentes com a DAS. Diante desse cenário avaliamos a possibilidade de curar essa dor dos microempreendedores individuais.

Esta ideia já tinha sido pensada antes da pandemia?

Sempre tive um sonho de ser empreendedor. Sou executivo de mercado. Estou no mercado financeiro há quase 20 anos. Tive passagens por grandes bancos como Bradesco, Santander, BMG, além do Grupo Pão de Açúcar. O último banco que estive foi o Banco Máxima, que é um banco de varejo. Rodei em algumas áreas como de produtos, comercial, crédito e cobrança desses bancos. Sempre fiquei incomodado durante toda essa minha passagem, porque eu sempre quis ser empreendedor, ou seja, de certa forma queria alinhar o meu conhecimento, o meu background profissional com a minha formação, já que sou formado em administração, além de ser especialista em finanças de empresas. Também há 10 anos leciono nos programas de pós-graduação do Mackenzie. Sou professor convidado dos cursos de finanças e gestão de empresas, sendo que sempre tive vontade de ser empreendedor. Mas para ser empreendedor e montar uma startup, você precisa curar uma dor do mercado. Nessa pandemia, conseguimos identificar essa dor do mercado e isso seria o início da minha carreira como empreendedor.

Quais os maiores desafios de conduzir uma fintech durante a pandemia?

O primeiro desafio é ser protagonista nesse momento. Aproveitar essa oportunidade e criar uma alternativa necessária para as empresas nesse momento de retração de crédito. Nosso principal desafio é provar que o nosso modelo de análise de crédito é eficaz, pois, conseguimos distribuir os recursos dos investidores a um preço justo, a um prazo justo, de uma forma ágil e de baixo risco de inadimplência. De certa forma, a partir do momento que as empresas (nossos clientes) que vão demandar a solicitação de crédito, conseguimos fazer com que chegue esse crédito de maneira ágil e desburocratizada. Esse é o nosso principal desafio.

Vocês lidaram com alguns desses desafios de uma forma mais visceral?

Certamente. Nós já lidamos com todos os desafios de uma forma bem visceral. Um dos que temos mais afinco é diminuir o risco do crédito. Nossa experiência (principalmente a minha) de quase 20 anos no mercado financeiro, principalmente trabalhando em concessão de crédito, tanto para empresas no segmento do varejo alinhado ao do Fabiano meu sócio, que já conduziu e colocou de pé mais duas startups, está sendo fundamental para tratarmos os temas mais críticos e para mantermos o nosso negócio. De certa forma cumprimos com o nosso propósito que é desburocratizar o crédito para os microempreendedores individuais dos ramos de estética e beleza.

Qual o principal pilar da FinMatch?

São três que são um conjunto aqui para nós: Primeiro é a tecnologia, o segundo é a experiência do cliente e o terceiro é a responsabilidade social. Isso é o que queremos de uma certa forma. Isso é o que nos norteia. A partir do momento que temos tecnologia, conseguimos desburocratizar esse acesso ao crédito para os nossos clientes; conseguimos propiciar para esse cliente uma nova experiência em serviços de crédito e de uma certa forma em cima dos nossos modelos de negócio, através de um motor de crédito inovador especializado nesse segmento de mercado onde conseguimos calibrar e modelar essa concessão de crédito. Avaliando diversos algoritmos, vamos conseguir propiciar uma nova experiência para obtenção de crédito para esse empreendedor, sempre de uma forma ágil, desburocratizada e com responsabilidade social. Com isso vamos conseguir contribuir com o ecossistema empreendedor.

Os donos de salões e MEIs de estética e beleza têm procurado a fintech da maneira como esperavam?

Sim, até mais. Não só os MEIs de estética e beleza mais outros segmentos também, demonstrando uma carência e uma necessidade de crédito por conta dessa fatia de mercado que não só são os MEIs de estética e beleza. Outros segmentos têm procurado a FinMatch de uma forma bastante visceral. Aliado aos programas emergenciais de crédito, outros modelos de crédito tradicionais não estão atendendo e de uma certa forma não estão olhando para esse segmento… não só para esse segmento como para essa fatia de mercado que são microempreendedores individuais e microempresas.

Esse segmento é bastante promissor. O que pode travá-lo mesmo sem uma pandemia?

