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Janguiê Diniz defende a educação do nosso país

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José Janguiê Bezerra Diniz nasceu no distrito de Santana dos Garrotes, na Paraíba. Aos seis anos, sua família deixou o sertão paraibano e seguiu para o município de Naviraí, no Mato Grosso do Sul. Aos 8 anos, montou seu primeiro empreendimento: uma caixa de engraxate. Pouco depois, trocou a graxa nos sapatos, pela venda de laranjas. Até que seus pais decidiram mais uma vez mudar de região. Seguiram para Pimenta Bueno, em Rondônia. Em 1994 fundou o Bureau Jurídico, um dos cursos preparatórios para concursos públicos que obteve altos índices de aprovação, atraindo alunos de todo o país. No mesmo ano, começou a investir na realização de congressos nacionais e internacionais na área jurídica, chegando a reunir mais de 5 mil participantes e convidando grandes nomes do país e do mundo como palestrantes. Em 1998, fundou o BJ Colégio e Curso, que atualmente oferece turmas da Educação Infantil ao Pré-Vestibular. Em 2003, criou, no Recife, a Faculdade Maurício de Nassau acompanhada por uma nova marca, o grupo Ser Educacional. Hoje, o grupo é um dos maiores do Brasil, atendendo mais de 150 mil alunos em mais de 60 unidades distribuídas por todos os estados da Federação. Janguiê Diniz já tem 17 livros publicados, entre eles sua biografia, intitulada “Transformando sonhos em realidade – a trajetória do ex-engraxate que chegou à lista da Forbes” e o recente “Falta de Educação Gera Corrupção”.

O que acredita ter sido o principal sustentáculo para o seu sucesso no mundo dos negócios?

Eu acredito que em qualquer negócio existem inúmeros passos para o sucesso. O primeiro é ter um sonho. Depois vem o traçar metas e objetivos e trabalhar arduamente para atingi-los. Sempre com perseverança, dedicação, coragem, etc. É muito importante, também, buscar conhecer, continuamente, o setor de atuação e sua empresa – pontos fortes e fracos – para poder traçar os melhores planos de desenvolvimento e negócios.

Em uma certa ocasião, o senhor disse que a educação é forma mais fácil de mobilidade social. Quando essa ideia tornou-se mais presente em seu modo de encarar a vida?

Desde muito cedo eu tinha a consciência de que apenas através dos estudos eu poderia mudar a minha vida. Tanto que, aos 14 anos, sai sozinho de Pimenta Bueno, em Rondônia, para morar no Recife e poder cursar o ensino médio e uma faculdade. Desde então, a educação se tornou cada vez mais forte na minha vida. Primeiro com a graduação, depois com as pós-graduações, os concursos públicos, o mestrado e o doutorado. Em cada uma das minhas etapas de vida, o estudo e a educação estiveram presentes.

Quanto de coragem e persistência o empreendedor precisa para triunfar com a sua ideia?

Muito. É preciso saber que, sempre, em algum momento, você cometerá erros. Mas, mais importante que errar é aprender com os erros e ser perseverante para continuar a trajetória. Muita gente por aí só fala em sucesso e vitórias, mas esquecem que para chegar ao topo, há muitos fracassos e decepções.

Em algum dos momentos iniciais da sua trajetória como empreendedor, quis recuar ou voltar a ser funcionário público, por exemplo?

Fui servidor público por mais de 20 anos. Agradeço pela oportunidade e, porque foi dali que tive minha estabilidade financeira durante muitos anos. Quando decidi pedir exoneração da carreira de procurador, o fiz porque o meu extinto de empreendedor estava gritando comigo. Não pensei em nenhum momento em recuar, eu precisava seguir em frente.

Quais os maiores obstáculos que o grupo Ser Educacional teve que passar para ser reconhecido no mercado em que atua?

O Ser Educacional é uma empresa nova, em comparação a outras do mercado. A nossa dificuldade inicial foi conquistar o público que estava habituado às instituições tradicionais, com anos e anos de mercado. Posterior a isso, hoje o desafio é manter-se atualizado às tendências da tecnologia e trazer o que há de mais novo no mercado para auxiliar na sala de aula. Estamos vivendo uma era onde o maior desafio é ser inovador.

O que o senhor acredita ser o grande diferencial do grupo Ser Educacional?

