O mercado de trabalho no último ano teve altos e baixos. Apesar dos impactos negativos da pandemia no número de vagas abertas no último ano, esse cenário tende a mudar. Segundo o Indeed, site número 1 de empregos no mundo, houve aumento de 58% no número de anúncios de emprego no Indeed em comparação com o patamar de 1º de fevereiro de 2020. Essa retomada é um sinal de esperança para quem procura emprego, incluindo os recém-formados e os que estão prestes a se formar, que experimentaram mudanças significativas e inesperadas em seus planos devido à pandemia. A incerteza sobre as oportunidades de emprego e a interrupção das rotinas podem tornar a busca de emprego, que já é estressante, em algo ainda mais desafiador. “É importante reconhecer que, quem está entrando no mercado de trabalho em um contexto pandêmico, enfrenta uma realidade que muitas pessoas nunca enfrentarão”, disse Felipe Calbucci, diretor de vendas do Indeed no Brasil. “Parece existir uma esperança por parte dos empresários com a retomada do mercado e isso vem especialmente de algumas indústrias específicas. Penso que poderia categorizá-las em dois blocos, o setor que sofreu muito no início da pandemia e agora está retomando, como a produção e a manufatura, o setor de construção e a indústria hoteleira. E o segundo grupo é o de perfis de vagas e indústrias que estão sempre crescendo, como a área de tecnologia.”
Felipe, os anúncios de empregos estão aumentando?
Desde o início da pandemia, o Indeed tem monitorado as tendências de ofertas de emprego para ter uma compreensão do reaquecimento do mercado. A partir dessa análise, pode-se apontar que há um aumento de 58% no número de anúncios de vagas no Brasil em comparação ao patamar da pré-pandemia. O aumento da oferta de empregos indica que muitos empresários estão mais otimistas quanto ao impacto do coronavírus na economia.
Quais são os principais fatores que contribuem para isso?
Esse crescimento de oportunidades de emprego deve ser um impulso importante para brasileiros desempregados que buscam reinserção e inserção no mercado de trabalho. O início da vacinação também é um fator que traz mais otimismo aos empregadores, ajudando no início dessa recuperação, ou seja, este aumento é um sinal de esperança e mostra que as empresas no Brasil estão tentando se firmar novamente.
O primeiro semestre do ano passado foi o pior para o emprego nos últimos anos?
Segundo o IBGE, o desemprego atingiu 12,8 milhões de brasileiros entre fevereiro e abril do ano passado. Quando comparado com o trimestre encerrado em janeiro de 2020, houve um aumento de quase 900 mil no número de pessoas desocupadas no país. Mas, esse número não foi o pior nos últimos anos, visto que o desemprego no Brasil saltou para uma nova taxa recorde, ainda com dados do IBGE, de 14,6% no trimestre encerrado em setembro, afetando 14,1 milhões de pessoas.
Já vemos alguma mudança sólida dos primeiros meses do ano passado para os primeiros meses deste ano?
Parece existir uma esperança por parte dos empresários com a retomada do mercado e isso vem especialmente de algumas indústrias específicas. Penso que poderia categorizá-las em dois blocos, o setor que sofreu muito no início da pandemia e agora está retomando, como a produção e a manufatura, o setor de construção e a indústria hoteleira. E o segundo grupo é o de perfis de vagas e indústrias que estão sempre crescendo, como a área de tecnologia, com o desenvolvimento de software e o setor de vendas.
Os trabalhos temporários podem ser uma opção interessante para quem teve a renda comprometida nesse período?
Os trabalhos temporários podem ser uma alternativa interessante durante a pandemia, principalmente considerando a instabilidade atual. Muitas empresas tendem a ficar mais defensivas e optam por vagas temporárias neste primeiro momento, mas não se pode excluir a possibilidade de efetivação depois. Vale também considerar vagas fora da área de especialização, enquanto os empregadores se ajustam à nova realidade. Esses empregos podem não ser a categoria de trabalho que se espera, mas ajudam a agregar experiência e habilidades sociais no currículo, como comunicação, proatividade e resiliência.
