Os cariocas do Folks vivem um momento especial: seu primeiro álbum atingiu o terceiro lugar dos álbuns de rock mais vendidos no iTunes. Além disso, a banda se apresentará no cultuado e legendário Rock in Rio, no Palco Supernova (patrocinado pelo Filtr Live), no dia 06 de outubro. Para celebrar o grupo botou na rua o clipe de “Sobre Viver”. O single, disponível nas plataformas digitais, une diferentes gerações do rock local com participações de Mauricio Barros (Barão Vermelho), Nicole Cyrne (Blitz) e Drenna. A letra, uma celebração da vida, inspirou algumas fãs, que tatuaram trechos da canção. O próximo disco será lançado ainda no segundo semestre. A banda surgiu em 2011 formada por profissionais com longa estrada no underground. O som é considerado por críticos “porrada da boa”. Basta ouvir o álbum. Nesse caminho, o Folks se apresentou no South by Southwest, em Austin (EUA) e abriu para os ingleses do The Kooks em São Paulo e no Rio de Janeiro. “Eu acho que o diferencial é que a gente não se limita. Inclusive acabamos de gravar na Toca do Bandido uma música nova, que esperamos lançar antes do Rock in Rio, que tem uma pegada muito diferente de tudo que a gente já fez. Nós levamos muito a sério a missão da música, que ela é a única arma revolucionária que existe, faz as pessoas transcenderem. Não é só entretenimento”, afirma o vocalista e fundador da banda Kauan Calazans com exclusividade ao Panorama Mercantil.
Seu primeiro show foi aos quatorze anos. O que ainda tem daquele garoto no músico que se tornou?
Sem dúvida a essência. Inclusive, acredito que se ela tivesse se perdido eu não estaria aqui hoje. O motivo de tudo ter começado é fundamental, você ter o sentimento de ser música, viver a música, respirar música e realmente se permitir transcender. Mas claro que os anos de experiência ajudam bastante também (Risos).
O que é fundamental para não perder o foco num mundo musical tão competitivo como o atual?
Não acho que tenha uma fórmula certa, mas você realmente continuar fazendo o que acredita, a música precisa ter alma e não é somente entretenimento. Se você estiver seguro nisso tá tudo certo. Um dos maiores pilares é a paciência. Realmente é um mercado muito competitivo, mas como diz uma música nossa “tudo tem seu tempo, tudo tem o seu valor”.
Você já atuou e atua em várias funções que vão de cantor a apresentador. O que essas experiências fazem e trazem para a vida quando se segue essa estrada?
Eu acabo me descobrindo cada vez mais… Eu sou o tipo de cara do “vamo? vamo!” Gosto de encarar novas experiências e com certeza isso me ajuda no palco, na hora de compor. E acho que isso é fundamental não só na parte profissional e sim no pessoal também! A vida tá aí pra ser vivida mesmo, tem muita gente que está vivo, mas não vive. Quanto mais experiências eu tiver, mais vou ter certeza que estou vivendo de verdade.
Como é ser um músico independente em nosso país?
É muito difícil porque tem também todo aquele estereótipo que ser músico não é uma profissão. Hoje em dia eu vivo só da música. Sou formado em Administração, tive uma empresa que vendia material pra serralheiros, ela faliu com toda essa crise. O que todos diziam que era “o emprego garantido” não existe mais. E eu sigo firme e forte com a música. As grandes gravadoras têm medo de arriscar. Já recebemos propostas de empresários falando que o Folks já fez tudo que podia fazer na cena independente, que tinha que ir pro mainstream mesmo que era o nosso lugar, mas eles não querem abrir o bolso, só comer % da gente. Quando essa galera começar a realmente apostar em quem acreditam o mercado vai dar uma virada onde todo mundo vai ficar feliz.
As plataformas digitais e as redes sociais ajudam em que pontos?
Eu vejo como uma forma de mantermos contato com a galera que já conhece a gente. Porque, ao mesmo tempo, a internet tem muita informação por segundo, não acho que a gente consegue ampliar nosso público via redes sociais. A gente amplia na rua, no olho no olho e nas redes sociais a gente fideliza o pessoal no movimento!
