Flávia Lippi é diretora-presidente do Instituto de Desenvolvimento Humano Lippi (IDHL) Brasil – Londres – Portugal – Índia. Mentora, Master Coach, trainer e Speaker International. Docente em instituições nacionais e internacionais; Escritora e autora de vários livros, entre eles: “Líder Transformador”, “Coaching in a box”, “Spiritual Coaching”, “Coaching para Criatividade”, “Coaching do Amor ” e “Guia de Beleza Natural” pela Matrix Editora do Brasil. Autora convidada do livro “Ferramentas de Coaching”, publicado em Portugal, Espanha e Brasil. Palestrante em mais de 100 eventos, atingindo mais de 100 mil pessoas e Master Coach de mais de 100 líderes. Ao longo de sua carreira, Flávia contribuiu para a formação de alguns dos mais respeitados comunicadores e líderes do Brasil. Tem mais de 10.000 horas em atendimento personalizado de CEOs em todo o mundo. Criou a primeira pós-graduação em coaching reconhecida pelo MEC – Master Business Coaching, ministrada na Business School São Paulo, associada a Laureat International Universities dos EUA. Com uma visão transformardora, utiliza várias ferramentas, como coaching, mentoring e consultoria para pessoas que querem se transformar, empreendedores e profissionais experientes que perderam a qualidade de vida; alta performance corpo e mente; vida integrada, profissão e sustentabilidade humana.
Flávia, em que momento de sua vida você foi chamada para a sua missão como uma “startup humana?”.
Eu, na verdade, não acredito nessa grande missão da forma como muitas pessoas têm batido nas cabeças dos outros. Eu também não acredito que você deve empoderar alguém para uma série de coisas ou para descobrir o seu propósito e, assim, ter uma grande missão na vida. Da forma que tem sido colocado, eu acho isso até cruel, sabe? As pessoas estão desesperadas. E se eles quiserem só se reinventar? Eu acho que é preciso mesmo ser uma “startup humana” e é exatamente isso que eu faço. Falo de pequenos gestos de amor, a capacidade de recriar quantas vezes for necessária e as tomadas de decisões durante o dia. Eu sou uma “startup humana” disruptiva e não tenho medo algum de, ao longo do meu dia, quebrar missões, comportamentos e descobrir coisas que vão reconfigurar totalmente tudo que eu pensava no início do meu dia.
Para ser muito sincera, eu acredito que o grande problema é a limitação. Acho limitante, você pensar que só será feliz se tiver uma missão. Cada um é capaz de escolher pequenas missões ao longo do dia e da vida e o propósito é viver largamente todas as etapas que a vida lhe apresentar. Assim, abrirá brechas, encontrará outras coisas que podem fazer sentido. Limitar é deixar de viver o disruptivo para viver o totalmente planejado. Por isso mesmo, eu acredito mais em colocar para fora os sentimentos que palpitam dentro da gente do que de fato ter um propósito. Eu acredito em abrir mão do controle e sentir a vida e as necessidades do mundo a sua volta.
Qual a importância da gestão emocional no mundo corporativo?
A inteligência emocional é a inteligência mais velha que existe. O Daniel Goleman, autor do livro “Inteligência Emocional”, lá na década de 90 quando falou sobre o assunto foi chocante. Foi perceber que você poderia mudar toda a sua história de vida e de sucesso, desde que tivesse inteligência emocional. Hoje em dia as pessoas estão falando como se ela fosse uma descoberta atual. A gestão emocional, eu vejo num todo, com a inteligência relacional, intelectual, social e a espiritual. Elas se compõem e estão relacionadas. Essa relação de todas as inteligências em harmonia que faz o bom executivo. Mas para alcançar isso, ele precisa de um grande trabalho de autoconhecimento, antes de jogar opiniões e desejos no seu mundo profissional. O que ele é em casa, ele tem que ser no trabalho. Ele se comporta como ele é? Muitas vezes, profissionalmente, ele “picota” a personalidade para ocupar um lugar.