Algum setor se destaca quando o assunto é o trabalho temporário?
Infelizmente não temos esse dado específico, mas temos a tendência do aumento de vagas em relação aos setores de trabalho, em geral. No dia 30 de abril o número de ofertas de emprego no setor de Produção e Manufatura no Brasil aumentaram 141% em relação aos níveis anteriores à pandemia, seguidas por Construção, Hotelaria e Turismo. O setor de Desenvolvimento de Software também apresentou forte crescimento, com as ofertas de empregos sendo 75% acima dos níveis anteriores à pandemia.
Setor de trabalho % de mudança nas postagens desde 1 de fevereiro de 2020 (dados): Produção e Manufatura 140,8; Construção 95; Hospitalidade e Turismo 83,6; Desenvolvimento de Software 75,3; Artes e Entretenimento 45,7; Vendas 33,5.
Qual a importância do aprimoramento educacional e profissional para uma reintegração ao mercado?
É importante manter-se ocupado e ativo durante a pandemia. Para isso, o aprimoramento profissional e educacional é uma das maneiras eficazes de continuar se atualizando com as novas tendências de mercado influenciadas pela pandemia. Alguns treinamentos profissionais podem ser mais acessíveis, tanto financeiramente quanto em relação às restrições de aglomeração, como o de desenvolvimento profissional, certificações online e cursos setorizados. Eles podem ser úteis para se manter ativo e acrescentar experiência ao currículo, além de aumentar o círculo de networking.
Atualização de currículos é fundamental?
É essencial atualizar os currículos e personalizá-los para cada vaga de interesse. Essa atitude faz a diferença no momento da entrevista. Além disso, para facilitar o processo e permitir o uso da criatividade, os modelos de currículos online são uma boa opção por serem personalizados pelo candidato. Será melhor ainda optar pelos modelos que permitem a priorização de competências relevantes relacionadas a área da vaga para uma inscrição mais eficaz e rápida.
Qual o papel do networking?
Para entrar no mercado de trabalho é preciso fazer networking em todas as oportunidades disponíveis. Networking é essencial para encontrar um emprego e também progredir na carreira. O papel do networking é facilitar que o perfil do candidato e seus pontos fortes sejam valorizados e reconhecidos pelos empregadores. Desde a universidade, os graduandos já devem fazer sua rede de contatos e expandir, à medida que vão adquirindo experiências. Para os seniores e até CEOs, o networking pode expandir ainda mais as potencialidades da empresa e apresentar novas oportunidades de crescimento.
O processo de contratação remoto tem crescido?
Como um reflexo dos hábitos trazidos pela pandemia, nossos dados mostram que em 2020 houve um aumento de 215% nas vagas de emprego remotas no site do Indeed. Além disso, as pesquisas pelo termo ‘home office’, por exemplo, aumentaram 594% quando comparamos janeiro de 2020 a janeiro de 2021, com mais de 7 mil pesquisas por milhão em janeiro deste ano. Os processos remotos têm crescido e as pessoas percebem os pontos positivos desse modelo, com a flexibilidade e melhor qualidade de vida, trabalhando à distância e escolhendo seus próprios horários. Não perder tanto tempo no trânsito e poder ficar mais tempo com a família é algo que as pessoas não vão abdicar facilmente. É por isso que podemos ver um aumento tão grande na procura e oferta de empregos que oferecem a opção de home office.
Quais as perguntas que devem ser feitas pelos novos colaboradores aos empregadores nessa fase complexa em que estamos inseridos?
Deve-se ter uma linha de comunicação aberta com o novo empregador e fazer todas as perguntas necessárias sobre a nova oportunidade como:
Como será a avaliação do desempenho da posição em home office?
Qual é o maior obstáculo da organização agora?
Qual é a cultura da empresa e como vocês mantêm a comunicação entre os funcionários durante a pandemia?
Quais são as próximas etapas do processo de contratação? Pode-se perguntar, mas é importante que o candidato tenha em mente que provavelmente a contratação e integração serão mais lentas do que o normal, pois, os empregadores estão ajustando e mudando a forma como contratam e integram os candidatos.
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