O que você acredita ser o grande diferencial do Folks?
Eu acho que o diferencial é que a gente não se limita. Inclusive acabamos de gravar na Toca do Bandido uma música nova, que esperamos lançar antes do Rock in Rio, que tem uma pegada muito diferente de tudo que a gente já fez. Nós levamos muito a sério a missão da música, que ela é a única arma revolucionária que existe, faz as pessoas transcenderem. Não é só entretenimento.
Críticos dizem que uma banda deve pensar como uma empresa. Acredita que isso deve ser a tônica numa carreira musical que pretende ser bem-sucedida?
Em alguns momentos sim. Tem toda a questão organizacional que se não tiver alinhada acaba atrapalhando a banda. Como a gente realmente pensa grande, isso é fundamental. Mas também se você tem uma banda e quer ficar fazendo só um som na garagem talvez não precise se preocupar com isso, e tá tudo bem também! É só uma questão de proposta.
Você é muito crítico com a questão da qualidade. Quando a qualidade se tornou um dos seus grandes norteadores para seguir nessa carreira?
Cara é muito engraçado comentar sobre isso, porque lembro que no primeiro show que fiz na vida quando tinha 14 anos, a minha banda era péssima, o baterista nem usava o bumbo! O show foi péssimo, mas nossos amigos adoraram (Risos). E eu lembrando disso, vejo que realmente aprendi na marra. Meus pais não colocaram o vinil dos Beatles ou Stones e falaram: “isso aqui que é bom”. Eu fui descobrindo sozinho, tomando muita porrada e sempre me cobrando muito. Depois de tanto tempo a gente vai ganhando experiência e fidelizando cada vez mais a nossa proposta. Mas também tenho um suporte fundamental dos meus parceiros de banda e do Felipe Rodarte que é nosso produtor musical e diretor do nosso selo Toca Discos.
Fale um pouco sobre algo que foi muito interessante para a banda e que se chama “#Acenavive”.
#Acenavive foi uma ideologia que criamos em 2012 quando a cena estava toda parada, ninguém conseguia fazer show. Nós do Folks nos juntamos com o pessoal da Nove Zero Nove e Canto Cego e criamos um evento chamado Rock Bandido na Lapa com show das 3 bandas. O evento ficou lotado e marcamos novas edições, todo mundo queria tocar lá, mandavam mensagem pedindo e-mail pra mandar material. Mas nós falávamos que a pessoa tinha que ir ao evento, prestigiar as outras bandas, conhecer a galera e depois quem sabe marcarmos uma data.
Era meio que uma forçada pra galera se prestigiar e que deu muito certo. Depois nos reunimos com o Rodarte e mais outras bandas e fizemos campanha pra volta da Rádio Cidade, que deu certo, saiu em capa de jornal e até tentaram roubar o nome pra fazer um evento. Mas não deixamos porque #Acenavive não foi uma ideia institucional, e sim ideológica. Plantamos uma sementinha e fico muito orgulhoso de tudo isso.
Em que momento as suas influências externas e o seu instinto interno, falaram mais alto em suas composições?
Quando você tá compondo tem esses momentos mágicos. Eu componho mais com o Paulinho, guitarrista do Folks, ele é muito bom de melodia e eu faço as letras. Tem momentos que se você se deixar levar você consegue compor coisas que depois nem você entende como fez isso. Tenho muito orgulho que nossas músicas têm a capacidade de ajudar pessoas. Por exemplo “Sobre Viver” que lançamos o clipe a pouco tempo, muitas pessoas que tiveram depressão falaram que essa música ajudou muito elas a superar esse momento. Essa é a missão!
Qual a expectativa da banda (e a sua em especial) para participar do Rock in Rio?
Sem dúvida é um grande sonho, fico lisonjeado por esse convite! Quando anunciamos eu recebi mais mensagens de parabéns do que no meu aniversário (Risos). A gente tem noção do peso e da responsabilidade de tocar nesse festival, sem dúvida vai ser um divisor de águas na nossa carreira.
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