O que as inteligências fazem, nesses casos, é te ajudar a se colocar e não precisar se picotar. Trata-se de se colocar da maneira que você não se machucará e nem vai ferir o outro. Quando o executivo para de produzir, a tendência das empresas é ver o problema nele. Enquanto os ambientes não se cuidarem, precisaremos cuidar cada vez mais destes executivos. Você pode até deixar temporariamente essa pessoa em equilíbrio, mas se o ambiente não for cuidado, ela vai adoecer de novo. Ela pode ter desde uma doença mental até comportamentos totalmente inadequados quando ela está em desarmonia. Essa saúde tem muito a ver com o ambiente externo e o ambiente interno. Por essa razão, aquele triplezinho precisa ter o desenvolvimento para chegar a uma carreira bem-sucedida. Quando você diminuiu o nível de cortisol de um executivo, por exemplo, você baixa todas essas consequências e diminui as doenças crônicas, irritação e raiva. Consequentemente, essa baixa gera aumento de produtividade para uma empresa. Um colaborador com a mente doente deixar de produzir e gera prejuízos astronômicos para a organização. Os problemas começam na mente, mas, rapidamente, terão reflexos em todo corpo.
Muitos acreditam que vivemos no século da incerteza. Você também definiria esse século como o século da incerteza?
Para mim a incerteza é desde que nascemos. Eu acredito mesmo que estamos na era das relações, do compartilhamento. Na antítese de São Tomé. Na era do crer para ver e não ver para crer. Isso é uma visão disruptiva. Amanhã é outra coisa e as soluções estão cada vez mais rápidas.
Como se dá o seu trabalho como arqueóloga da mente?
Primeiro o arqueólogo da mente precisa saber fazer boas perguntas. Depois, saber ouvir todas as possibilidades diferentes que vierem. É ter o desprendimento de entender que tudo aquilo que você encontrar na sua mente ou na mente do outro é tesouro. Eu adoraria ser uma arqueóloga de verdade [risos]. Contudo, eu, como arqueóloga da mente, quando estou cavando, eu não estou procurando ouro. Eu tenho certeza que o que eu encontrar só pode ser ouro. Tudo na mente humana é digna de respeito e reverência. Reverência aos medos, glórias, buracos… É amar e respeitar aquela mente que está ali, ocupando um local sagrado neste planeta.
O que você descobriu de mais fantástico na mente humana em todos esses anos?
A coisa mais fantástica do ser humano é a vontade que ele tem de entender o que de fato está fazendo nesse planeta. Eu acho que, em algum momento da vida, essa pergunta começa a ser feita com mais frequência. Em todos esses anos, eu também descobri que todas as pessoas são boas. O que faz com o que elas façam algo ruim é a opção pela sombra – que todos nós temos. Em algum momento, por medo, ela aparece. Seja medo da rejeição, não ser compreendido ou até mesmo de ser pego em uma dor muito escondida. O medo deixa a sombra tomar uma decisão no seu lugar. Cada um tem uma escolha e, dessa forma, é preciso saber olhar para a sombra e falar dessa escolha.
É claro que existem casos de síndromes gravíssimas, mas isso não faz dessa pessoa má, mas, sim, um doente que necessita de tratamento. Quando uma pessoa faz uma crueldade que pode realmente prejudicar o outro e ela não se arrepende, ela pode ser um psicopata. Existem pessoas com doenças mentais no mundo corporativo? É claro! Existe a possibilidade de identificar? Existe. Contudo, de forma geral, eu acho que o ser humano é capaz da bondade.
Que pontos são necessários para o alcance total da saúde emocional?
Acredito que nos pequenos comportamentos do dia a dia fica mais fácil de entender quando você perde a saúde mental, que só acontece quando você está fora do eixo. A meditação, na minha opinião, é a principal forma de voltar para esse eixo. Hoje, a gente pode falar tranquilo sobre meditação, que antes era envolta de mistérios e hoje ela é uma ciência e os executivos estão aí para provar isso. As pessoas precisam aprender a pausar, ela é essencial para o ser humano. Eu falo em pausa para férias e durante o dia no trabalho – que eu aconselho que seja a cada uma hora, um minuto de respiração plena, que ajuda a oxigenar o cérebro e traz mais clareza. Quando você entende como seu corpo se movimenta, funciona e se manifesta no mundo (com sentimentos e palavras), você é capaz de aumentar a performance. Caso contrário, você sempre estará consertando as coisas e passará a vida nesse processo.
