Categories: Negócios

Futuro mais autêntico da publicidade via IA

Compartilhe este conteúdo com seus amigos. Desde já obrigado!

A entrevista exclusiva com a CEO da MGID, Fernanda Acacio, para o portal Panorama Mercantil, oferece insights valiosos sobre a evolução da publicidade e marketing com os avanços em deepfake e Inteligência Artificial generativa. Fernanda destaca que a IA generativa está ampliando as capacidades criativas e analíticas da indústria, permitindo o processamento eficiente de grandes volumes de dados e uma abordagem mais estratégica. A colaboração entre IA e intuição humana é destacada como uma vantagem única, combinando dados com sensibilidade para nuances e tendências. A discussão sobre deepfakes na publicidade enfatiza a necessidade de transparência e ética em seu uso, destacando seu potencial para despertar interesse e emoções no público. A recriação de personalidades via deepfakes é vista como uma estratégia eficaz para criar conexões emocionais mais fortes, ativando a nostalgia e incentivando a identificação com a marca. A ética continua sendo um ponto-chave. Fernanda enfatiza a importância da colaboração entre mente humana e IA para preservar a autenticidade na publicidade e a necessidade de uma representação diversa na IA generativa. Ela também destaca a importância de considerar o estágio inicial da implementação da IA ao planejar estratégias de marketing, mantendo o equilíbrio entre automação e orientação humana. Fernanda vislumbra um futuro onde a IA trará agilidade e autonomia.

Fernanda, que transformações você enxerga na indústria da publicidade e marketing com os avanços da tecnologia de deepfake e Inteligência Artificial generativa?

Acredito que abre mais possibilidades no campo criativo, mas, principalmente, na análise de grande volumes de dados. Neste sentido, a ascensão da Inteligência Artificial generativa pode atuar como um impulsionador da capacidade de processar e interpretar dados em larga escala, transformando essa complexidade em vantagem competitiva. Ela pode ser usada para facilitar a rotina do dia a dia dos profissionais de marketing, ajudando a desafogar as tarefas manuais para ter ganhos de produtividade na parte estratégica do negócio. Outro aspecto importante é que a colaboração entre a IA e a intuição humana cria uma sinergia única, em que os dados se tornam a matéria-prima da criatividade, e a interpretação humana é capaz de perceber nuances, contextos e tendências que vão além dos números.

Qual é a sua visão sobre a utilização de deepfakes na publicidade?

Estamos vendo diversos usos criativos do deepfake, como na recente campanha da Volkswagen com a Elis Regina. Essas aplicações demonstram que o deepfake deixou de ser apenas uma possibilidade teórica para se tornar uma realidade palpável, que pode ser adotada em grande escala, e têm implicações significativas no mercado de publicidade e marketing. Acredito que é um recurso criativo que pode ser usado para despertar o interesse e emoções do público, porém, deve ser sinalizado com transparência e de forma ética para os consumidores. Quando aplicamos essa tecnologia de forma consciente é possível criar conexões emocionais mais profundas com o público-alvo e impulsionar a inovação no campo da publicidade, mantendo a integridade da marca e a confiança dos consumidores.

Por que a recriação de personalidades memoráveis via deepfakes pode ser uma estratégia eficaz para estabelecer conexões emocionais mais fortes com o público-alvo?

Acredito que ativa, principalmente, o lado da nostalgia, que é uma característica muito usada pelas marcas nos dias de hoje. Por exemplo, estamos vendo diversas referências nostálgicas na cultura, estética e comportamento nos dias atuais, como o filme da Barbie e o mais recente documentário sobre a Xuxa. Com o uso do deepfake, é possível ativar esse conforto emocional no espectador, que acaba gerando uma conexão emocional mais forte com a marca e incentiva a identificação com a mensagem publicitária. Além disso, como a tecnologia é relativamente nova, o uso, quando feito de forma criativa e ética, impulsiona a divulgação da marca de forma espontânea nas redes sociais e na imprensa.

Quais são os principais riscos que as marcas enfrentam ao confiar o processo criativo da publicidade à Inteligência Artificial?

O processo criativo é composto por muitas fases e a Inteligência Artificial Generativa pode ajudar, principalmente, na parte inicial de brainstorming, na organização de ideias e colocar as ideias no papel de uma forma mais clara e efetiva para melhor visualização. No entanto, é essencial lembrar que as marcas conhecem, melhor que ninguém, o seu público-alvo, suas expectativas e anseios, além dos valores da empresa, sendo essencial que esse olhar humano seja trabalhado na jornada criativa da concepção das ideias e acompanhe desde a criação até a execução da campanha. Além disso, é fundamental que as estratégias das marcas não objetivem apenas engajamento e monetização das suas audiências, mas que, sobretudo, veiculem suas campanhas e anúncios com conteúdos relevantes e de alta qualidade em ambientes seguros.

Por que a transparência é um aspecto fundamental quando se trata de conteúdos gerados por IA, especialmente no contexto da publicidade?

Entendo que transparência junto ao público é uma premissa fundamental para se obter credibilidade e isso se aplica a qualquer iniciativa que faça uso desse tipo de tecnologia, tanto nas estratégias de marketing quanto de negócios. O uso responsável e transparente dessa tecnologia mitiga o risco de colocar todo o ecossistema de mídia e publicidade digital, minando a confiança do público em relação aos princípios éticos e à qualidade do conteúdo.

Como garantir que o público esteja ciente do uso de IA nesses conteúdos?