O que acredito que pode travar esse segmento, mesmo sem uma pandemia, é de certa forma a instabilidade da economia brasileira. Isso sim acredito que pode travar, porque é um mercado muito promissor em que pese que está passando por transformações. Cada vez mais ele exige dos empresários elevados padrões de qualidade e reinvestimento em seu negócio. A partir do momento que o país consiga demonstrar para esse empreendedor, para esse profissional, a segurança que ele precisa para realizar esse investimento e dar continuidade num plano de negócio, temos tudo para dar certo. Esse é um dos objetivos da FinMatch.

Queremos contribuir com esse ecossistema. Queremos contribuir com esse profissional ou com esse empreendedor no momento da retomada dele. Se conseguirmos dar condições para esse empresário com o nosso propósito que é dar condições de crédito de uma forma justa, contribuir com o ecossistema, ajudá-lo na governança corporativa dos seus negócios, temos tudo para dar certo. O meu ponto é que a estabilidade econômica, pode impactar muito para destravar esse mercado (não só nesse mercado como outros). É uma cadeia produtiva: o salão precisa se preparar, modernizar e investir, por isso ele precisa de parceiros consistentes. Parceiros consistem vão existir a partir do momento em que ele tenha um ambiente propício para isso.

O que é o conceito giveback?

Podemos dizer que é uma retribuição. É um conceito muito bem sedimentado nos EUA assim como na Europa. Nosso objetivo com esse programa de giveback é a retribuição. Esse é nosso conceito.

Por que esse conceito é justo em sua visão?

Por que a nossa missão com o programa de giveback é transformar o mercado de crédito, convertendo a necessidade desse microempreendedor que é curar essa dor, concedendo crédito para ele de uma forma ágil e desburocratizada e com padrões justos, de uma certa forma fazendo com que ele também contribua para a sociedade na outra ponta que também tem uma necessidade. Essa nossa ideia do programa de giveback é conscientizar o empreendedor que ele também consegue contribuir para uma causa social. Nosso objetivo é deixar ele consciente que se ele pagar em dia as suas parcelas, fazendo com que ele sinta essa dor e esse peso da responsabilidade, podemos implantar a consciência que outras pessoas estão dependendo dele também e não necessariamente ele vai tirar dinheiro do bolso para contribuir com uma causa social. De uma certa forma, no momento que ele não onere a fintech (a partir do momento que ele pague em dia), a FinMatch consegue contribuir com uma causa social.

Isso faz com que consigamos ajudar as duas pontas. O empreendedor que tem necessidade de crédito, além de contribuir com uma causa social o que de uma certa forma converte essa necessidade do microempreendedor a um benefício para a sociedade. Como que esse empreendedor irá contribuir com uma causa social? É só ele pagar em dia. A partir do momento que ele tem um crédito em curso com a FinMatch (pagando em dia as parcelas dele), a FinMacth vai reservar um percentual do lucro que tem dentro do mês para um programa social. Esse é nosso objetivo. Por isso acreditamos que é justo, pois, conseguimos de uma certa forma amparar as duas pontas: a necessidade do microempreendedor e o benefício para a sociedade.

Como avalia o primeiro ano da FinMatch?

Esse primeiro ano está sendo bem interessante para nós. Principalmente agora no início da startup conseguimos dar grandes avanços com parcerias consistentes e com o nosso modelo de avaliação de risco de crédito. Por um outro lado, mantemos a nossa expectativa (ainda no primeiro ano) de atender 2400 empresas que tem um potencial de 7,2 milhões em negócios, então de uma certa forma, fazemos a leitura do mercado e de todos os nossos projetos e dentro do roadmap que estamos enquadrados no momento, dentro da tração de negócios, avaliamos como um bom cenário para o início da operação. Estamos bem confiantes que vamos conseguir contribuir com o ecossistema.

O que vislumbra para a fintech pós-pandemia?

O que vislumbramos para a FinMatch pós-pandemia é atingir os nossos objetivos. É chegar em 2025 com mais de 50 mil clientes atendidos, proporcionando uma contribuição com o ecossistema. É isso que vislumbramos: contribuir com o ecossistema com muita responsabilidade social, avançar nos nossos modelos de negócio e também com os modelos de avaliação de risco de crédito, que serão cada vez mais assertivos e justos com o nosso cliente, além é claro, ser protagonista desse mercado.


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