Por definição, desbancarização é a troca de grandes entidades bancárias por uma corretora de valores, uma fintech ou um banco de menor porte. Em comum, eles oferecem serviços através da internet, com pouca burocracia, muita praticidade e, geralmente, taxas mais atrativas. E se as Contas Digitais já estavam em franca expansão antes da pandemia, devem ganhar ainda mais mercado com a necessidade de distanciamento social. O foco agora é ampliar os serviços para os Microempreendedores Individuais (MEI). Pensando nisso, a Target Meios de Pagamentos lançou, durante a pandemia, a Conta Digital para o Caminhoneiro MEI. A empresa, que já oferecia Conta Digital para os motoristas autônomos desde o ano passado, viu o número de clientes crescer 150% em 2020, sendo mais da metade desse crescimento durante a pandemia, principalmente depois do lançamento da Conta Digital MEI. A oferta de contas digitais é vista como uma grande contribuição para a democratização do sistema financeiro, do qual muitos cidadãos ainda são excluídos. Na maioria dos bancos tradicionais, a burocracia para a simples abertura de uma conta ainda é grande e o procedimento pode demorar dias e até semanas. “As fintechs têm um teto limitado de volume de capital para operar, por isso, não conseguem buscar recursos da mesma forma que os grandes bancos”, afirma José Santos, CEO da Target.
Acredita que a desbancarização é um caminho sem volta?
É uma tendência para um nicho de mercado. Para grande parte da massa, sim! Para aqueles que buscam tarifas mais baixas, pacotes de serviços mais flexíveis, menos burocracia e a possibilidade de fazer tudo online, sem ter que ir numa agência. Mas os grandes clientes tradicionais não vão sair nesse momento. Isso, porque, quando falamos de oferta de crédito, por exemplo, as fintechs ainda são limitadas. O cliente mais jovem, que não tem alta renda, é o cliente fintech, mas elas ainda têm muito a evoluir para ganharem mais força. Tudo indica que estamos nesse caminho. Mas os grandes bancos sempre terão sua força, seu espaço. Mas o mercado das fintechs tende a continuar crescendo.
Como a crise afeta ainda mais essa desbancarização?
O cenário é positivo para as fintechs. O fato de muitas das Contas Digitais não terem qualquer custo para o consumidor acaba atraindo mais interessados, neste momento tão complicado que o mundo está passando, em que reduzir custos se torna tão fundamental.
Empreendedores, ambulantes e trabalhadores autônomos têm sofrido muito. Como essas pessoas conseguirão ter acesso ao crédito?
O Governo, hoje, já está fazendo uma série de incentivos para esse público. O Banco Central já tem incentivado esse movimento de crédito e algumas fintechs estão oferecendo crédito com uma taxa de juros bem competitiva e com menos burocracia.
As fintechs conseguem suprir essa demanda?
Infelizmente ainda não, mas estamos trilhando um caminho para isso. As fintechs têm um teto limitado de volume de capital para operar, por isso, não conseguem buscar recursos da mesma forma que os grandes bancos. O banco já tem uma regulamentação sólida nesse sentido, tudo relacionado às fintechs ainda é novo.
Como a Target está conseguindo operar nesse ecossistema?
Já oferecemos os serviços de monitoramento de saldos e extratos, transferências de valores, pagamentos de contas, saques em caixas automáticos e uso de cartões para pagamentos em estabelecimentos – com a bandeira Visa. Além disso, a Target Conta Digital possibilita a gestão financeira de todos os serviços e documentos necessários a atividade de frete, como consulta de pontos, multas e validade da CNH, cálculo de frete mínimo, gestão de pneus e otimização de gastos de combustível, geração de boletos próprios, entre outros. Tudo isso, numa mesma ferramenta, acessível de qualquer celular, de qualquer lugar, na boleia do caminhão. Essas são algumas das comodidades que a Target Conta Digital oferece.
Apesar de sermos uma fintech, temos feito parceria com alguns grandes bancos e isso nos dá uma credibilidade maior no setor financeiro, além de mais agilidade e segurança na oferta de serviços. Já estamos nos preparando para os próximos passos e, logo, logo apresentaremos novidades.
Quando surgiu a ideia da Conta Digital MEI?
Desde o início, já tínhamos isso programado, porque muitos caminhoneiros já são MEI há alguns anos. Estamos atendendo não só caminhoneiros autônomos e MEI, mas qualquer conta jurídica. Hoje, também atendemos as grandes e médias empresas do setor de logística. A diferença é que a abertura de conta MEI é mais simples e mais rápida.
Quais as vantagens do caminhoneiro MEI com essa Conta Digital?
A maior vantagem para o caminhoneiro, seja ele MEI ou não é a integração do sistema Target Meios de Pagamentos, com todos os serviços necessários à atividade logística com a Conta Digital. Isso permite um maior controle financeiro tanto profissional quanto pessoal, a qualquer hora, de qualquer lugar, na tela do celular. A Target Conta Digital possibilita o cliente fazer todas as transações que um grande banco oferece, com o diferencial de ter custo menor, além de diversos outros serviços fundamentais para a categoria.
Fazer transações pelo WhatsApp é um anseio da Target?
Já estamos nos preparando para isso. Em breve, teremos esse e outros novos serviços!
Atuar em um nicho como esse, torna o caminho mais rápido para se estabelecer no mercado?
Era um nicho que a gente sempre atuava, já tínhamos uma carteira de clientes que confiavam na empresa para serviços de meios de pagamentos, então, nesse sentido, encontramos o caminho aberto. Mas para ampliar os serviços para outros públicos, teremos os mesmos desafios de qualquer outra fintech. E essa ampliação já está sendo programada.
Em que momento o senhor sentiu que tinha lançado um bom produto financeiro?
No final de 2018, atuávamos com pagamentos digitais e já figurávamos entre as cinco maiores do setor, com mais 1.200 empresas em nossa carteira de clientes. Foi quando percebemos a tendência das contas digitais e sentimos a necessidade de, mais uma vez, inovar. Somos uma empresa com alma disruptiva, sempre buscamos as melhores tecnologias para gestão de pagamentos e decidimos ampliar essa atuação.
Nos últimos três anos, a empresa que nasceu em 2013 – junto com sua inovadora plataforma de gestão de informações e pagamentos integrados para o setor de transportes – cresceu mais de 25 vezes em termos de faturamento e mais de 35 vezes em número de clientes. No mesmo período, o volume da carga financeira movimentado nos sistemas da Target também cresceu 30 vezes e, hoje, está em aproximadamente R$ 2 bilhões ao ano. Com o lançamento da Target Conta, a previsão é de triplicar esses números até o final de 2020.
Quais são as outras iniciativas da Target que podemos destacar?
Temos algumas iniciativas próprias. Montamos e doamos cestas básicas mensalmente e também estamos inseridos na campanha do Não Demita, do Bom Ser do Bem. Sempre procuramos não só participar de projetos e ações desse tipo, mas também envolver todos os funcionários. Em vez de encomendarmos as cestas, ou apenas doarmos alguma quantia em dinheiro, mobilizamos nossa equipe na compra dos itens, na montagem das cestas e até mesmo no processo de doação. Isso promove uma maior consciência social em cada membro da nossa equipe e reforça a filosofia da empresa de estar sempre alinhada com as necessidades da sociedade. Precisamos olhar para aqueles que estão em dificuldade e fazer a nossa parte. O projeto de doações, baseado de “This is Target!”, começou em março, logo no início da pandemia. No primeiro mês doamos 80 cestas, no segundo mês, foram 160 cestas e no terceiro mês foram 200 cestas.
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