Quantas pessoas eu conheço que estão buscando por sucesso financeiro, sendo que ela poderia viver. Se você perseguir o dinheiro essa é a última coisa que você ganhará. Eu acho que o que tem tornado as pessoas cada vez mais doentes emocionalmente são os excessos. Não há clareza mental e emocional para bancar as escolhas. Você pode ter boas ou más escolhas. E os excessos não são necessidades, às vezes são apenas desejo de comparação.
Como o BioHacking pode beneficiar o entendimento do nosso corpo?
O Biohacking é vitalidade, longevidade através da ciência, biologia e tecnologia para alta performance do corpo, mente e espírito, sem causar mal a mim mesma e aos outros e sempre colocando a vida acima de tudo.
Você já deve ter visto monges treinados, pelados na neve, aquecendo com sua própria energia interna. É uma alquimia. Eles usam o Biohacking na mente e têm resultado direto no corpo. No nosso caso, o conceito se aplica a partir do entendimento do funcionamento do nosso corpo. Se você entende um pouco da sua personalidade e sabe que a sua tendência é confusão mental, dependendo do que você comer tudo vai piorar.
Você tem que entender que alimentos mais leves te levarão para decisões menos ogras, que, geralmente, vêm de esgotamento mental. Não estou dizendo que as pessoas precisam ser vegetarianas ou veganas, mas elas têm que saber o que comem e os reflexos desse alimento.
Outras pessoas não funcionam muito bem pelas manhãs. Imagina essa pessoa numa reunião de tomada de decisão, às 8h, por exemplo. A reunião não vai mudar, mas você tem que ter, no mínimo, os antídotos para amenizar os danos. E para isso você precisa se conhecer. As pessoas que, normalmente, não sabem ouvir críticas estão doentes, elas se conhecem biologicamente e não estão aptas a mudar o posicionamento pessoal e profissional. Ouvir critica é um feedback importante para o próprio corpo.
E o que mais você acrescentaria sobre o Biohacking?
O Biohacking está tão ligado ao que você entende da sua biologia. Para tanto, você pode usar desde a medicina milenar à tecnologia. Se você bebe pouca água, isso está dificultando o entendimento do seu cérebro. Seu cérebro seca. Use a tecnologia e coloque um aplicativo para te lembrar da água. Isso é Biohacking, ou seja, ligação direta com a vitalidade.
Que fator é essencial para a construção daquilo que você intitula como MBA Pessoal?
É não temer as formas de experiência. Elas são todas louváveis. Entenda, eu não estou falando de currículo, mas, sim, de experiência. Os certificados e todos os outros cursos entram no seu MBA Pessoal. Eles são feitos basicamente das experiências que você já viu. Depende de onde você nasceu e como foi criado, além, é claro, de todas as soluções tiradas de outras pessoas.
Essas experiências, quando usadas a seu favor, elas contribuem imensamente para o seu MBA Pessoal. E quando você ignora as suas próprias experiências e começa usar a de outras pessoas, você deixa de entender qual o trajeto da sua vida, que é juntar experiência mesmo.
Como definiria o sucesso neste cenário?
Para mim, sucesso é quando você acorda pela manhã com um sorrisão esparramado na cara e fala: “eu estou fazendo o que eu tenho pensado em fazer”. O seu sucesso não é igual ao do seu vizinho, né? O seu sucesso, talvez, seja acordar com esse sorrisão brincar com o seu filho antes de ele ir pra escola. O sucesso é muito pessoal, muito interno, por isso não tem como comparar o seu êxito com o do outro. Quanto mais fórmulas você busca, menos você vai alcança. A luta de cada pessoa é individual. No cenário mais incrível deste planeta, sucesso para mim, é você ter vitalidade, longevidade, saber desfrutar o que você tem e não se martirizar pelo que as redes sociais dizem que você deve ter. Liberte-se e tenha sucesso!
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