Hélio Zylberstajn possui licenciatura em Física pela Universidade de São Paulo (1969), e é bacharel em Economia pela Universidade de São Paulo (1980). É doutor em Relações Industriais – University of Wisconsin – Madison (1987). É professor sênior da FEA/USP – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. É consultor da OIT, do Banco Mundial e do BID. É membro do CONSEA – Conselho Superior de Estudos Estratégicos e do Conselho Superior de Relações de Trabalho, ambos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). É membro do COE – Conselho de Orientação Econômica da Associação Comercial de São Paulo. É membro do Conselho Gestor da Secretaria Municipal de Trabalho e Empreendedorismo de São Paulo. Foi fundador e presidente do IBRET – Associação Instituto Brasileiro de Relações de Emprego e Trabalho e da ABET – Associação Brasileira de Estudos do Trabalho. É membro do Conselho Gestor da Secretaria Municipal de Trabalho e Empreendedorismo de São Paulo. “Precisamos melhorar o sistema educacional de nível fundamental e médio e precisamos dar muita ênfase no ensino técnico profissional. Nossa escola é predominantemente acadêmica e de baixa qualidade. Precisaria se transformar em profissionalizante de alta qualidade”, afirma o coordenador do Salariômetro da Fipe.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é ultrapassada em sua visão. O que deve ficar em seu lugar para uma melhor relação de trabalho?
Não se trata de substituir a CLT, mas sim de modernizá-la. Como? Dando autonomia às partes, permitindo que a negociação seja a principal fonte de direitos e obrigações no mercado de trabalho.
Considera que a reforma trabalhista foi benéfica para os trabalhadores?
A reforma foi muito benéfica porque foi um passo importante nessa direção.
A questão fiscal é o nosso maior problema?
Sim, no curto prazo é sem dúvida.
Sem a reforma da Previdência, o Governo Bolsonaro (e consequentemente o país) viverá os seus dias mais difíceis?
O sucesso de Bolsonaro depende dessa reforma. Se não conseguir, terá um mandato difícil.
Acredita que essa deveria ser a prioridade número um do mandatário?
Sim, é a grande prioridade de curto prazo.
Qual o fator que definirá a empregabilidade das pessoas em uma sociedade mutável como a nossa?
Não gosto muito desse termo “empregabilidade”. Passa a sensação de que o desemprego é consequência da falta de “empregabilidade”. Prefiro usar a expressão “aumentar a demanda de trabalho”.
O senhor afirmou em uma certa oportunidade, que a criação de empregos voltará com investimentos e crescimento. Essa ainda é a premissa básica para que isso ocorra em nosso país?
Sim, a demanda de trabalho depende da atividade econômica. O investimento trará o crescimento e com ele as pessoas voltarão a ter oportunidades no mercado de trabalho.
Hoje se produz muito mais com muito menos pessoas. O que deve ser feito para que não tenhamos uma nação de desalentados no novo cenário que se desenha?
A tecnologia destrói postos de trabalho e aumenta a produtividade, é verdade. Mas cria novas ocupações e novas oportunidades. Até hoje, o balanço sempre foi positivo. Não sei se será diferente no futuro. O mercado de trabalho continuará a existir e a se expandir. As tarefas desempenhadas é que serão diferentes das atuais.
O senhor enxerga algum ponto maléfico na chamada terceirização?
Nenhum, é uma tendência inexorável. As empresas crescem na dimensão horizontal e não mais na vertical. O grande conglomerado de ontem foi substituído pelas cadeias produtivas, nas quais a terceirização é o modo preponderante de contratação de trabalho e de coordenação de atividades produtivas.
Educação e inovação foram as molas mestras para as nações mais prósperas do planeta. Que detalhe fará a assimilação natural dessa cultura no Brasil?
Precisamos melhorar o sistema educacional de nível fundamental e médio e precisamos dar muita ênfase no ensino técnico profissional. Nossa escola é predominantemente acadêmica e de baixa qualidade. Precisaria se transformar em profissionalizante de alta qualidade.
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