No quarto trimestre de 2023, o número de brasileiros pessoas físicas que fizeram algum tipo de investimento em renda fixa aumentou 15% em relação ao mesmo período de 2022, saindo de 14,8 milhões para 17,1 milhões de pessoas. O levantamento é da B3, que mostrou que essa modalidade de investimento continua sendo a preferida de quem poupa dinheiro no país. O volume de investimentos também cresceu, passando de R$ 1,649 bilhão em 2022 para 2,136 bilhões no ano passado.
Apesar disso, o número de pessoas físicas que passaram a investir em ações (uma das modalidades de renda variável) chegou a 3,7 milhões, um aumento de 9% em relação ao mesmo período de 2022. Segundo o relatório da B3, apesar do aumento do número de investidores, o valor médio investido caiu de R$4,3 mil em 2021 para R$ 2,2 mil tanto em 2022 quanto em 2023.
Os dados da B3 mostram que o número de investidores brasileiros vem sendo ampliado a cada ano, entretanto, mais pessoas investindo nem sempre significa que estão fazendo investimentos corretos. Um estudo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) indicou que indivíduos que já foram vítimas de pirâmides financeiras são mais propensos a investirem novamente em esquemas irregulares e de alto risco, do que aqueles que não foram vítimas. Segundo os pesquisadores do estudo, isso ocorre porque existe uma “determinada predisposição das vítimas em investir em esquemas de alto risco”.
Com 14 anos de experiência na área financeira, o especialista em finanças Bruno Munhoz afirma que já se deparou com alguns erros que muitos investidores cometem e que acabam por lhes trazer prejuízos. Segundo ele, um desses erros é investir em um produto financeiro sem antes entender os riscos que esse investimento pode trazer.
“Quando você vai comprar uma TV, uma geladeira ou até mesmo trocar de carro, você se torna um expert nisso, não é mesmo? Estuda todas as marcas, modelos, pesquisa em várias lojas para encontrar o melhor preço até tomar a decisão de comprar. Com investimentos precisa ser igual. Quanto mais você conhecer o que está comprando, mais seguro estará para os bons e maus momentos”, comenta.
Outro erro comum é seguir “modinhas” e acreditar em retornos garantidos maiores do que o mercado geralmente pratica. Ele explica que é preciso sempre desconfiar de promessas de retornos “milagrosos”.
“Quando ouço alguém comentando que investe em algo que rende 5% ao mês, eu dou o seguinte exemplo: vá até seu banco, peça um crédito consignado sem deixar nada de garantia e veja a taxa que o banco irá cobrar por esse empréstimo de altíssimo risco para a instituição, afinal, não tem garantia. Se você for um bom cliente, os juros giram em torno de 3% ao mês. Quer dizer que um banco está errado e você certo? Cuidado, é melhor não seguir modinhas”, diz.
O advento das redes sociais como veículos de comunicação trouxe para o dia a dia das pessoas a figura do influenciador digital, que é aquela pessoa que se dedica a passar dicas e informações sobre determinado assunto. No caso das finanças pessoais, é possível verificar uma infinidade de “influencers” dando dicas de investimentos para milhares de seguidores.
Afirmando não desmerecer o trabalho de quem compartilha dicas na internet, o especialista em finanças Bruno Munhoz comenta que o problema pode ser a generalização das informações repassadas. Como influenciadores podem se comunicar com milhares de pessoas, em geral, as informações não abrangem a realidade de cada potencial investidor.
“É natural que as possíveis ‘recomendações’ sejam generalizadas, rasas, e não específicas. Quando você fala com um especialista em investimentos, o papel dele é entender você e apenas você. Seus objetivos, seu perfil de risco, sua necessidade específica e, obviamente, associado ao momento atual do mercado, escolher o melhor investimento. Não aquele que serve para 10 milhões de pessoas ao mesmo tempo, mas o melhor para você”, diz.
O profissional diz também para ter cuidado com a ideia de que, por assistir vídeos ou acompanhar influenciadores digitais, a pessoa já entende tudo do assunto. Para quem quer investir com segurança, seja em renda variável ou renda fixa, Munhoz chama a atenção para três dicas simples.
“Tenha paciência, investir é algo de longo prazo, não espere ficar rico muito rapidamente. Leia livros, assista palestras, veja vídeos, busque conhecimento para não seguir modinhas e, principalmente, para não cair em golpes. Converse com um assessor de investimentos para criar um planejamento personalizado para você”, aconselha.
O aumento no número de investidores em renda fixa é um reflexo do crescente interesse das pessoas em fazer seu dinheiro render. No entanto, é essencial que esse movimento seja acompanhado por uma busca constante por conhecimento e uma abordagem prudente aos investimentos. Com educação financeira e orientação especializada, os investidores podem aproveitar ao máximo as oportunidades disponíveis no mercado, mitigando riscos e alcançando seus objetivos financeiros a longo prazo.
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