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Hoje é o dia internacional do cooperativismo

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Com o objetivo de unir pessoas com interesses em comum para buscar resultados melhores em coletivo, as cooperativas fazem parte dos negócios brasileiros há tempos — oficialmente, desde 1889, quando aconteceu a fundação da Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto (MG). No entanto, nos últimos anos, esse movimento tem ganhado ainda mais força e se consolidado enquanto um dos motores da economia do país. Entre 2010 e 2018, o número de pessoas que se uniram ao cooperativismo cresceu em 62%, segundo a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB).

Ao longo desse processo, essas instituições sempre estiveram preocupadas em se adaptar ao mercado para manter seu desenvolvimento. Com atenção às novas formas de negócio, elas perceberam nos últimos anos a importância de começar a olhar para o ecossistema de inovação, o qual tem crescido de maneira exponencial e trazendo consigo diversos empreendimentos. Não à toa, segundo uma pesquisa de 2021 da OCB, 84% das cooperativas consideram a inovação muito importante para o setor e têm buscado inserir esse conceito em seus processos.

“Está cada vez mais evidente que a tecnologia é o caminho para o futuro. Por isso, estamos nos aproximando para entender esse mercado e fazer cada vez mais parcerias”, explica Juliano Romancini, secretário do Conselho de Administração do Sicoob São Miguel, instituição financeira cooperativa. Hoje, além de ter um espaço em Joinville (SC) no Perini Business Park, próximo ao parque tecnológico Ágora Tech Park, o Sicoob São Miguel participa ativamente das iniciativas do Join.Valle, entidade de fomento ao ecossistema de inovação da região.

“Uma das bases do cooperativismo é incentivar o pequeno negócio para que ele cresça e se desenvolva, tornando-se médio e grande. E já notamos que as startups seguem essa mesma lógica: nascem hoje como pequenas, mas amanhã podem se tornar empresas grandes, até mesmo bilionárias. O crescimento do segmento é surpreendente e queremos muito estimular e crescer junto com esses empreendimentos”, reforça Juliano.

Para acompanhar essa tendência do mercado, as cooperativas também precisaram se transformar internamente, passando por aprendizados e reinvenção. Foi preciso entender como se adaptar a essa realidade, que envolve, por exemplo, a avaliação da concessão de crédito para empresas que não existem fisicamente e não têm patrimônio para oferecer de garantia.

Nesse contexto, 47% das organizações aceleraram suas iniciativas de inovação por conta da pandemia e 22% iniciaram projetos na área durante o período. E os resultados já são visíveis: mesmo em meio à crise econômica e sanitária, elas superaram as adversidades e continuaram crescendo, renovando suas ações para conquistar mais resultados sem perder a relação próxima com o cooperado, que é a sua essência.

“Durante uma visita que realizamos em São Miguel do Oeste para conhecer melhor o trabalho do Sicoob e palestrar sobre inovação, tivemos a oportunidade de visitar um cooperado, um produtor de leite com operação completamente automatizada. Fora a tecnologia empregada, o que mais chamou a atenção foi o conhecimento do profissional da cooperativa, que entendia do negócio como se fosse seu”, comenta Fabiano Dell Agnolo, Diretor Executivo do Join.Valle. “É por isso que eu indico cooperativas para as startups: elas criam essa proximidade muito grande, desenvolvem um relacionamento e entendem a dor do cooperado, prestando o melhor atendimento e oferecendo o incentivo necessário para o seu crescimento”, aponta.

Um estudo divulgado pelo Banco Central mostrou como as cooperativas têm respondido às crises de forma diferente dos bancos tradicionais, suavizando os efeitos negativos de recessões. As pequenas empresas que buscaram capital nos sistemas cooperativos tiveram taxas de sucesso maiores do que junto ao setor bancário em 2020. “O cooperativismo foi uma das grandes alavancas das pessoas jurídicas na pandemia, possibilitando acesso a crédito consciente para quem queria inovar e abrir um negócio”, explica o diretor comercial do Sicoob São Miguel, Marcelo Trevisan.

Algumas cooperativas também têm se envolvido com o ecossistema de inovação através do lançamento de programas para acelerar e apoiar a consolidação de startups, como é o caso do programa InPulse, do Sistema Ailos; do Intensive Connection, apoiado pelo Sicredi; e do Vibee Unimed, da maior cooperativa de saúde do país. Além disso, com seu papel de incentivar o crescimento do cooperado, as organizações têm contribuído na propagação do uso de tecnologia — como no caso do produtor de leite cooperado do Sicoob, que se modernizou com apoio da cooperativa.

Para o Diretor Executivo do Join.Valle, muitas pessoas partem do pressuposto de que a inovação é motivada pela competição entre empresas. No entanto, na prática, é a colaboração e a troca de experiências e conhecimentos que tem contribuído para a disseminação da inovação. “Parcerias, programas de inovação aberta, mentorias, workshops… não faltam atividades que reforcem a importância da cooperação para a construção de um mercado forte e vantajoso para todos. Por isso, cooperativas e ecossistemas de inovação são iniciativas que andam juntas em direção ao sucesso ”, afirma Fabiano.

Sobre o Join.Valle:

Join.Valle é um movimento voltado à consolidação do ecossistema de inovação de Joinville (SC). Por meio de iniciativas como capacitação para empreendedores, conexão de investidores locais, entre outras, a entidade busca conectar atores, reduzir gaps e estabelecer estratégias que fomentem o empreendedorismo e estimulem o desenvolvimento econômico sustentável na cidade.

*Com participação da jornalista Luiza Casali.


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