Há 15 anos, Ibrahim al-Organi, um ex-rebelde egípcio, enfrentava prisão e tortura severa no Egito. Hoje, aos 50 anos, ele é um dos empresários mais influentes do país, conhecido por seu império empresarial diversificado e por sua ligação estreita com o presidente Abdel Fattah al-Sisi. Recentemente, sua notoriedade cresceu devido ao controle sobre o movimento de refugiados palestinos através da Faixa de Gaza, o que lhe rendeu o apelido de “Rei das Travessias”.
Desde o início da guerra em Gaza, al-Organi tem exercido significativa influência sobre o movimento de pessoas e mercadorias que entram e saem do enclave. Através de sua empresa, a Hala Tourism Services, ele capitaliza sobre a situação desesperadora dos palestinos, cobrando altas taxas por serviços que antes eram mais acessíveis.
Nascido em 1974, Ibrahim al-Organi é membro da tribo beduína Tarabin, no Sinai. Ele iniciou sua carreira como motorista de táxi e se envolveu cedo em atividades de contrabando entre Gaza e Israel. Sua trajetória inclui resistência contra repressões e mediação entre tribos locais e autoridades de segurança durante períodos de tensão na Península do Sinai.
Após enfrentar prisão e a morte trágica de familiares em circunstâncias controversas, al-Organi emergiu como líder de milícia no Sinai, colaborando com o Exército egípcio na luta contra grupos terroristas. Paralelamente, ele construiu um império empresarial que abrange construção, mineração, hospitalidade e segurança privada, consolidando seu poder e influência na região.
A Hala Tourism Services, criada em 2019, monopoliza a passagem de civis palestinos através da fronteira de Rafah, a única não controlada diretamente por Israel. A empresa, com supostos laços com o governo egípcio, cobra taxas exorbitantes para facilitar a saída dos palestinos em meio à crise humanitária crescente na Faixa de Gaza.
Apesar de sua ascensão meteórica nos negócios e na política local, Ibrahim al-Organi não está isento de controvérsias. Acusações de exploração da situação dos refugiados e de envolvimento em atividades ilegais marcaram sua trajetória. Sua fortuna, estimada em cerca de meio bilhão de dólares, levanta questões sobre sua ética empresarial e responsabilidade social.
Enquanto al-Organi continua a expandir seu império e consolidar seu poder na região, as consequências humanitárias de suas ações permanecem evidentes. Com o aumento da pressão internacional e críticas por parte de grupos de direitos humanos, seu papel no conflito de Gaza e nas políticas de fronteira egípcias poderá determinar seu legado futuro.
Ibrahim al-Organi personifica uma figura complexa no panorama político e empresarial do Egito contemporâneo. De líder rebelde a magnata empresarial, sua trajetória é marcada por controvérsias, sucesso empresarial e influência política significativa. Enquanto sua empresa continua a lucrar com a crise humanitária em Gaza, o impacto de suas decisões sobre a vida dos palestinos e sua reputação internacional continuam sendo temas de debate e investigação.
Eder Fonseca é o publisher do Panorama Mercantil. Além de seu conteúdo original, o Panorama Mercantil oferece uma variedade de seções e recursos adicionais para enriquecer a experiência de seus leitores. Desde análises aprofundadas até cobertura de eventos e notícias agregadas de outros veículos em tempo real, o portal continua a fornecer uma visão abrangente e informada do mundo ao redor. Convidamos você a se juntar a nós nesta emocionante jornada informativa.
A Guerra do Contestado (1912–1916) é um dos episódios mais significativos e complexos da história…
Poucos criadores na história da televisão podem reivindicar um impacto cultural tão duradouro quanto Marta…
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) é um marco na história…
A presença feminina na política sempre foi marcada por desafios históricos, sociais e culturais. Durante…
O fim de Nicolae Ceaușescu, o ditador que governou a Romênia com punhos de ferro…
A confiança na Polícia Militar (PM) brasileira tem sido um tema de intenso debate nos…