A transparência junto ao público é uma premissa fundamental para implementar estratégias mais efetivas e manter a credibilidade da marca. Um dos caminhos é colocar uma tag indicando que aquele conteúdo foi produzido com o uso da Inteligência Artificial ou algum material complementar com esse indicativo para que o usuário possa ser informado de forma clara.

Quais são as implicações éticas que devem ser consideradas ao implementar deepfakes e IA generativa em campanhas publicitárias?

A publicidade, além de gerar desejo, deve também inspirar credibilidade no consumidor, sendo essencial que seja transparente e ética no uso da IA. Uma possibilidade é colocar uma tag indicando que aquele conteúdo foi produzido com o uso da Inteligência Artificial ou algum material complementar com esse indicativo para que o usuário possa ser informado de forma clara. Acredito que ainda virão mudanças significativas na legislação do uso da IA, para que todos estejamos seguros com a evolução da indústria.

Como a colaboração entre a mente humana e a IA pode impactar a criatividade e autenticidade no campo da publicidade?

A partir do momento em que as marcas usam 100% do conteúdo criado pela IA, sem colocar o seu toque pessoal e criativo. A IA possibilita o uso de diversas ferramentas, mas a estratégia é intrínseca do humano, que é o ser criativo e autêntico por trás dos comandos dados à máquina. Se você usar a IA para criar um conteúdo genérico e sem emoção, em que qualquer um poderia fazer de forma rápida e sem alinhamento ao tom de voz da empresa, a marca vai perder e muito na sua autenticidade. Por isso, mais importante do que ganhar agilidade na produção de conteúdo, é conhecer os insights que você pode gerar a partir da ferramenta e usá-los de forma inteligente e inovadora.

Qual é o papel da diversidade de representação na criação de imagens com a IA generativa?

Os algoritmos são feitos a partir do entendimento da sociedade atual e de um sistema de dados, por isso é importante que não tragam vieses preconceituosos e olhares discriminatórios. Dessa forma, a diversidade deve ser um dos pilares a ser inserido no processo de aprendizado/ machine learning da ferramenta de IA generativa para garantir que a criação de imagens espelhe o reflexo de uma sociedade diversa e inclusiva. A abordagem cautelosa, ética e consciente em relação a esse desafio garantirá que a IA generativa contribua para um crescimento sustentável e inclusivo, em vez de perpetuar desigualdades e eventualmente potencializar riscos indesejados.

Por que é importante que os profissionais de marketing considerem o estágio inicial de implementação da IA na indústria ao planejar suas estratégias?

Como falamos, a IA possibilita o uso de diversas ferramentas, mas a estratégia é intrínseca do humano, que é o ser criativo e autêntico por trás dos comandos dados à máquina. Por isso, principalmente nesse estágio inicial de implementação da IA nas tarefas do dia a dia, é essencial ter um olhar humano crítico que irá revisar e determinar a relevância e efetividade dos insights e materiais produzidos com a tecnologia.

Quais são os critérios que você acredita serem essenciais para determinar quando a produção de conteúdo liderada por IA é uma decisão viável e recomendável para uma marca?

Quando a marca sente que a IA está atuando como uma verdadeira parceira no processo de criação do conteúdo, ajudando a organizar informações e gerar insights de uma forma mais ágil, porém, ainda de forma fiel à missão, visão e valores defendidos pela empresa. É interessante também promover pesquisas de mercado para entender como aquele conteúdo será recebido pela audiência e como isso impacta na percepção da marca na totalidade.

Como você vê o futuro da publicidade e marketing com a evolução contínua da Inteligência Artificial?

Vejo um futuro onde os profissionais de publicidade e marketing terão mais agilidade e autonomia em suas tarefas, podendo se dedicar de forma mais profunda à parte estratégica e ter mais tempo para pesquisar referências. Aqui na MGID, por exemplo, a Inteligência Artificial nos ajuda a entender as peculiaridades de cada audiência para sermos mais assertivos ao exibir o conteúdo certo para o público certo, de forma automática. Mas isso não é tudo, temos analistas que olham para esses insights e otimizam os resultados de cada campanha com um entendimento humano sobre as emoções despertadas por aquela marca, pois, acreditamos que a melhor forma de trabalhar com a Inteligência Artificial é sempre em parceria para obter uma entrega diferenciada.

O que veremos cada vez mais?

Veremos cada vez mais a necessidade da criação de padrões e normas claras e precisas para o uso da IA, bem como do controle de qualidade no uso eficaz e responsável da tecnologia. Tudo isso impactará a forma como as marcas utilizam a tecnologia para fazer negócios, criar inovação e ampliar o engajamento com seus públicos.


Compartilhe este conteúdo com seus amigos. Desde já obrigado!
Espaço Publicitário:

Recent Posts

Rock in Rio: como é o bastidor do espetáculo?

Quando pensamos no Rock in Rio, o que mais vem à mente são os grandes…

8 horas ago

Conceição Evaristo: resiliência virou influência

Conceição Evaristo nasceu em 1946, em uma família humilde de Belo Horizonte, Minas Gerais, e…

16 horas ago

Como Carlota de Macedo Soares se impôs?

Lota de Macedo Soares, cujo nome completo era Maria Carlota Costallat de Macedo Soares, é…

20 horas ago

Classe média e sua mania de achar que é elite

A classe média, especialmente a classe média alta, ocupa uma posição peculiar no tecido social.…

24 horas ago

Por que Átila foi o grande “Flagelo de Deus?”

Átila, o rei dos hunos, é uma das figuras mais emblemáticas e temidas da história…

1 dia ago

Os “bregas” sustentaram os “ícones” da MPB

A música popular brasileira (MPB) é frequentemente lembrada como um dos grandes patrimônios culturais do…

1 dia ago