O Ser Educacional foi pensado para proporcionar aos estudantes a experiência prática aliada à teoria. Além disso, todas as nossas unidades estão localizadas em pontos estratégicos das cidades, facilitando o acesso dos estudantes. Hoje, o Ser Educacional está passando por uma transformação digital, com investimentos em inovação e tecnologia. Entre os novos projetos da empresa estão a Universidade Corporativa – um espaço online para oferecer treinamentos para os colaboradores através de cursos e assim promover um processo contínuo de aprendizado; o Ser Digital – que surgiu de uma necessidade de transformação e criar um novo futuro através do estreitamento de relações com o público interno e externo; e a Overdrives – um centro de inovação para criação e desenvolvimento de startups. Nosso objetivo é melhorar, ainda mais, a experiência dos nossos estudantes.

A responsabilidade aumenta quando se tem mais de 11 mil funcionários diretos ou essa responsabilidade já se faz presente desde o momento zero do seu empreendimento?

Aumenta bastante. São 11 mil famílias que compartilham comigo o Ser Educacional. Por isso, trabalhamos para respeitar e valorizar cada um deles. Me orgulho em dizer que cada um dos nossos colaboradores me ajudou a construir o grupo e tenho um enorme carinho por cada um deles. Gosto de estar entre eles, conversar e escutá-los.

Como o Brasil pode melhorar os trágicos índices da educação nacional?

O Brasil está longe dos índices de educação mundiais. É preocupante porque dificilmente iremos atingir as metas do Plano Nacional de Educação. É preciso melhorar o destino dos investimentos feitos, garantir que os recursos cheguem, de fato, ao seu destino. A educação básica é a porta de entrada para toda a educação, então, ela precisa de atenção especial. O ensino superior é a garantia de qualidade de mão de obra, então, é preciso garantir, também, o acesso a ela. Precisamos ter consciência que o problema não está em pouco investimento no setor, mas em quanto de fato é investido. O Brasil precisa se libertar da corrupção para voltar a crescer em todos os segmentos.

Os governos em todos os seus níveis, já ouviram ou estiveram dispostos a ouvir alguma ideia sugerida pelo senhor?

Nós trabalhamos junto à ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior) para sugerir ações e medidas de melhorias para a educação. É um trabalho em conjunto com tantos outros mantenedores, que tem visão de mercado, experiências e boas ideias na área. O MEC tem sido bastante receptivo às nossas sugestões.

A tecnologia (sobretudo o ensino à distância) pode ajudar em algum ponto?

Usar o apoio da tecnologia é essencial para desenvolver qualquer segmento na atualidade. O EAD (Ensino a Distância) não é mais uma proposta para o futuro, ele é presente, é tendência. Se pensarmos que cirurgias podem ser realizadas por grandes profissionais da medicina através de vídeos e em pacientes que estão do outro lado do planeta, fica fácil entender que o papel do EAD é essencial na garantia de acesso à educação para todos.

Gostaria que falasse um pouco mais sobre o seu mais recente livro intitulado “Falta de Educação Gera Corrupção”.

Sou um defensor da educação no país, sobretudo as políticas públicas que garantam o acesso à educação para todo mundo. O livro traz diversos artigos que escrevi e publiquei em jornais do Brasil e incitam a reflexão de diversos problemas pelos quais passam os brasileiros rotineiramente. Em especial, o livro traz um capítulo sobre corrupção e suas consequências, para instigar uma reflexão de todos nós sobre os caminhos que o Brasil vem tomando, com intuito de promover o desenvolvimento do nosso país. A ideia do tema partiu de uma observação pessoal, analisada a partir das manifestações que tomaram o Brasil em meados de 2014, quando a política nacional entrou em declínio com a instauração de inúmeras investigações da Polícia Federal e a prisão de vários nomes fortes do cenário político.

Durante os anos seguintes, foram trazidas a público a descoberta de malas de dinheiro, superfaturamento de obras e desvios de verbas que levaram o Brasil a enfrentar sua pior crise: uma crise ética. Caímos na avaliação do ranking de confiança econômica mundial e também na percepção da população em relação à corrupção. A corrupção é um dos maiores problemas na atualidade e enganam-se aqueles que pensam que este é um problema ligado apenas a política. Na prática, ser corrupto é utilizar poder ou algum tipo de facilidade para conseguir vantagens que atendam aos próprios interesses ou de familiares e amigos. Entretanto, ao contrário do que costumamos ouvir, acredito que é uma generalização abusiva dizer que o brasileiro, em sua essência, é corrupto.

Última atualização da matéria foi há 3 meses


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